JUE 28 DE MARZO DE 2024 - 05:53hs.
Witoldo Hendrich Junior, sócio fundador da Online IPS Brazil

“Meu palpite é que Rodrigo Maia paute a lei do jogo em maio na Câmara”

(Exclusivo GMB) - Após a malsucedida votação no Senado, Witoldo Hendrich, advogado e sócio fundador da Online IPS, afirma que esse resultado não o surpreendeu. “Agora, a responsabilidade de lidar com isso é toda da Câmara. Pelo que eu converso por aí, a lei do jogo sai, sim, mas, vamos esperar maio”, disse Hendrich que se mostrou a favor de uma aprovação geral e não apenas dos cassinos.“Eu venho dizendo que a ideia dos resorts é de uma visão um pouco míope”, afirma.

GMB - Como você viu a votação no Senado do Projeto de legalização dos jogos, na semana passada?
Witoldo Heindrich - Para mim não foi nenhuma surpresa. Se vocês olharem, vão ver que eu não fiz um post sequer sobre aquela votação. Vi muita movimentação a respeito, todo mundo viajando e torcendo muito. Mas o resultado para mim foi de certa forma óbvio. O Senado conseguiu se livrar de uma pressão enorme que vinha sendo feita por inúmeros grupos de interesses antagônicos. Tem o pessoal dos Casinos em resort, tem o pessoal dos bingos e jogo do bicho e, ainda, os operadores online. Agora, a responsabilidade de lidar com isso é toda da Câmara. Um problema a mais para o Rodrigo Maia.

E quais os próximos passos para a indústria?
Precisamos seguir com o trabalho que vem sendo feito junto à Câmara. Ainda temos que tentar conciliar os interesses da Frente do Jogo com os da Comissão de Turismo, liderada pelo Dep. Paulo Azi, que quer ver os Cassinos aprovados no bojo de um novo marco turístico para o Brasil. É muito importante mostrar a eles que essa regulamentação capenga pode atrapalhar os interesses do país como um todo. Turisticamente, será ótimo. Mas o país não vive só de turismo. É óbvio que resorts geram muitos empregos, sobretudo na construção civil e na parte de hotelaria e serviços agregados. Em compensação, os jogos online vão empregar uma fatia da população que sofreu demais com a crise, a classe média. Uma empresa de jogos virtuais emprega engenheiros, estatísticos, matemáticos, contadores, advogados, designers, publicitários... nossa.. é tanta gente com curso superior que teria uma chance nessa indústria. Os jogos tipicamente pulverizados, como bingos e jogo do bicho, por outro lado, empregam uma camada mais humilde, mas também em grande quantidade e de forma forma muito mais abrangente em termos de território. Estamos falando de “binguinhos” no lugares mais distantes desse Brasil continental. Os resorts trariam empregos para poucas áreas, apenas. A diferença de conceitos é brutal. Por isso eu venho dizendo que a ideia dos resorts é de certa maneira uma visão um pouco míope do todo. Aliás, falei isso para o próprio Deputado, na visita que fizemos aos Cassinos de Lisboa, Estoril e Londres.

Qual sua expectativa de futuro em relação à regulamentação?
Acho que o Rodrigo vai pautar isso em maio. Mas é só um palpite. Enquanto isso, estou me esforçando para levar dois grupos de congressistas ao exterior. Um para Malta e outro para o Reino Unido. As negociações estão avançadas nesse sentido, mas ainda preciso dos convites oficiais das agências locais. Com muita conversa, conseguimos aprovar o convite oficial da Comissão Especial de Criptomoedas e Métodos de Pagamentos (para a qual fui indicado como especialista) para que a MGA venha ao Brasil. Infelizmente, eles não podem vir com o imediatismo que gostaríamos, pois estão atravessando mudanças por lá também. Houve modificação legislativa na Ilha e a MGA tem um árduo trabalho para desempenhar junto ao seu próprio Legislativo. Mas eles virão. Um pouco mais para frente, mas virão.

O jogo sai ou não sai?
Estou trabalhando com essa convicção há um bom tempo. Pelo que eu converso por aí, sai sim. Vamos esperar maio.

Fonte: Exclusivo GMB