JUE 25 DE ABRIL DE 2024 - 06:44hs.
Jarbas Favoretto, presidente da AMITur

“Ninguém pode dizer que a criação de cassinos dará prejuízo”

(Exclusivo GMB) - Criada em 2001, a AMITur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico) auxilia as cidades a desenvolverem seu potencial turístico gerando retorno econômico e social. O GMB conversou com Jarbas Favoretto, presidente da entidade, sobre o trabalho feito até hoje e como a legalização dos jogos e a criação dos cassinos podem trazer benefícios aos municípios.

“Ninguém pode dizer que a criação de cassinos dará prejuízo”

Jarbas Favoretto, presidente da AMITur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico)

Jarbas Favoretto, presidente da AMITur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico)

GMB – Fale um pouco sobre a história da AMITur. Como ela surgiu e qual o principal o objetivo do seu trabalho junto aos municípios de interesse turístico?
Jarbas Favoretto -
A AMITur foi criada em 2001 tendo por objetivo exatamente o que aconteceu em 2015. Os nossos estatutos previam fazer exatamente o que hoje a lei esta exigindo, só que a lei é mais perfeita porque ela específica os itens mais importantes. Nós éramos conselheiros de turismo do Estado, naquela época, e o secretário disse que a gente exigia, reclamava muito e não sabíamos que era impossível fazer. Então,fizemos uma entidade, que é a AMITur, com o objetivo de fazer o que o governo não tem dinheiro, não quer e não tem capacidade de fazer. Hoje nós temos 52 departamentos, o que o ministério não tem, e nós conseguimos fazer um player de colegas, um especialista em cada área, todos de forma voluntária nos dispusemos a colaborar para o desenvolvimento econômico e social dos municípios.

A maior vitória da AMITur foi a criação da Lei Estadual 1261, que criou os municípios de interesse turístico. Qual a participação da entidade nesse processo e quais atividades realiza em prol do turismo nesses municípios?
Em 2010, nós conseguimos um contato com o Deputado João Canamez que conseguiu empunhar uma bandeira política, já que a nossa entidade é somente técnica, e com a bandeira política e nós atrás, saímos para pegar adesão à ideia. Embora tenha ficado engavetado por dois anos, nós conseguimos desengavetar quando mudou a presidência da Assembleia, entrou o Deputado Fernando Capez, com ele melhoramos a minuta que nós havíamos feito e virou a lei Canamez, a lei 1261, que cria a figura do município de interesse turístico. Procuramos tirar o poder político e colocar as coisas no poder técnico, enquanto as forças ocultas não mudarem a brincadeira nós vamos conseguir fazer muita coisa. O que a AMITur faz não é chegar à cidade e transformar a cidade, o nosso trabalho é colocar o trem na linha e esperar que o maquinista nos ouça, quando ele não nos ouvir ele vai descarrilar em qualquer lugar.

Durante o Salão São Paulo de Turismo, organizado pela AMITur, no final de junho, foi tratado o tema da legalização dos jogos e a criação de cassinos. Qual a sua posição sobre o tema e como acha que deveriam ser os futuros cassinos brasileiros?
Eu não posso ser contra, entre um e outro, eu só posso ser a favor. Quando se fala em legalização dos jogos estamos nos referindo à criação de cassinos. Falando em luta pelos cassinos uma porção de cidades se anima, inicialmente seriam dois ou três, se não me engano o projeto contempla oito ou dez, três seriam para São Paulo. É preciso ter consciência do que é melhor para região, para o Estado. Se tiver que fazer cassino em algum lugar tem que se estudar o arredor; o que vai acontecer? vai melhorar o que? Se não fizer em um lugar que tenha boas estradas, bom tudo num raio de 40 ou 50 km, não vão pensar em fazer nada. Ahh...vamos fazer um cassino na beira do Rio Paraná porque precisa de desenvolvimento, mas, o que é que tem lá? Não é só o cassino, é preciso toda uma estrutura.


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Apesar das ressalvas sobre os lugares de construção dos cassinos, acredita que podem trazer melhoras para a economia e o turismo?
Vai provocar uma melhora. Eu acho que 70% da melhora são dos brasileiros que estão jogando lá fora e vão jogar aqui. Os outros 30% devem ser dos turistas que serão atraídos pela construção dos resorts cassinos.

Outro impacto grande que os cassinos trarão será na geração de empregos. Não só para trabalhar no próprio cassino, como nos resorts e outras empresas. Acredita que esse cenário se concretize?
Claro que vai gerar empregos tem todo um sistema. É uma situação que força o hotel a ter funcionários. E o que acontece: ajuda a fabrica de guardanapo, de papel, de sabonete, todo mundo que produz alguma coisa. Ninguém pode dizer que dá prejuízo.

Fonte: Exclusivo GMB