Alesssandro Valente, cofundador da Super Afiliados e organizador do BiS, comentou a grande repercussão que a atividade tem no Brasil, como forma de introduzir cada um dos painelistas.
Assim, Fernando Garita, diretor de desenvolvimento de negócios da Betcris, comentou que o perfil do jogador brasileiro é diferente daqueles de outros países latinos. “Os brasileiros são muito mais ativos e se envolvem bastante com as discussões sobre apostas assim como na busca por entender odds e analisar todas as oportunidades”, comentou.
Juan José Mantese, Diretor para a América Latina da Meridian Gaming, concordou com a descrição de Garita sobre as características do jogador brasileiro e complementou que ele está cada vez mais profissional e engajado, utilizando toda sua habilidade em todo o processo de apostas. “Além disso, gostaria de destacar que o Brasil está bem avançado nas questões mais técnicas e de métodos de pagamento, o que facilita a conquista de clientes e uma boa operação de qualquer operador no país”, disse.
Garita reforçou a necessidade de o Brasil regulamentar as apostas esportivas “porque aí sim o mercado irá crescer exponencialmente. Hoje, sem a regulamentação, muitos operadores não chegaram ao país. Vemos o exemplo do México, onde a regulamentação fez o setor ter um boom. Agora, no BiS, com a indicação de Gustavo Guimarães, da Secap, de que a regulamentação chegará logo, vai fazer com que ainda mais operadores cheguem ao país para oferecer produtos de ponta”, definiu.
João André Franco, CEO da EstrelaBet, comentou que durante três anos trabalhou em um segmento de apostas offline, “mas operar online, com regras claras e seguras, dá toda a certeza ao apostador de que está em um site seguro e que o protegerá sempre. Ainda assim, não descarto a operação física, mas para que seja um ponto a mais de contato, de reforço de marca e para adicionar uma opção a mais para o apostador”, analisou.
Franco comentou que o modelo atual, online, já vingou e trazer o cambista para a oferta das casas de apostas é uma forma de trazer uma parcela dos trabalhadores para a legalidade e segurança que um sportsbook garante.
Garita disse que essa questão é fundamental para reforçar ainda mais a confiança que as apostas esportivas já oferecem ao mercado.
Para Mantese o formato físico no formato existente em Londres, com diversas lojas de apostas, não é muito comum na América Latina, “mas é possível que um dia essa realidade mude, pois atualmente um ponto físico acaba operando apenas para saque de apostas vencedoras”, comentou o diretor da Meridian, que opera em 27 países com pontos físicos em vários deles.
Uma loja bem preparada para dar uma série de serviços ao cliente pode prosperar, mas se ela ficar apenas recebendo uma ou outra aposta e efetuando pagamentos, não terá muito espaço para crescer, afirmou.
Valente indagou aos painelistas como estão as operações em outras modalidades além do futebol, já bastante explorado especialmente no Brasil.
Garita comentou que está em diversos mercados onde o futebol também é o esporte preferido, “mas temos experiências muito interessantes e com resultados positivos em algumas jurisdições com a oferta de tênis, eSports e esportes menos tradicionais. Essa é uma tendência pelo crescimento da atividade e da oferta de jogos, assim como o metaverso está batendo à nossa porta e logo entrará nas discussões temas ligados a isso, assim como a realidade virtual já vem sendo pensada por operadores de cassinos”.
O executivo da Betcris acredita que ainda levará tempo, “mas não duvido que em algum momento o cliente entrará em um cassino ou casa de apostas digital em 3D, como se estivesse entrando em um cassino físico”, comentou.
Franco voltou à questão dos eSports, que é “uma vertical de apostas que vai continuar a crescer. Há alguns anos, quem jogava muito era ‘nerd’ mas hoje quem não joga está atrasado. A geração dos eSports está apostando e ao mesmo tempo a atividade em si é um mercado para apostas que tem ainda bastante espaço para crescer. Os operadores vão precisar aprender a falar melhor com esse público para oferecer-lhe uma boa experiência de apostas”.
Mantene explicou que a Meridian vê o futebol ainda como o mais importante esporte, mas destaca que especialmente nos Estados Unidos o futebol americano se destaca e até mesmo em outras jurisdições também há muito interesse por esse esporte.
“Não podemos esquecer, mas os eSports e o tênis de mesas começaram a crescer com a chegada da pandemia de covid-19. O lockdown provocou isso e os operadores perceberam a possibilidade de ampliar suas ofertas para atender a esse segmento”, lembrou o executivo.
Valente disse que os operadores são responsáveis por desenvolver novas modalidades de apostas. “Vocês são geradores de demanda por novas ofertas”, decretou. O moderador questionou os painelistas sobre como vem sendo desenvolvido o atendimento ao cliente no Brasil, já que os operadores nem sempre tropicalizaram suas operações.
Fernando Garita disse que a tropicalização é fundamental e sem isso, o sportsbook terá problemas. “Nossos clientes brasileiros querem tirar suas dúvidas ou falar conosco em seu idioma nativo e bem atendido. É isso o que oferecemos e é onde o apostador vai estar. Algumas casas europeias tentaram vir para a América Latina sem esse conceito e não progrediram no mercado”, comparou.
Franco reforçou que é uma área de extrema importância e, “como estamos no Brasil, fica mais fácil a operação e o atendimento ao cliente. Mesmo assim, buscamos sempre aprimorar nossos serviços e garantir que o atendimento ao cliente supere sempre suas expectativas. É assim que se conquista um cliente e a EstrelaBet adota essa filosofia para crescer no país”.
“A tropicalização é uma obrigação, assim como o atendimento ao cliente local é fundamental para a conquista e fidelização de clientes, além de métodos de pagamento rápidos, seguros e confiáveis”, determinou Juan Jose.
Valente questionou como acontece a migração ou conquista de clientes que entram para fazer apostas e passam a utilizar também as ofertas de cassino.
Fernando Garita comentou que a Betcris tem ferramentas e ações de conquista de apostadores de jogos de cassino que entraram no site para realizar apostas esportivas. “Alguns acabam fazendo também apostas em ofertas de cassino, mas temos um CRM focado em atrair nossos clientes para a área de cassino, como uma oferta adicional de entretenimento”, disse.
Mantese acredita que no caso da Meridian, apenas 10% dos clientes estão nas duas verticais. “Não é fácil fazer o cross-selling, pois são públicos muito diferentes. Tanto é assim que tratamos dessa forma, com equipes de atendimento distintas e ações de marketing focadas para cada uma das verticais”, contou.
Fonte: GMB