JUE 28 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 23:33hs.
Contra a ordem do governo local

Clubes e FPF dizem que vão recorrer à Justiça para Paulistão não parar

Os clubes e a Federação Paulista de Futebol decidiram se rebelar contra a ordem do governo paulista de parar as atividades não-essenciais no estado para tentar conter o pior momento da pandemia do coronavírus, em que mais de 500 mortes diárias ocorreram em São Paulo nesta semana. Em reunião virtual ocorrida na tarde desta terça-feira (16), a FPF e os clubes comunicaram ser contra a paralisação das atividades e disseram que vão recorrer à Justiça para que o Paulistão não seja paralisado.

“A FPF está trabalhando em conjunto com a CBF, com outras Federações e autoridades locais para agendar as partidas em outros Estados. A partir da falta de argumentos científicos e médicos que sustentem a paralisação das referidas rodadas neste momento, os clubes delegaram à FPF também a possibilidade de judicialização do caso para garantir a continuidade da competição no Estado de São Paulo neste período de Fase Emergencial”, afirmou a entidade em nota oficial divulgada às 16h50.

A decisão foi tomada após o plano de mandar jogos para Minas Gerais ter caído por terra com a decisão do governo mineiro de decretar a fase roxa em todo o estado a partir de quarta-feira (17). Nela, hotéis não podem receber turistas e todos os serviços não-essenciais ficarão fechados. O duelo entre São Bento e Palmeiras, que seria realizado na noite de quarta no estádio Independência, foi suspenso com a decisão.

A medida da FPF e dos clubes é mais uma tentativa de pressionar o Ministério Público Estadual a aceitar o protocolo de segurança criado pela entidade para tentar manter a disputa de jogos no estado, mesmo com a entrada da região na fase emergencial da pandemia. A FPF chegou a planejar a criação de uma “bolha” em que os atletas ficariam confinados, só se deslocando para os locais dos jogos, como a NBA fez em sua bolha na Disney, no ano passado, para terminar a temporada do basquete.

Confira a seguir a nota oficial da FPF:

A Federação Paulista de Futebol, os 16 clubes do Paulistão Sicredi – Série A1, os Sindicatos dos Atletas, dos Árbitros e dos Treinadores se reuniram virtualmente nesta terça-feira. Deste encontro, a FPF, os clubes e os Sindicatos se manifestam publicamente:
 
•    O futebol paulista é consciente da gravidade da pandemia de COVID-19 e, novamente, lamenta profundamente essa situação delicada que o país e o Estado de São Paulo se encontram;
 
•    Os 16 clubes do Campeonato Paulista, a FPF e os Sindicatos reforçam que o Protocolo de Saúde do futebol é extremamente seguro e a proposta apresentada ao Governo do Estado de São Paulo e ao Ministério Público Estadual, com esquema de “Bolha de Segurança”, garante um controle ainda maior na organização da competição em São Paulo. Assim como os demais segmentos econômicos que permanecem em atividade com restrições, o futebol deve seguir as mesmas condições, com funcionamento sem público e com este protocolo inédito entre todos os setores da sociedade;
 
•    Diante do decreto que determinou a paralisação das partidas das rodadas 5, 6 e 7 do Campeonato Paulista – Série A1 no Estado de São Paulo, os 16 clubes participantes da competição decidiram, de forma unânime e com apoio dos Sindicados dos Atletas, dos Treinadores e dos Árbitros, manter o calendário de jogos conforme previsto. Para cumprir esses compromissos, as medidas decididas por todos os participantes são:
 
1) A FPF está trabalhando em conjunto com a CBF, com outras Federações e autoridades locais para agendar as partidas em outros Estados;
 
2) A partir da falta de argumentos científicos e médicos que sustentem a paralisação das referidas rodadas neste momento, os clubes delegaram à FPF também a possibilidade de judicialização do caso para garantir a continuidade da competição no Estado de São Paulo neste período de Fase Emergencial.
 
A FPF e os clubes seguem à disposição de todas as autoridades públicas para encontrar soluções que atendam as demandas do setor, sempre prezando pela segurança de todos os profissionais do futebol.

Fonte: Máquina do Esporte