A própria Liga Portugal após um excelente trabalho desenvolvido com a NOS tem agora como naming sponsor e patrocinador principal um operador de jogo online.
A bwin que está prestes a entrar no mercado Português, e que começou a preparar a sua operação através do patrocínio da principal competição de futebol do nosso país. Com isto surgem dúvidas e preocupações. Mas é importante que se avalie a situação como um todo, e não nos deixemos levar por aquilo que são as primeiras impressões. Estará o copo meio cheio ou meio vazio?
Estamos, finalmente, a recuperar daquilo que foi um dos mais difíceis períodos da humanidade, com uma pandemia vivida à escala global, que afetou todos os setores e indústrias, penalizando-os nas suas receitas. O futebol, um pouco por todo o mundo, não foi exceção. Os clubes perderam muita daquela que era a sua receita, nomeadamente de bilheteira.
Vários clubes viram ainda os seus patrocinadores e acordos serem revistos ou até cancelados, pelo que a entrada de novos patrocinadores, da renegociação de acordos, deve ser encarada com uma forma positiva.
Devemos olhar para a entrada de operadores de jogo online - apostas esportivas e cassino - como uma mais-valia para os clubes Portugueses, que desta forma terão mais capacidade para crescer, o que irá tornar a nossa liga cada vez mais competitiva. Neste caso concreto, estamos a falar de valores por parte da bwin que rondam um investimento 7 milhões de euros o que representa uma boa receita para o futebol e, consequentemente, para a economia portuguesa.
Não é obviamente de descurar o tema do Jogo Responsável, ou os perigos que o vício do jogo online acarreta. No entanto, deve ser levado em linha de conta que o mercado português é regulado, e que todos os operadores desenvolvem de forma regular campanhas de sensibilização com o claro objetivo de proteger o apostador.
Em pleno período pandémico foi desenvolvido pelo SRIJ - Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos - um Manual de Boas Práticas com o objetivo de alertar para os perigos do Jogo Online e com isso proteger os mais vulneráveis, nomeadamente os menores.
Esse manual, bem aceite por todos os operadores, tem sido respeitado e levou a que a comunicação em TV, por exemplo, passasse para períodos pós-22:30. As campanhas de exterior são cada vez mais trabalhadas no sentido de as suas localizações serem escolhidas e escrutinadas de forma a estarem longe de locais frequentados por menores. E este ponto é de louvar. A autorregulação por parte dos operadores que transversalmente demonstram uma preocupação clara com a adição e o vício.
Quando olhamos para o cômputo geral percebemos as preocupações inerentes aos patrocínios a clubes de futebol por parte de operadores de jogo online. No entanto, deve ser notado que esta prática não acontece apenas em Portugal. Por toda a Europa com Inglaterra à cabeça vemos uma clara aposta por parte dos operadores.
Esta estratégia de patrocínios que permite estar presente no momento em que os apostadores estão concentrados no evento esportivo, e aí receptivos a receber mensagens parece-me ser positiva para o futebol. Permite que se comunique no momento certo, sem se entrar numa guerra de ruído que iria ser mais prejudicial para a população em geral.
Parece-me ainda que enquanto os operadores apresentarem preocupações com o Jogo Responsável, a bwin contribui com 1% do seu Gross Gaming Revenue para campanhas de sensibilização e proteção de jogadores, e saibam os limites responsáveis, que o investimento nos clubes de futebol é uma clara mais-valia para o futebol.
O futebol em Portugal terá assim a possibilidade de continuar a subir de nível, e tornar-se mais competitivo, mais interessante e aliciante para os Portugueses. E, claro, não podemos descurar as mais-valias que, naturalmente, incutirá na economia portuguesa.
Pedro Garcia
Head of Marketing da bet.pt