Identificando-se como um ‘otimista’, Witoldo Hendrich Jùnior, Sócio Fundador do escritório de advocacia brasileiro Hendrich Advogados, afirmou que “o jogo finalmente foi colocado na ‘Agenda Brasil’- tornando-se um mandato-chave da economia para o congresso cumprir”.
Hendrich apontou para a confirmação do mês passado pelo governo brasileiro de que o banco de desenvolvimento social BNDES lideraria o desenvolvimento das estruturas legislativas e regulatórias do mercado.
“O que o BNDES vai fazer é mostrar ao governo qual é o melhor ambiente, as melhores regras, práticas, o que precisa ser mudado e como as atividades podem ser reguladas para garantir que o Brasil tenha um mercado de jogos de azar seguro para o futuro”, disse Hendrich Jr.
No entanto, apesar do tom positivo, Hendrich destacou que o Brasil ainda se encontra em uma fase bastante inicial de seu processo regulatório. Além disso, quaisquer recomendações do BNDES serão encaminhadas ao governo e ao Congresso para serem transformadas em lei.
A Colômbia é o garoto-propaganda do iGaming latino-americano e Fernanda Sainz, da Caliente Interactive, destacou a necessidade do México seguir um caminho semelhante. Porém, como costuma ser o caso, a indústria precisa ser mais proativa na educação de reguladores e governos quanto ao potencial do jogo regulamentado.
Ao procurar entrar no mercado latino-americano, uma abordagem localizada é fundamental, com JD Duarte da Betcris destacando as principais diferenças em toda a região. A proximidade do México e do Panamá com os Estados Unidos mostra um maior apetite pela NBA e pela MLB, enquanto os coloquialismos variam de país para país, o que significa que o conhecimento local é a chave para o sucesso. Um exemplo disso é a terminologia das apostas, com uma Parlay Bet mudando de nome em toda a região.
A diferença de cultura também foi enfatizada, com o banco online e os pagamentos sendo um conceito estranho para muitos na região. Alessandro Fried do BtoBet detalhou sua recente integração dentro do popular aplicativo Rappi, que tem nove milhões de usuários somente na Colômbia, citando este como o tipo de inovação necessária para superar os obstáculos culturais nesses mercados emergentes.
Enquanto isso, Alessandro Valente, da Super Afiliados, destacou a integração dos códigos QR na publicidade na TV como mais um exemplo de inovação impulsionada por fatores locais.
Tomás García Botta, sócio do MF Estudio, explicou que a Província de Buenos Aires aprovou sua legislação em janeiro de 2019 e, diferentemente do Brasil, realizou uma licitação que contou com 14 candidatos que apresentaram propostas comerciais, concorrendo a sete licenças a serem outorgadas pelas autoridades.
“Enquanto isso, a cidade de Buenos Aires, por outro lado, adotou uma abordagem diferente, colocando requisitos financeiros muito mais baixos. É relatado que cinco companhias entraram com pedidos”, disse Garcia Botta.
Compartilhando frustrações comuns da LATAM, Gonzalo Pérez, CEO da operadora peruana de apostas esportivas Apuesta Total, destacou que os representantes do mercado peruano estavam esperando por dois anos no congresso para finalmente implementar o mandato da estrutura de jogo online aprovada.
A paralisação do Congresso deixou o mercado operando em uma zona cinzenta, na qual o mercado peruano viu um novo sportsbook online lançado a cada mês - posteriormente visando consumidores de forma bastante agressiva.
Após avaliações contundentes da Argentina e do Peru, o painel se voltou para a brilhante da América Latina, a Colômbia, onde Rodrigo Afanador, CEO da Zamba.co, acredita que a maturidade do mercado fará com que as apostas esportivas colombianas entrem no próximo estágio de seu desenvolvimento.
Contra o ceticismo de outros mercados latino-americanos, Afanador afirmou que o governo colombiano e a agência reguladora ColJuegos "desde o início sempre levaram a sério a responsabilidade de regular as apostas esportivas".
Fonte: GMB / SBC