Há alguns anos, o tema apostas esportivas tem avançado em relevância. Seja pela Legislação que está pronta, mas ainda pendente de regulamentação pelo Congresso Nacional, seja pelo aumento do volume de investimentos de sites de apostas no esporte brasileiro.
Obviamente, há outros itens que trazem relevância para o tema, como geração de empregos, impostos, preocupação com a saúde financeira e mental dos apostadores, etc. Mas o que salta aos olhos mesmo é a presença maciça de marcas e sites de apostas patrocinando o esporte, competições e transmissões também.
Como não poderia deixar de ser, o futebol leva quase 100% desse investimento. A razão para isso é largamente conhecida, ou seja, o futebol é o primeiro em preferência e consumo na mídia. Além de abocanhar mais de 65% de todo conteúdo gerado em transmissões e reportagens em TV. Quando o quesito é valor dessa mídia o tamanho do futebol no bolo aumenta para 75%. Tudo isso porque cerca de 90% dos brasileiros diz ter algum time do coração. Esses são dados históricos produzidos pela Informidia e Nielsen Sport Track em 2013. Dificilmente esses números mudaram ao longo dos últimos anos.
Mas o que isso tem de relação com Construção de Marca? Tudo. Como são marcas novas, desconhecidas, em sua imensa maioria, precisam de muita visibilidade para que, comecem a ser percebidas, lembradas, desejadas e, por fim, consumidas. É o velho funil de compra, comum a todo e qualquer segmento de mercado.
Escolher o futebol e seus números robustos, conforme vimos acima, parece ser garantia de sucesso, algo como 100% de probabilidade de dar certo. Em tempo, vale lembrar que, até em águas calmas, construir uma marca, torná-la lembrada, desejada e consumida, leva tempo, investimento, criatividade, comunicação integrada e algumas pitadas de sorte também.
Nesta linha, acessamos o Especial Apostas Esportivas da Edição 2020 da Sport Track.
O estudo anual da Consultoria em Gestão e Marketing no Esporte mostra que, na pergunta sobre lembrança de marcas de sites / empresas de apostas, 119 marcas foram citadas pelo total da amostra. Ainda do total de respondentes, 16% dizem fazer apostas esportivas. Estas apostas são feitas em um total de 59 sites / empresas de apostas diferentes, ou seja, em termos totais há muita lembrança e pouca conversão em consumo.
No ranking top 10, há coerência entre as que foram lembradas, depois consumidas. Algumas têm excelentes índices do que chamamos “penetração”, ou seja, o percentual de consumo é muito similar ao de lembrança.
Ainda no top 10, já nas posições mais baixas, percebe-se inconsistência das marcas e pulverização do índice de penetração. Isso leva a crer que o território futebol pode apresentar certa saturação, mesmo mantendo seus benefícios já citados.
Dando uma olhada no mercado, nas transmissões de partidas de futebol, é comum vermos até 7 marcas com visibilidade em um jogo. Uma em cada clube, 3 ou 4 nas placas e tapetes e 1 nas na mídia tradicional da transmissão.
O fato destas marcas serem ainda desconhecidas, aliada às outras tantas marcas expostas, pode estar diluindo a retenção do fã, logo, seu consumo.
Os números acima podem apontar um futuro promissor, na medida em que as apostas forem regulamentadas, o Brasil se consolide ainda mais como uma estrela digital (consumo de internet, compras pela rede, horas de navegação) e a cultura de fazer apostas esportivas se espalhe no mercado.
Resta saber algumas coisas: todos vão seguir navegando no oceano futebol ou buscar novas águas, mais calmas? Quanto tempo e fôlego esse mercado terá? E quais são os números do especial Apostas Esportivas da Edição 2021 da Sport Track? O Estudo já está no forno. Confrontar as edições 2020 x 2021 será essencial para termos unidades de crescimento e track rercord histórico do setor e seus indicadores.
E, por fim, Construção de Marca no mercado Apostas, afinal, quais são as probabilidades (odds)?
Rafael Plastina
CEO da Sport Track
Fonte: MktEsportivo