Os empresários do Jogo devem cumprir com a sua parte

Acompanho a luta por um marco regulatório de jogos no Brasil, há um bom tempo. Nesse tempo tivemos situações distintas: bingos regulados, loterias estaduais funcionando, seguindo-se de momentos difíceis, de revogação da regulamentação dos bingos, ações de inconstitucionalidade contra as loterias estaduais, liminares judiciais, revogação de liminares, e, o período que se seguiu até o presente fechamento total dos chamados jogos de entretenimento.

O tempo e as intempéries seriam suficientes para aprendermos. Mas, parece que as experiências dolorosas não tiveram o condão de nos trazer amadurecimento. Ações abnegadas de uns poucos resistentes encastelados na ABLE, ABRABINCS, IJL, mantiveram essa chama acesa.

No entanto, setores empresariais interessados no grande mercado brasileiro não se deram conta que o assunto padece de um déficit de imagem que precisa ser trabalhado, sob pena de toda vez em que se está prestes a ter uma decisão legislativa a respeito, se levanta uma onda de reações, baseada em velhos argumentos, que se não são válidos, não foram devidamente atacados em termos de formadores de opinião e da própria opinião pública.

Todos os processos polêmicos que assistimos nesse tempo- regulamentação dos transgênicos, campanha do desarmamento- tiveram um trabalho profissional para tratar da comunicação voltado a transformar a imagem negativa criada em torno desses setores.

Ambos os setores lograram bons resultados: os transgênicos foram regulamentados e o desarmamento não incluiu o fechamento das fábricas de armas. Os empresários interessados em.explorar jogos no Brasil, não enxergam essa necessidade ou a encaram como responsabilidade de outros.

Quando propostas de regulamentação começam a dar sinais de viabilidade; o tigre reaparece. E tigre é sempre tigre: faz estragos.

Espero, sou um otimista renitente, que essas manifestações do Jornal Nacional, Associação dos Magistrados, Ministério Público, despertem a consciência dos nossos empresários para o fato de que nesse processo cada parte tem sua tarefa: os empresários, associações mostram às vantagens de uma regulamentação para o país; os políticos colocam o assunto em pauta nas casas legislativas. As polêmicas tem que ser enfrentadas pelo setores interessados.

A experiência mostra que se o assunto se mostra muito cabeludo, os políticos os colocam na prateleira e deixam para depois.

SEAR JASU DE SOUSA MASCENA VERAS*