Games Magazine Brasil - Com quais expectativas começa 2021, depois de um ano passado no esquecimento?
André Gelfi - Eu diria que 2020 foi um ano inesquecível. A empresa e o nosso time cresceram, tanto no Brasil assim como globalmente, aqui passamos por um processo de migração de plataforma bastante importante e mudamos de marca. Todos esses elementos foram uma preparação para a construção da marca Betsson no mercado brasileiro. Já estamos presentes por aqui, por meio do nosso negócio onshore em parceria com o Jockey Club do Rio Grande do Sul. 2021 será um ano de muito trabalho e expectativa, a fim de aumentar o brand awareness da Betsson no mercado local. Além disso, temos um projeto bem ambicioso em andamento, que será lançado muito em breve.
Sua empresa está mais bem preparada do que antes para enfrentar os surtos ou a continuidade da pandemia? Haverá uma mudança de estratégia?
Seguimos a perspectiva do início de 2020: temos praticamente o mesmo plano de negócio, que já avançou bastante. Agora em 2021 vamos lançar um novo vertical no mercado brasileiro, em linha com nossa aposta de longo prazo. A pandemia nos trouxe desafios, claro, nos fez reaprender a nossa forma de trabalhar, mas não passamos por nenhum ajuste estratégico durante esse período.
A migração da plataforma foi um passo importantíssimo e nos permitiu fortalecer nossa proposta de valor aos clientes brasileiros. Hoje, temos uma oferta maior e ferramentas até então inéditas, como por exemplo as funcionalidades e conteúdo referentes ao jogo responsável. Nossa tecnologia proprietária atende a todos os requisitos dos mercados regulamentados da Europa e já adiantamos essas questões para possíveis pedidos do governo brasileiro. Aqui no Brasil o nosso produto já reúne o que há de mais moderno com relação a apostas responsáveis. É possível estabelecer limites para as apostas que são feitas e também identificar comportamentos que podem ser considerados de descontrole ou compulsão.
O Grupo Betsson se preocupa com a sustentabilidade do negócio. Temos uma equipe local e um negócio licenciado no Brasil. Temos eventos esportivos acontecendo em média a cada cinco minutos e disponíveis para apostas hípicas. Pagamos milhões de reais em prêmios mensalmente.
Em quais projetos / ideias a Betsson está trabalhando para lançar neste ano?
Como mencionei acima, estamos trabalhando em um projeto inédito que será lançado em breve. Não é um projeto trivial e temos uma equipe grande envolvida no projeto, tanto no Brasil nas áreas de marketing, operações e atendimento ao cliente, quanto no exterior, com o desenvolvimento do produto em si e sua integração tecnológica. Estamos entusiasmados, pois além de inédito, é um projeto bastante desafiador para a equipe da Betsson e também para os parceiros envolvidos.
Acredita que a penetração do jogo online aumentará enquanto o físico manterá suas limitações de entrada de público?
O jogo online já era uma realidade pré-pandemia e apresentava um crescimento consistente ao longo dos últimos 15 anos. Assim como em outros mercados, a chegada do coronavírus acelerou a digitalização como um todo e as pessoas adotaram novos hábitos que devem permanecer. Mesmo com a volta da vida presencial, esse costume deve ser mantido. A Betsson já possuía esta visão preponderantemente digital. A empresa iniciou as atividades como jogo offline, mas hoje, todo o foco estratégico é no online. Ou seja, nós já estávamos preparados para essa conexão com a nova realidade.
Você acha que neste ano no Brasil haverá uma decolagem definitiva em direção a um mercado regulado de jogos de azar? A presença / investimento da sua empresa crescerá no país ao longo de 2021?
O cenário base é de que a curto/médio prazo a regulamentação das apostas esportivas vá acontecer. As últimas atualizações públicas indicam que deve ser em julho deste ano e trabalhamos com essa perspectiva. Esta é uma tendência da região - recentemente, conseguimos uma licença na província de Buenos Aires, já Chile e Peru estão discutindo a regulamentação dos jogos online. A tendência dos jogos online existe, está colocada e a regulamentação é mais uma peça dessa engrenagem. Precisamos dessa regulamentação para que o crescimento não seja comprometido. E, por outro lado, as autoridades e governos hoje entendem essa atividade como passiva de tributação, de arrecadação e de melhoria das contas públicas. Vemos um contexto macro favorável para que a regulamentação aconteça a curto e médio prazo. A aquisição do Suaposta pela Betsson já é parte dessa estratégia. Foi uma forma de acelerar o mercado brasileiro antes mesmo da regulamentação.
Fonte: Exclusivo GMB