JUE 18 DE ABRIL DE 2024 - 19:37hs.
Gilson Braga, superintendente de Loterias

“A Caixa está tentando verificar se existe uma possibilidade de reversão no caso da LOTEX”

(Exclusivo GMB) – Durante o BgC, Gilson Braga, superintendente de Loterias da Caixa Econômica Federal, falou com GMB sobre a decisão do governo de retirar a Caixa do leilão da LOTEX. Ele afirmou que o banco tentará reverter essa posição e quer que o governo ofereça condições iguais para a concorrência do novo produto. Braga também explicou os preparativos e as expectativas para a Dia de Sorte, loteria que será lançada em maio.

GMB - Qual a sua avaliação do BgC?
Gilson Braga - Considero o evento muito bom ainda mais aqui no Brasil onde nós temos poucas questões reguladas no mercado de loterias. Acho que todo o evento que traz pessoas qualificadas que possam apresentar como isso já acontece lá fora e como a regulamentação se dá em outros mercados para subsidiar a nossa regulamentação é muito importante. Você poder trocar essas informações e ter os subsídios necessários para aprimorar o entendimento da dinâmica desse processo, o que é muito benéfico para o país principalmente agora, quando estamos discutindo a regulamentação dos jogos no país.

Sobre a LOTEX, a Caixa está realmente fora do processo para ser um dos operadores? Como o banco vai lidar com o novo produto?
A nova versão do edital que saiu veda a participação da Caixa. É uma questão que não está no meio nível, é uma decisão de Presidência. Somos um órgão do governo e seguimos a questão do regulador. O que a Caixa está tentando verificar é se existe uma possibilidade de reversão para que possamos participar, pois é um mercado importante e um produto interessante e dentro do portfólio de loterias da Caixa, mesmo que não tenhamos exclusividade, mas que  possamos participar da comercialização ou até operar com uma empresa ou consorcio a ser formado.

Então, mesmo não podendo ser uma operadora, a Caixa está disposta a uma parceria para comercialização do produto LOTEX dentro da rede lotérica?
Essas são coisas que serão decididas ao longo do processo. A primeira intenção da Caixa era poder se consorciar com algum operador, já que nós não temos a qualificação para concorrer sozinha e participar do processo do leilão. Daí sim, no caso de vitória, a rede lotérica poderia ser um importante ponto de venda do produto junto com os demais canais que a loteria e o processo vão demandar. Se a possibilidade da Caixa participar em consórcio não acontecer, estudaremos o que vamos fazer posteriormente para verificar como se daria uma eventual cooperação. Mas é uma coisa a ser conversada posteriormente.

O Ministério da Fazenda, pela SEFEL, tem afirmado que a licitação da LOTEX irá ajudar na modernização do mercado de loterias e até mesmo ajudar as Loterias da Caixa a se desenvolverem e alcançar melhores resultados. Você também acredita nisso?
Gosto muito da loteria instantânea. Inclusive, guardadas as devidas proporções, acho que ela nasceu a partir dos próprios deputados, quando estavam criando opções para financiar o Pró-Fut, em conversas com a Caixa. Nós defendíamos um produto com um pay out como esse, pois sabemos que pay out igual ao que acontece no resto do mundo é o que realmente faz uma loteria crescer. Entendo que a modernização e a abertura são sempre benéficas e nós, da Caixa, não somos contra a concorrência. Gostaríamos de ter, nos outros produtos, as mesmas condições que estão sendo dadas agora, porque isso faria com que pudéssemos de fato concorrer com a loteria que esta sendo criada. Os pay outs das nossas loterias hoje são muito baixos e assim é impossível concorrer com uma LOTEX. Por isso acho que o governo precisa pensar na Loteria Federal, por exemplo, para poder resguardá-la, já que trata-se de um produto lotérico do próprio governo, do qual a Caixa é só um operador em seu nome. Acho importante, ao abrir o mercado, dar condições para que os produtos federais possam concorrer em igualdade de condições.

Aproveitando que o tema é crescimento, a Caixa está lançando um novo produto de loteria que é o Dia de Sorte. O que já pode ser dito sobre esse projeto? Ele está pronto e deve sair em breve?
Sim, o Dia de Sorte está pronto do ponto de vista de sistema. Já finalizamos toda parte de homologação e estamos baixando as novas versões nos nossos equipamentos nas lotéricas. Agora em maio deveremos ter o lançamento oficial da nova modalidade, embora não tenhamos ainda definido a data porque envolve questões de marketing.

 E qual a expectativa de retorno para esse novo produto?
A nossa expectativa é boa. Entendemos que ele é um produto que vai se posicionar muito próximo da Quina e da Lotofácil. É um produto com muitos prêmios intermediários e de troca, que fazem o produto se movimentar. Então, a nossa expectativa é boa de que teremos um produto muito ao gosto do apostador. Gostaríamos de operar outras loterias, mas enquanto não houver uma nova legislação, seguiremos fazendo o que podemos dentro da atual legislação.

Como deveria ser essa nova legislação a qual se referiu?
Uma nova legislação deveria envolver as apostas esportivas. Se existisse, poderíamos operar, pois temos plenas condições de desenvolver e criar produtos novos nessa área. Mas, hoje temos uma legislação muito limitada, então temos de desenvolver o que é possível dentro dessa realidade.

Fonte: Exclusivo GMB