VIE 19 DE ABRIL DE 2024 - 04:08hs.
Fundador e presidente da Zitro

Johnny Ortiz: “Vamos revolucionar o bingo no Brasil”

(Exclusivo GMB) - O empresário da líder mundial de videobingo, com operações em 19 países, espera uma lei séria para conquistar a confiança da Zitro e de outras importantes empresas do mercado mundial. Segundo ele, se as regras forem bem colocadas, a Zitro irá revolucionar o mercado.

Johnny Ortiz: “Vamos revolucionar o bingo no Brasil”

Johnny Ortiz.Fundador e presidente da Zitro.

O empresário Johnny Ortiz, fundador e presidente da Zitro, empresa líder mundial de videobingo, com operações em 19 países, falou com exclusividade ao portalwww.gamesbras.com, fazendo uma análise bastante interessante do futuro mercado de jogos no Brasil.

Desbravador do setor de bingos no país desde o final dos anos 90 até a suspensão da atividade, em 2007, Johnny espera uma lei séria para conquistar a confiança da Zitro e de outras importantes empresas do mercado mundial.

"A Zitro, assim como a grande maioria dos principais players mundiais, tem compliance bastante rígido e licenças em todos os mercados onde atuam e por isso não irão se aventurar no Brasil se a legislação não for suficientemente clara e bastante séria”. Segundo ele, se as regras foram bem colocadas, a Zitro irá revolucionar o mercado.


GMB – Johnny, como pioneiro no setor de bingos no Brasil e responsável pela mudança de conceitos para a atividade, que avaliação você faz do passado que vivenciou e do futuro que certamente trará o mais inovador empresário do setor de volta ao país?
Johnny Ortiz – Quando a Lei Zico foi aprovada no Brasil, houve uma grande oportunidade para todos, mas principalmente para as entidades esportivas, se desenvolverem. Foi com a abertura dos bingos e com o patrocínio deles, que demos um salto no desenvolvimento de diversas modalidades esportivas, que permitiu ao país melhorar sua atuação nos jogos olímpicos, pan-americanos, mundiais e até mesmo em outros esportes que não tinham sequer espaços para seus atletas treinarem. As casas de bingo passaram a oferecer um lazer sadio, especialmente para a terceira idade, que não tinha qualquer opção de entretenimento, e levou glamour e segurança para todos os locais onde se instalaram. Antigos galpões passaram a abrigar casas luxuosas e atraíram atividades complementares, como comércio de alto nível, restaurantes etc. Isso movimentou bastante a economia local. Tenho certeza que o amadurecimento de uma lei adequada irá permitir a geração de centenas de milhares de empregos diretos e indiretos, impostos e taxas para melhorar a economia do Brasil e alegria para os clientes, especialmente da terceira idade, que terão uma forma alegre, segura e barata de diversão.


GMB – Como era apresentar o bingo para a população? Como conquistar clientes para uma atividade tão pouco conhecida?
Johnny Ortiz – Não foi muito difícil. Os empresários tinham a percepção de que para atrair frequentadores, precisavam oferecer conforto, segurança, beleza, boa comida. Ou seja, um excelente serviço para um público ávido por novidades. E não era preciso "ensinar” o que era bingo para a população. É um jogo milenar, presente em encontros familiares, festas juninas em escolas por todo o Brasil e, também, em milhares de igrejas. Por incrível que pareça, quem ensinou os clientes de bingo a jogar foi a própria igreja, em suas quermesses, quando realizava partidas para angariar fundos para suas atividades sociais. Justamente um dos segmentos que acabou se colocando contra a atividade regulamentada pela Lei Zico.

 

GMB – Os grandes painéis e as extratoras, que acabaram ganhando o apelido de pipoqueiras, passaram a fazer parte do cotidiano de milhares de pessoas. Isso bastava?

Johnny Ortiz – Claro que não. Todo cliente quer novidades e foi por isso que coloquei, na época do Bingo 23 (na cidade de São Paulo, que deu lugar ao Bingo Imperatriz, anos mais tarde), um novo conceito. Instalamos 150 Bing Datas (os conhecidos computadores em que os jogadores podiam jogar de forma automática a quantidade de cartelas que quisessem). Para se ter uma ideia, fomos pioneiros nessa área e até então os melhores bingos do mundo tinham no máximo 12 terminais. Nosso pioneirismo acabou se consagrando pelos principais bingos do Brasil e exportamos o conceito para diversos países. Outra novidade foram as máquinas de videobingo. Nasceu no Brasil e não me canso de dizer que o "inventor” dessa modalidade de jogo de bingo foi o próprio governo brasileiro, que permitiu, orientou e organizou, dentro da antiga lei, essa modalidade.


GMB – Aí veio o fim da atividade e os avanços que o setor vinha conquistando e do qual você foi um dos protagonistas. Isso foi um caos ou alavancou o crescimento da Zitro no mercado mundial?
Johnny Ortiz  – É claro que o fim da atividade foi um grande impacto para a sociedade, empresários e entidades esportivas. Acabaram os bingos sem nenhuma discussão com a sociedade e sem nenhum motivo. Foi apenas uma manobra para desviar a atenção pública de outros problemas. Mas não há mal que não venha para o bem. O fechamento dos bingos me obrigou a buscar outros caminhos e então nasceu a Zitro, pois tive de sair do país em busca de novas oportunidades, quando aproveitei todo o conhecimento adquirido no Brasil e passei a oferecer alta tecnologia e a criatividade do videobingo para o mercado mundial, colocando em muitos outros países o produto inventado no Brasil.



GMB – E como a Zitro se encontra atualmente? O Brasil está em seus planos?
Johnny Ortiz
- Hoje a Zitro está presente em 19 países e caminhando para ser um líder global no setor de jogos tendo em conta que já somos o líder mundial em videobingo. Agora, com os novos produtos que estamos desenvolvendo, não tenho dúvida de que alcançaremos esta liderança. E no caso do Brasil temos um produto que vai revolucionar uma vez mais o segmento. Trata-se do ABS - Advanced Bingo System, onde os empresários de bingos vão ter um sistema de controle e equipamentos nunca antes vistos no mundo. Para que se tenha uma pequena ideia, poderão trocar a decoração dos bingos diariamente, se quiserem, e com a enorme vantagem de custar menos da metade dos equipamentos atuais.


GMB – Mas para isso precisamos de uma lei.
Johnny Ortiz
– Claro que sim... E uma lei séria e clara. Vejo muitos pontos positivos no que vem sendo discutido e dois únicos pontos negativos. Um é o preconceito de alguns veículos de imprensa, que sem se aprofundar no assunto, tomaram uma posição contrária à atividade. O outro ponto que reputo como negativo é a falta de união dos empresários para demonstrar de maneira eficaz à sociedade, à imprensa e ao governo, os benefícios de nosso setor. De qualquer maneira, estamos ansiosos e confiantes na nova lei de jogo no Brasil e acho que seria fundamental que, como se faz em outros países, o Senado e a Câmara se unissem para discutir um projeto sólido. A lei precisa ser muito séria para que não haja margem para que algum mau empresário se aproveite e que todos os demais levem a culpa. A Zitro é uma empresa 100% compliance, com licenças em todo o mundo, e caso a lei não seja bem feita não retornaremos ao Brasil. E outras empresas, da mesma maneira e seguindo as mesmas premissas de transparência e seriedade, não virão para o país.


Fonte: GMB
Autor: GILDO MAZZA

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