Falando no evento EGR Power Latam em Montevidéu em
fevereiro, eu comentei que não vejo nossos congressistas suficientemente
motivados para votar uma das leis que regulariam o jogo brasileiro.
O Governo Federal, a Câmara dos Deputados e o Senado parecem
todos concordar com a regulamentação - neste momento sabemos que vai passar -,
mas quando isso vai acontecer permanece uma questão em aberto.
Há várias razões para o lento progresso, mas uma das mais
significativas tem sido a falta de quórum em múltiplas sessões de ambas as
casas. Como é possível que um assunto tão importante seja repetidamente levado
a votar sem um quórum mínimo, ou não levado a votação antes do final de uma
sessão?
Atualmente, além da regulação do jogo, os legisladores no Brasil estão votando algumas questões muito controversas, incluindo revisões dos sistemas de pensão e tributação, medidas anti-corrupção e a regulamentação da maconha.
De todas estas questões em curso, as mais urgentes são as
medidas que manterão o paciente vivo; o jogo é um dos vários remédios possíveis
que ajudariam a estabilizar a economia brasileira durante este período difícil.
No entanto, a nossa sociedade não tem uma opinião de consenso sobre se o jogo é
um bom remédio, ou simplesmente um tipo diferente de doença e, embora
pessoalmente, eu sinto que os benefícios superam os custos, a opinião pública
ainda não está de claro acordo.
A percepção popular de uma atividade desempenha o papel de se
o público está disposto a pressionar os legisladores para sua legalização.
Quando você fala sobre a legalização da maconha, as pessoas imaginam cenas de
jovens em uma praia, uma fogueira, alegria e liberdade inofensiva.
Por outro lado, quando a questão do jogo é levantada, a
imagem evocada é uma imagem influenciada por Hollywood no estilo dos mafiosos de
Scorsese/DeNiro, corrupção, vício e ruína financeira.
Exatamente uma semana depois da minha palestra no EGR Power
Latam, o Globo, o maior jornal do Brasil e parte do maior grupo de mídia da América
Latina, publicou uma edição negativa do jogo.
Deixe-me compartilhar alguns destaques livremente
traduzidos: "Atrás de máquinas de slots ilegais, uma rede de criminosos
escondidos se fazem conhecer através de homicídios devido a disputas por pontos
de venda ... o jogo no Brasil sempre gerou um criminoso subterrâneo".
Depois de anos estudando diferentes países, seus sistemas de
jogo e mercados, é doloroso para mim ler esse tipo de absurdo, que está
completamente desapegado da realidade.
A mídia está descrevendo o mercado ilegal e erroneamente
afirmando que esse horrível quadro seria uma consequência inevitável da
legalização do jogo, quando, pelo contrário, é uma consequência da proibição do
jogo, assim como os EUA experimentaram com Al Capone e a proibição de Álcool no
início do século XX.
Diretamente após meu discurso em fevereiro, Bruno Dreux,
fundador e CEO da AMO, agência digital do Rio de Janeiro, observou que a
regulamentação do jogo "não é mais apenas um assunto legal ou
técnico".
Ele está certo, é um problema de mídia e precisamos de
pessoas como ele para ajudar a apresentar uma imagem positiva da indústria. O
público precisa saber que as pessoas que trabalham dentro desta indústria agem
legalmente e com integridade e alimentam suas famílias com dignidade.
No mesmo evento, Horacio Santoianni, diretor de operações da
Torre Torneos, sugeriu a formação de uma associação pan-latino-americana de
operadores, para ajudar as partes interessadas da indústria a encontrar uma
solução em conjunto.
Neste momento, os operadores que buscam o
potencial mercado brasileiro precisam encontrar uma maneira de levar o público
a entender sua visão, o que por sua vez ajudará a impulsionar os esforços para
legalizar a indústria e reforçar para o Congresso Nacional que a legislação de
jogo continua a ser uma das principais prioridades.
Fonte: GMB/Casino Review