GMB – Antes de falar de mais uma
etapa do BSOP, gostaria de sua análise sobre o atual momento do poker no
Brasil, especialmente após a realização do BgC, em que foram discutidas
diversas possibilidades para a aprovação de uma lei ampla para o jogo no país e
o poker também foi alvo das atenções.
Igor Federal – O congresso mais uma
vez se mostrou importante para o poker. Há alguns anos temos marcado posição a
respeito da importância do poker, mas não existe um resultado efetivo e
imediato a partir de um congresso. Nem é isso que se espera. O congresso veio
para criar a cultura da indústria do jogo no Brasil, oferecendo ao país
informações sérias e consistentes sobre o setor, apresentando as melhores
práticas de todo o mundo onde o jogo é regulamentado, mostrando o tamanho do
mercado, seja no âmbito de cassinos, bingos, jogos on-line etc. Isso tem de
ficar claro e o quanto o setor pode trazer de entretenimento, turismo e
impostos. Não se faz um congresso para conquistar uma lei no dia seguinte. O
congresso tem como objetivo construir o consenso nacional. Dentro deste
contexto, o poker é o único jogo que até o momento conseguiu se firmar como uma
atividade legal no Brasil. Por isso colaboramos com as demais atividades por
entender os benefícios reais que a regulamentação pode oferecer ao país.
O congresso conseguiu apontar para a sociedade tudo isso?
Na somatória do congresso e do esforço de toda a
indústria, esta mensagem tem sido passada para os formadores de opinião e para
os legisladores. Infelizmente o país passa por uma crise política grave, que
dificulta o avanço, mas em breve poderemos comemorar esta conquista.
Agora falando de mais uma etapa do BSOP, que avaliação você faz
sobre o número de inscritos e o tamanho desta atividade?
Em termos quantitativos, foi um crescimento
significativo, já que estamos passando também por uma crise econômica e tivemos
10% mais inscritos, o que mostra a pujança do poker. Analisando a etapa,
tivemos mais de 1.500 jogadores no evento principal e somando todos eles,
chegamos a mais de 4 mil inscritos. Nosso evento é um gigante para a história
do poker no país.
Teremos em breve a etapa de Foz do Iguaçu, que marcará a centésima
edição do BSOP. Como tudo está sendo organizado?
A etapa de Foz de Iguaçu será um marco. Será a de número 100, ao longo de 12
anos de muita luta. Estamos muito contentes com isso e nos orgulhamos de ser o
segundo maior torneio de poker o mundo em termos de field e o maior do
hemisfério sul, o que demonstra o quanto o Brasil é uma força na atividade. É
motivo de celebração. Para isso, estamos materializando todas essas conquistas
no evento de Foz de Iguaçu, quando faremos uma mesa para os 99 campeões
anteriores, que participarão do Free Roll, em que não pagarão inscrição e
receberão prêmios oferecidos pelos nossos patrocinadores, como a Poker Stars.
Ou seja, o BSOP consolidou mais ainda o poker no Brasil.
Isso mesmo... Trouxemos para a mesa profissional
uma paixão brasileira que ficava restrita a poucas pessoas ou a jogadores
on-line. O BSOP vai celebrar esse avanço que o poker alcançou no país.
Falando em poker, São Paulo vai sediar, em breve, o Circuit Brazil
do WSOP. Que avaliação você faz disso, ainda que não seja um evento organizado
sob sua coordenação?
É extremamente positivo. Os organizadores são meus
amigos pessoais e mais do que as questões corporativas, isso representa a
chegada de um grande torneio mundial ao Brasil. A parte concorrencial é
desprezível se olharmos sob o ponto de vista da satisfação que nos dá ver o
Brasil atraindo eventos mundiais. Tenho colaborado em alguns aspectos para que
o evento seja um sucesso e mostre a força do mercado brasileiro.
Fonte: Exclusivo GMB