GMB – Fale um pouco
sobre a história da AMITur. Como ela surgiu e qual o principal o objetivo do
seu trabalho junto aos municípios de interesse turístico?
Jarbas Favoretto - A AMITur foi criada em 2001 tendo por objetivo
exatamente o que aconteceu em 2015. Os nossos estatutos previam fazer
exatamente o que hoje a lei esta exigindo, só que a lei é mais perfeita porque
ela específica os itens mais importantes. Nós éramos conselheiros de turismo do
Estado, naquela época, e o secretário disse que a gente exigia, reclamava muito
e não sabíamos que era impossível fazer. Então,fizemos uma entidade, que é a AMITur,
com o objetivo de fazer o que o governo não tem dinheiro, não quer e não tem capacidade
de fazer. Hoje nós temos 52 departamentos, o que o ministério não tem, e nós
conseguimos fazer um player de colegas, um especialista em cada área, todos de
forma voluntária nos dispusemos a colaborar para o desenvolvimento econômico e
social dos municípios.
A maior vitória da AMITur foi a criação da Lei Estadual 1261,
que criou os municípios de interesse turístico. Qual a participação da
entidade nesse processo e quais atividades realiza em prol do turismo nesses municípios?
Em 2010, nós conseguimos um contato com o Deputado João Canamez que conseguiu
empunhar uma bandeira política, já que a nossa entidade é somente técnica, e
com a bandeira política e nós atrás, saímos para pegar adesão à ideia. Embora
tenha ficado engavetado por dois anos, nós conseguimos desengavetar quando
mudou a presidência da Assembleia, entrou o Deputado Fernando Capez, com ele
melhoramos a minuta que nós havíamos feito e virou a lei Canamez, a lei 1261,
que cria a figura do município de interesse turístico. Procuramos tirar o poder
político e colocar as coisas no poder técnico, enquanto as forças ocultas não
mudarem a brincadeira nós vamos conseguir fazer muita coisa. O que a AMITur faz
não é chegar à cidade e transformar a cidade, o nosso trabalho é colocar o trem
na linha e esperar que o maquinista nos ouça, quando ele não nos ouvir ele vai
descarrilar em qualquer lugar.
Durante o Salão São
Paulo de Turismo, organizado pela AMITur, no final de junho, foi tratado o tema
da legalização dos jogos e a criação de cassinos. Qual a sua posição sobre o
tema e como acha que deveriam ser os futuros cassinos brasileiros?
Eu não posso ser contra, entre um e outro, eu só posso ser a favor. Quando se
fala em legalização dos jogos estamos nos referindo à criação de cassinos. Falando
em luta pelos cassinos uma porção de cidades se anima, inicialmente seriam dois
ou três, se não me engano o projeto contempla oito ou dez, três seriam para São
Paulo. É preciso ter consciência do que é melhor para região, para o Estado. Se
tiver que fazer cassino em algum lugar tem que se estudar o arredor; o que vai
acontecer? vai melhorar o que? Se não
fizer em um lugar que tenha boas estradas, bom tudo num raio de 40 ou 50 km,
não vão pensar em fazer nada. Ahh...vamos fazer um cassino na beira do Rio Paraná
porque precisa de desenvolvimento, mas, o que é que tem lá? Não é só o cassino,
é preciso toda uma estrutura.
Apesar das ressalvas
sobre os lugares de construção dos cassinos, acredita que podem trazer melhoras
para a economia e o turismo?
Vai provocar uma melhora. Eu acho que 70% da melhora são dos brasileiros
que estão jogando lá fora e vão jogar aqui. Os outros 30% devem ser dos
turistas que serão atraídos pela construção dos resorts cassinos.
Outro impacto grande
que os cassinos trarão será na geração de empregos. Não só para trabalhar no próprio
cassino, como nos resorts e outras empresas. Acredita que esse cenário se
concretize?
Claro que vai gerar empregos tem todo um sistema. É uma situação que força o
hotel a ter funcionários. E o que acontece: ajuda a fabrica de guardanapo, de
papel, de sabonete, todo mundo que produz alguma coisa. Ninguém pode dizer que
dá prejuízo.
Fonte: Exclusivo GMB