GMB
- A Zitro, empresa com DNA brasileiro, está presente nos principais mercados de
jogos em todo o mundo. Como você vê a falta de uma decisão definitiva sobre a
regulamentação do setor no Brasil?
Johnny Ortiz - É uma pena pois é o próprio país
que mais perde com esta falta de decisão. A Zitro é recebida em todos os
países de braços abertos, pois na nossa indústria geramos uma quantidade enorme
de empregos e sem lugar a dúvida impostos que beneficiam muito toda a
população. Acho também que o governo deveria colocar pessoas técnicas de todas
as áreas para cuidar deste assunto que gera tanta polêmica e dou apenas um
exemplo entre centenas: a ludopatia. Em todo o mundo existem ludopatas sendo o
jogo legal ou não, como acontece agora mesmo no Brasil e até podemos ver nas
novelas. Assim algo inerente à condição humana. Mas existe uma grande diferença
onde o jogo é legalizado, pois nesses países a própria indústria cuida destas
pessoas, tirando um alto custo que é o governo quem paga, mas, no final, são os
brasileiros que pagam a conta. E mais do que isso, pois além de cuidar de quem
tem a doença, também tem um registro de proibido, ou seja, não se permite que
jogue em nenhum estabelecimento, pois há um registro de entrada que por sinal
deveria constar numa futura lei no Brasil. Assim como a lei seca não funcionou
nos Estados Unidos e a única coisa que provocou foi a geração de violência e o
surgimento de gangsters, a proibição do jogo legal faz com que exista o jogo ilegal
e que o governo não receba um centavo de impostos, os trabalhadores não tenham
carteira assinada nem assistência. Além disso, ainda gera uma corrupção enorme,
que é o retrato do que estamos vendo hoje no Brasil, infelizmente.
Durante
o BgC, no final de junho, ficou clara a necessidade de o Brasil se inserir no
mercado global de jogos, mas até agora pouca coisa andou. Qual sua avaliação
sobre as opiniões publicadas na mídia – e em especial pelo nosso portal – sobre
os passos lentos que o parlamento brasileiro dá no sentido de aprovar uma lei
ampla para a atividade
Existe um ditado que diz que o pior cego é aquele
que não quer ver. É muito difícil lutar com pessoas que não querem ver a
verdade e tem um preconceito totalmente equivocado. Por isso, como disse
acima, deveríamos ter "experts" no assunto e mostrar a realidade nua
e crua e o que toda a imprensa da nossa indústria vem repetindo: só o Brasil e
Cuba não tem o jogo legalizado, com exceção aos países muçulmanos, onde também
a bebida alcoólica é proibida. A mídia em geral se posiciona contra, mas não
tenho duvida que é por pura ignorância.
O
Brasil chegou a receber importantes personalidades mundiais nos últimos meses
em busca de um entendimento mais profundo sobre as possibilidades do Brasil,
como Sheldon Adelson, do Las Vegas Sands, e Jan Jones, do Caesars. Foram
visitas precipitadas ou vieram na hora certa para estudar se os investimentos
previstos poderão se consolidar?
Não existem visitadas precipitadas em minha
opinião, pois estas pessoas e empresas foram as mais famosas que visitaram o
Brasil e mostra como seria importante o jogo legalizado no Brasil. É só olhar
entre muitos outros aspectos o valor gerado de impostos e empregos só com
estas duas empresas nos Estados Unidos e lembrar que em Las Vegas, hoje em dia,
o maior faturamento não vem do jogo e sim do não jogo e é um grande polo de atração
de turistas, lembrando que a cidade recebe quase 5 milhões de visitantes por
mês, que é mais do que o Brasil recebe em todo o ano. Impressionante, não é?
Por
que, na sua avaliação, se prolonga por tanto tempo a aprovação de uma lei de
jogo no Brasil?
Por total falta de conhecimento do que é esta indústria
no mundo e preconceitos. Mas dou também outro exemplo simples. A Receita
Federal diz que não pode controlar o jogo, mas não pode existir um absurdo
maior do que este. A Receita controla não só as nossas vidas mas até as nossas próprias
contas nos bancos, que é muito mais difícil e complicado. Hoje em dia o
controle do jogo é talvez a indústria que mais fácil se pode controlar no mundo
e o Brasil não precisa inventar nada, pois já esta tudo inventado, bastaria
apenas copiar. Nossos vizinhos da Argentina tem em Buenos Aires um grande exemplo,
pois todo o controle do jogo é feito on-line. Pode existir melhor controle?
A
crise política pode adiar para o próximo ano a regulamentação do setor?
A crise politica pode adiar qualquer assunto no
Brasil. Não seria importante a aprovação das reforma politica, trabalhista ou
fiscal?
O
Brasil terá eleições no próximo ano para deputados federais e senadores, atores
mais importantes para a aprovação da lei do jogo. Isso é um ponto a favor ou
contra a atividade?
Como também disse acima, pode ser bom se formos
capazes de demostrar claramente os benefícios do jogo legal e os malefícios de
como está o jogo hoje no Brasil, mas sempre e quando os atores desta novela
interpretem bem o seu papel.
Como
a Zitro está se movimentando no sentido de oferecer sua experiência no mercado
mundial, associada ao conhecimento que possui do Brasil, para retomar a
liderança nesse segmento?
A Zitro não só está preparada para entrar no Brasil mas está preparada para ser
a empresa número 1 do Brasil, pois temos uma grande experiência no Brasil e no
mundo. Convido seus leitores para que visitem nosso estande na feira de Las
Vegas para que vejam muitas novidades, mas principalmente a nova maneira de
jogar o bingo, pois como sempre temos feito na Zitro, estamos inovando e agora
vamos revolucionar a maneira de jogar o videobingo.
Fonte: Exclusivo GMB