GMB
- Mais uma vez a GLI participou da SAGSE. Com que expectativas você chega neste
ano?
Karen Sierra-Hughes - Com muita, como sempre. Viemos aqui por 14
anos, refletindo nossa lealdade e compromisso com a indústria argentina de
jogos, nos bons momentos e nos maus momentos. Acompanhando sempre não apenas os
reguladores, que são nossos clientes, mas também os fornecedores locais e os
internacionais que participam desta grande feira.
Como
você vê a feira?
Para nós, é muito positivo, pois nos dá a
possibilidade de entrar em contato direto com nossos clientes, especialmente
eu, que não estou o tempo todo na América Latina. É importante conversar com
eles, ouvir seus comentários, saber como está o mercado. Ouvi muitos
comentários positivos da indústria argentina, que está crescendo pouco a pouco
com melhores condições para todos.
Como
você vê o mercado de apostas latino-americano no contexto global?
É superimportante. Os fabricantes e fornecedores
que trabalham com a GLI, que são na sua maioria europeus, estão de olho na
América Latina e dedicam esforços para entrar neste mercado. O esforço que os
reguladores latino-americanos estão fazendo para gerar regulamentos e
proporcionar maior transparência à indústria é importante. Este trabalho, sem
dúvida, está dando frutos e gerando oportunidades para todos.
Como
a GLI está posicionado nesse contexto?
Nosso papel na indústria é muito amplo. Trabalhamos
não só para a indústria de jogos de cassino, mas também para loterias, bingos,
apostas online, presenciais, com uma ampla gama de serviços, nos quais não só
lidamos com questões de certificação e auditoria, mas também realizamos
trabalhos de consultoria e colaboramos com reguladores no desenvolvimento de
leis de jogo. Esse tem sido um foco importante que desenvolvemos nos últimos
anos. Trabalhamos em vários países neste campo e vemos que certamente haverá
oportunidades para toda a indústria.
Chegando
no final de 2017, se você tivesse que dizer qual é o país que mais avançou
nesta área, o que você diria?
Muito aconteceu em 2017. Poderíamos dizer que a
Colômbia fez muito progresso com o tópico on-line, mas não quero focar apenas
no on-line, que é importante, mas pensar sobre os regulamentos adicionais que o
regulador criou para introduzir novos tipos de jogo. Também temos o Paraguai,
que avançou seus processos de licitação de cassinos ao estabelecer processos de
controle que são importantes. Também avançou na regulação da operação de salas
nos municípios e em relação às questões de certificações. E a Argentina também
deu passos semelhantes, em diferentes províncias, o que dá maior transparência
para todo o setor.
E
como você vê o processo de regulamentação do Brasil, que parece mais próximo do
que nunca agora?
Nós sempre tentamos ser otimistas, e qualquer
movimento para a legalização do jogo parece positivo. Se finalizado, seria
absolutamente positivo não só para o país, mas para toda a região. Estamos
falando de uma indústria que gerará muitas oportunidades, incluindo
desenvolvedores de jogos locais, máquinas e outras áreas. Eu acho que todos nós
vamos nos beneficiar se isso acontecer.
Mesmo
com o mercado fechado, a GLI recebeu consultas de empresas locais no Brasil?
Acontece que existem empresas que são originárias
do Brasil e que, quando o mercado fechou, tiveram que sair do país e entrar em outros
mercados para continuar trabalhando. Então, temos clientes brasileiros que
avançaram nos processos de certificação porque estão em outros mercados. E fora
disso, temos empresas que estão tentando entender o processo para se preparar.
Ver esses tipos de preocupações e comunicação também é positivo porque mostra
que a indústria entende que, se a atividade for regulamentada, será importante
estabelecer os critérios técnicos para manter a transparência.
Qual
o potencial que você vê para o mercado brasileiro?
Seu potencial é imenso. Será a decisão do regulador
definir o tamanho do mercado, e é uma decisão que deve ser feita através da
análise do mercado e ver se há o suficiente para que se atenda a essa demanda.
A
GLI esteve presente em um dos road shows sobre a privatização da Lotex. O que
você pode nos contar sobre isso?
Sim, nós participamos porque queríamos entender
melhor o que estava acontecendo e como é o processo, pois entendemos que será
muito importante para o Brasil e, como eu disse antes, porque qualquer conversa
que está ocorrendo para legalizar algum tipo de jogo no país é importante para
nós e nós o apoiamos. É por isso que fomos saber qual era a situação da Lotex e
para estarmos preparados no futuro se eles precisarem dos nossos serviços.
Como
você vê 2018 para o setor de jogos?
Eu acho que será um ano interessante. Na América
Latina, existem vários países com eleições, o que às vezes retarda os processos
e o progresso. Mas, por outro lado, em jurisdições que já fizeram progressos na
regulamentação, veremos os frutos do trabalho que foi feito para operadores e
fornecedores. E a isso se somarão com certeza os desafios que as mudanças
políticas podem trazer certamente.
Fonte: GMB