Com o início da temporada 2021 do Campeonato Brasileiro no último final de semana de maio, sete sites de apostas esportivas (Betsul, NetBet, Dafabet, Casa de Apostas, Galera.Bet, Sportsbet.io e Betano) passaram a ter suas marcas estampadas nas principais emissoras de TV do Brasil que transmitem os jogos do Brasileirão. Elas patrocinam 14 clubes da Série A.
Dentro das principais ligas de futebol do mundo, a Série A do Brasileirão é a que possui a maior quantidade de patrocínios de casas de apostas, com 14 presenças de marca em alguma parte do uniforme dos clubes. Essa cifra supera a registrada pela edição 2020/2021 da Premier Legue (10) e a La Liga da Espanha (7), o que indica o forte interesse que a indústria internacional tem pelo mercado brasileiro, legalizado e em vias de ser regulado.
No ano passado, também foram 14 os clubes patrocinados e sete as distintas casas de apostas. De qualquer maneira, os rebaixamentos e acessos modificaram o panorama e algumas marcas agora patrocinam equipes da Série B, enquanto outras aumentaram seus investimentos e confiança, entrando em mais uniformes na própria Série A. A maioria dos clubes recebe uma quota fixa como patrocínio e um valor variável a partir da inscrição e apostas de seus sócios-torcedores nos sites.
Com cinco, a Betsul é a empresa que mais clubes patrocina no Brasileirão 2021 (São Paulo, Grêmio, Ceará, Fortaleza e Chapecoense). Seguem, Galera.Bet com dois (Corinthians e Sport), Betano dois (Atletico Mineiro e Fluminense) e Dafabet, também com dois (Santos e América-MG). Além disso, o América Mineiro ainda conta com patrocínio do Keno Minas, modalidade lotérica mais importante no estado de Minas Gerais, um produto da Loteria do Estado e da Intralot.
Em seguida aparece a NetBet, com seu apoio ao Red Bull Bragantino, a Sportsbet.io mantém sua exitosa pareceria com o bicampeão Flamengo e a Casa de Apostas também continua com o Bahia.
Por enquanto, apenas seis clubes não contam com patrocínio de sites de apostas esportivas: Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, Cuiabá, Internacional, Juventude e Palmeiras. Nos bastidores, fala-se que dois deles estão prestes a fechar contrato com casas de apostas.
Além do patrocínio direto aos clubes, outras três empresas de apostas renovaram seu apoio ao torneio e também estão no Campeonato Brasileiro da Série A como anunciantes nos estádios com presença atrás dos gols ou em leds: Betcris, Bodog e Betfair.Net. A EsporteNetSP se soma neste ano a elas.
Embora as apostas esportivas não estejam regulamentadas, elas não são ilegais desde o final de 2018, quando foi aprovada a Lei 13.756/18. Agora cabe ao Ministério da Economia regulamentar a atividade para dar ainda mais segurança jurídica às casas de apostas, ao mesmo tempo em que será necessário que elas se estabeleçam de forma definitiva no Brasil, o que irá garantir o recolhimento de impostos sobre o setor.
Estima-se que existam atualmente mais de 450 sites de apostas operando no Brasil, todos com suas sedes no exterior, em função da falta dessa regulamentação. O BNDES está analisando as 38 inscrições recebidas para o Programa de Parceria de Investimentos e caberá a ele definir o modelo de concessão para a loteria de apostas de quota fixa.
Entretanto, como o STF acabou com o monopólio da União para a exploração de modalidades lotéricas por Estados e Municípios, alguns entes já estão elaborando seus modelos de operação e pode acontecer de as apostas esportivas também serem incorporadas às loterias já existentes ou a serem criadas, diante do novo marco jurídico, e as casas de apostas também se beneficiarem das operações descentralizadas.
O que se estima é que, sem a regulamentação, o Brasil deixa de arrecadar cerca de R$ 7 bilhões por ano. Como a regulamentação exigirá que as empresas sejam estabelecidas no país, há muita movimentação em torno da urgente definição de prazos para que os cofres do Tesouro contem com essa verba para a retomada da economia. Segundo especialistas do setor, com a regulamentação o Brasil estará entre dos três maiores mercados do mundo para as apostas esportivas.
Fonte: GMB