MAR 19 DE MARZO DE 2024 - 06:38hs.
Johnny Ortiz, fundador e CEO da Zitro

“Estamos prontos não só para entrar no Brasil mas para ser a melhor empresa do país”

(Exclusivo GMB) - Um dos empresários de maior sucesso na atualidade na indústria do jogo diz que o governo brasileiro deveria colocar pessoas técnicas para discutir uma lei para o setor e que existe um preconceito totalmente equivocado sobre a atividade. Para ele, o setor está atento às movimentações no Brasil e muitos empresários líderes já visitaram o país porque entendem que o momento da legalização está próximo.

GMB - A Zitro, empresa com DNA brasileiro, está presente nos principais mercados de jogos em todo o mundo. Como você vê a falta de uma decisão definitiva sobre a regulamentação do setor no Brasil?
Johnny Ortiz - É uma pena pois é o próprio país ​ ​que mais perde com esta falta de decisão. A Zitro é recebida em todos os países de braços abertos, pois na nossa indústria geramos uma quantidade enorme de empregos e sem lugar a dúvida impostos que beneficiam muito toda a população. Acho também que o governo deveria colocar pessoas técnicas de todas as áreas para cuidar deste assunto​ que gera tanta polêmica e dou apenas um exemplo entre centenas: a ludopatia. Em todo o mundo existem ludopatas sendo o jogo legal ou não, como acontece agora mesmo no Brasil e até podemos ver nas novelas. Assim algo inerente à condição humana. Mas existe uma grande diferença onde o jogo é legalizado, pois nesses países a própria indústria cuida destas pessoas, tirando um alto custo que é o governo quem paga, mas, no final, são os brasileiros que pagam a conta. E mais do que isso, pois além de cuidar de quem tem a doença, também tem um registro de proibido, ou seja, não se permite que jogue em nenhum estabelecimento, pois há um registro de entrada que por sinal deveria constar numa futura lei no Brasil. Assim como a lei seca não funcionou nos Estados Unidos e a única coisa que provocou foi a geração de violência e o surgimento de gangsters, a proibição do jogo legal faz com que exista o jogo ilegal e que o governo não receba um centavo de impostos, os trabalhadores não tenham carteira assinada nem assistência. Além disso, ainda gera uma corrupção enorme, que é o retrato do que estamos vendo hoje no Brasil, infelizmente.

Durante o BgC, no final de junho, ficou clara a necessidade de o Brasil se inserir no mercado global de jogos, mas até agora pouca coisa andou. Qual sua avaliação sobre as opiniões publicadas na mídia – e em especial pelo nosso portal – sobre os passos lentos que o parlamento brasileiro dá no sentido de aprovar uma lei ampla para a atividade
Existe um ditado que diz que o pior cego é aquele que não quer ver. É muito difícil lutar com pessoas que não querem ver a verdade ​e tem um preconceito totalmente equivocado. Por isso, como disse acima, deveríamos ter "experts" no assunto e mostrar a realidade nua e crua e o que toda a imprensa da nossa indústria vem repetindo: só o Brasil e Cuba não tem o jogo legalizado, com exceção aos países muçulmanos, onde também a bebida alcoólica é proibida. ​A mídia em geral se posiciona contra, mas não tenho duvida que é por pura ignorância. ​


O Brasil chegou a receber importantes personalidades mundiais nos últimos meses em busca de um entendimento mais profundo sobre as possibilidades do Brasil, como Sheldon Adelson, do Las Vegas Sands, e Jan Jones, do Caesars. Foram visitas precipitadas ou vieram na hora certa para estudar se os investimentos previstos poderão se consolidar?
Não existem visitadas precipitadas em minha opinião, pois estas pessoas e empresas foram as mais famosas que visitaram o Brasil e mostra como seria importante o jogo legalizado no Brasil. É só olhar entre muitos outros aspectos o valor gerado ​de impostos e empregos só com estas duas empresas nos Estados Unidos e lembrar que em Las Vegas, hoje em dia, o maior faturamento não vem do jogo e sim do não jogo e é um grande polo de atração de turistas, lembrando que a cidade recebe quase 5 milhões de visitantes por mês, que é mais do que o Brasil recebe em todo o ano. Impressionante, não é?


Por que, na sua avaliação, se prolonga por tanto tempo a aprovação de uma lei de jogo no Brasil?
Por total falta de conhecimento do que é esta indústria no mundo e preconceitos. Mas dou também outro exemplo simples. A Receita Federal diz que não pode controlar o jogo, mas não pode existir um absurdo maior do que este. A Receita controla não só as nossas vidas mas até as nossas próprias contas nos bancos, que é muito mais difícil e complicado. Hoje em dia o controle do jogo é talvez a indústria que mais fácil se pode controlar no mundo e o Brasil não precisa inventar nada, pois já esta tudo inventado, bastaria apenas copiar. Nossos vizinhos da Argentina tem em Buenos Aires​ ​um grande exemplo, pois todo o controle do jogo é feito on-line. Pode existir melhor controle?​


A crise política pode adiar para o próximo ano a regulamentação do setor?
A crise politica pode adiar qualquer assunto no Brasil. Não seria importante a aprovação das reforma politica, trabalhista ou fiscal?​


O Brasil terá eleições no próximo ano para deputados federais e senadores, atores mais importantes para a aprovação da lei do jogo. Isso é um ponto a favor ou contra a atividade?
Como também disse acima, pode ser bom se formos capazes de demostrar claramente os benefícios do jogo legal e os malefícios de como está o jogo hoje no Brasil, mas sempre e quando os atores desta novela interpretem bem o seu papel.​


Como a Zitro está se movimentando no sentido de oferecer sua experiência no mercado mundial, associada ao conhecimento que possui do Brasil, para retomar a liderança nesse segmento?

A Zitro não só está preparada para entrar no Brasil mas está preparada para ser a empresa número 1 do Brasil, pois temos uma grande experiência no Brasil e no mundo. Convido seus leitores para que visitem nosso estande na feira de Las Vegas para que vejam muitas novidades, mas principalmente a nova maneira de jogar o bingo, pois como sempre temos feito na Zitro, estamos inovando e agora vamos revolucionar a maneira de jogar o videobingo.

Fonte: Exclusivo GMB