VIE 19 DE ABRIL DE 2024 - 22:15hs.
BGC - Novas tendências em jogos

“O esporte eletrônico atinge os millenials porque é jovem, global, digital e diversificado"

Para discutir as novas tendências do setor, o painel contou com Tiago Almeida, CEO da Egaming Services, Francisco Caamaño, COO da Sortis & Golden Lion Casino, Roberto Brasil Fernandes, advogado da Able, Daniel Cossi, da Confederação Brasileira de Esportes Eletrônicos, Raiff Chaves, fundador da eBrainz, e Vicens Marti, presidente da Tangelo Games, e Daniel Xavier, da Pipa Studios.

Tiago Almeida destacou que “semear” é muito importante pelo momento que vive o Brasil, “quando está fazendo exatamente isso, semeando conceitos para o setor de jogos”. Após apresentar sua companhia, especializada em soluções para o setor de jogos, inclusive meios de pagamento, Almeida destacou o PIB do Brasil, de 6,6 trilhões de reais em 2017, o que torna o país uma economia extremamente pujante.

Segundo ele, aproveitando o momento de regulamentação em discussão, sua empresa tem trabalhado no sentido de implementar uma marca (Bet90.com) no país, apresentando-a para a sociedade como um parceiro reconhecido por sua transparência e alinhada com as melhores práticas no mercado de apostas esportivas. “Todas as ações que fizemos alavancaram isso e hoje o Bet90 é reconhecido nos grandes centros do Brasil”, disse.

Francisco Caamaño falou sobre como atrair novas gerações para cassinos. “Os youngers e os millenials não jogam muito em cassinos, o que nos preocupa. Eles gostam de wifi, de carregar celulares ou de socializar, ficando os jogos mais restritos àqueles de desafios de habilidade, que normalmente não oferecemos, pois nosso objetivo é entregar prêmios a partir de apostas feitas por nossos clientes. Por isso, precisamos mudar nosso foco para atender à essa geração que está chegando e que é o nosso desafio do momento. Temos de re-ambientar a área de cassino para esse novo público, de maneira se socializarem mais e se movimentarem como gostam”, narrou. Para ele, os jogos sociais são uma das ferramentas de atração dessa nova geração.

“Até mesmo os croupiers precisam ser remodelados, para saírem daquela postura do dealer dos cassinos tradicionais para uma pessoa focada no entretenimento. Com isso, poderemos mudar conceitos e atrair essa parcela da sociedade que até então não era um alvo dos cassinos”, disse. De acordo com Caamaño, esse será o sentido do negócio e a inteligência artificial será cada vez mais utilizada para alcançar esses objetivos.

“Os celulares terão de estar prontos para receber e pagar apostas em máquinas, assim como as criptomoedas serão, para as gerações mais jovens, a verdadeira moeda”, analisou. O mesmo deve acontecer em jogos ao vivo e cassinos sociais, tão em moda no momento para atrair os millenials, além das redes sociais. Resumindo, “devemos tornar o cassino um ambiente de socialização, oferecendo jogos de habilidades e com senso de comunidade” para alcançar o sucesso.

O advogado Roberto Brasil Fernandes, da Able, apresentou o atual estágio das loterias no Brasil, lembrando que por avaliação errônea, as loterias são vistas como monopólio da União, o que, pela Constituição, não estaria entre as competências exclusivas do poder central. “Atualmente, quatro estados operam suas loterias, apesar de existirem mais entidades constituídas que não operam a modalidade”, explicou, lembrando que as loterias físicas são limitadas aos seus próprios estados. Atualmente, estão em operação a Loteria do Rio de Janeiro, Loteria do Estado de Minas Gerais, Loteria da Paraíba e Loteria do Ceará, que vendem localmente seus bilhetes.

Temos ainda a Loteria do Piauí, apenas online, que não está operando justamente pelo fato da questão da reserva de mercado local, já que no caso desta última, os jogos extrapolarem as fronteiras piauienses”. Segundo ele, “em última análise, a exploração de loterias pela internet nada mais é do que a própria prerrogativa comercial de melhorar suas práticas para alcançar cada vez mais clientes”.

Daniel Cossi voltou ao plenário para falar sobre esportes eletrônicos, destacando a importância da atividade no âmbito das Olimpíadas. “Diversas ligas privadas estão se disseminando e isso será muito importante no futuro, por ampliar a presença dessas modalidades junto à sociedade mundial”, disse. Os jogos eletrônicos, na sua avaliação e em diversas recomendações que fez às autoridades brasileiras, devem ser reconhecidos e as modalidades a serem incentivadas serão as de jogos de habilidade e de esportes em geral, ficando de lado apenas jogos com tiros em primeira pessoa. “Os principais desenvolvedores de jogos eletrônicos já estão se posicionando nesse sentido”, destacou.

Raiff Chaves, fundador da eBrainz, empresa de marketing para as áreas de gaming e esportes eletrônicos, comentou que a atividade é um sonho como outro qualquer. “Vemos tantos jogadores de futebol que largaram tudo para seguirem a carreira de jogador profissional. No esporte eletrônico, isso já está acontecendo com jogadores eletrônicos de alta performance”.

Segundo ele, ainda existe preconceito contra a atividade, mas essa barreira vem sendo derrubada pela criação de cada vez mais ligas, clubes esportivos digitais e competições mundiais. “Hoje, muitos atletas passam dias treinando e se preparando para os campeonatos, com acompanhamento médico, de nutricionistas e outros profissionais, para que os atletas alcancem o seu melhor rendimento”, contou, mostrando que o hobby já se transformou numa atividade esportiva profissional de alto nível.

“O esporte eletrônico é jovem, global, digital e diversificado, ou seja, atinge os millenials, fatia a ser focada pelas grande marcas mundiais do mundo do jogo”, atestou, lembrando que, na atualidade, o Brasil é a terceira maior audiência de eSports do mundo.

Vicens Marti, presidente da Tangelo Games, falou sobre o cassino social, com sua experiência de dez anos de atuação nesse segmento. “O cassino social nasceu nos Estados Unidos, mas atualmente tem se disseminado em todo o mundo, mas não focado em tradução das ofertas, mas direcionar para a localização, ou seja, todos os jogos a serem desenvolvidos, devem ser feitos para cada mercado”, disse, destacando que até aspectos culturais devem ser levados em consideração.

De acordo com ele, o cassino social não existia até 2008, quando algumas empresas desenvolvedoras de jogos viram que através de plataformas como o Facebook poderiam criar uma comunidade de jogadores de cassinos sociais, levando-os  para ambientes de redes sociais disseminadas ao redor do mundo.

Ainda no mesmo segmento, de jogos sociais, falou Daniel Xavier, da Pipa Studios, desenvolvedora brasileira de jogos de cassino social. “Em 2017 estimou-se que o mercado de social gaming gerou uma receita de US$ 50 bilhões ao redor do mundo, com marcas bastante conhecidas, como Candy Crush, Angry Birds etc, crescendo cada vez mais e conquistando novos consumidores”, comentou, lembrando que os jogos de bingo  e de cassino são os produtos com maior receita e também com a maior utilização por jogadores brasileiros.

Segundo ele, a retenção do jogador só se viabiliza se o produto for realmente bom e que rode em todas as plataformas disponíveis, como desktops, tablets ou smartphones, que seja bem explorado pelo operador, com brindes promocionais e uma política de relacionamento para fidelizar os clientes. “Se um cliente entra num jogo através de uma ação de Freemium, em que recebe fichas iniciais e depois podem comprar novos créditos, ele quer ser reconhecido como um consumidor. E mesmo aquele que entra em jogos gratuitos e recebem adds, devem ser vistos como clientes a serem cativados o tempo todo”, explicou.

Fonte: GMB

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