“Temos restrições porque vemos o que acontece internacionalmente”, disse o Vice-Presidente Sênior de Fantasy Games da NBA, Scott Kaufman-Ross, durante o Simpósio Sports Capital que aconteceu nos Estados Unidos. De acordo com o executivo, a liga tem observado o que acontece nas principais ligas de futebol da Europa.
“A Itália e a Espanha são mercados onde há proibição de todos os anúncios de apostas esportivas. O Reino Unido tem uma proibição à publicidade que vigora durante a realização da partida. Está chegando a hora que eles vão ter que tirar as marcas das camisas”, completou Ross, que continuou:
“Estamos apenas monitorando tudo isso e sendo cautelosos [...] não achamos que era a hora certa para abrir o patrocínio naquele cenário. Algumas ligas são mais permissivas em algumas coisas e menos em outras. Não julgamos ninguém pelo que procuram fazer. Não achávamos que era o momento certo para a NBA, e veremos para onde vamos a partir daí”.
Desde 2018, os Estados Unidos começaram a permitir a atuação de empresas de apostas no esporte e, consequentemente, no patrocínio esportivo. A NBA foi a primeira das grandes ligas a acertar um patrocínio com uma empresa do gênero, em acordo com a MGM Resorts, em julho de 2018.
Recentemente, a NHL encerrou uma investigação sobre o jogador Evander Kane, do San Jose Sharks, que havia sido acusado de apostar em jogos da liga por intermédio de sua ex-esposa, Anna. A liga anunciou que não havia evidências de que Kane arranjou o placar dos jogos investigados. O caso, porém, reacendeu o debate sobre até onde vai o limite para a relação entre apostas e o esporte.
A NBA permitiu que times como o Washington Wizards e o Phoenix Suns tivessem marcas de apostas esportivas como patrocinadoras em suas arenas, mas não autorizou a exposição na camisa de jogo. Para Kaufman-Ross, porém, proibir as apostas não seria uma solução.
“Se você tornar [o jogo] ilegal, as pessoas encontrarão uma maneira de fazê-lo ilegalmente. E é por isso que mudamos de posição. Olha, ainda acreditamos que as apostas representam riscos fundamentais para a integridade dos nossos jogos. Isso continua sendo verdade. Mas o que descobrimos é que a proibição federal sobre isso serve apenas para empurrar essa atividade para a clandestinidade. Ela não elimina essa atividade, apenas a empurra para um lugar onde não podemos monitorá-la e não há transparência”, complementou o executivo.
Atualmente, a NBA tem até inscrições nos vestiários dos jogadores relembrando-os para não apostarem em jogos. A liga tem um trabalho completo de monitoramento da relação dos atletas com as apostas com o objetivo de evitar combinações de resultados.
Fonte: Máquina do Esporte