Em entrevista exclusiva para o GMB, Tomás Vaz de Carvalho, Gerente de Mercado Brasil da Better Collective, fala um pouco sobre a empresa, cuja “maioria da nossa receita vem ainda de marketing de afiliação”, e sobre o mercado brasileiro, que “será um muito interessante e apelativo para muitos stakeholders a nível global”.
Games Magazine Brasil - A Better Collective se apresenta como um grupo líder de mídia em apostas esportivas e plataformas educacionais para a indústria. Como exatamente explicar o que vocês fazem ao mercado?
Tomás Vaz de Carvalho - A Better Collective tem como visão dar mais poder aos apostadores através de transparência e tecnologia. Com o objetivo de concretizar esta visão, a BC gere um número de plataformas online, cada um com o seu valor único de produto (quer seja comparação de odds, prognósticos, análise de dados de apostas etc.) e tenta fazer com que os seus utilizadores fiquem mais bem informados e equipados quando desejam entrar no mundo das apostas esportivas, ou mesmo quando decidem apostar na sua equipe favorita. Para nós, transformar as apostas esportivas numa atividade justa, transparente e divertida é fundamental para tudo o que fazemos.
Vocês possuem praticamente 20 marcas, desde empresas de tips para diversos mercados, passando por companhias focadas em notícias para as áreas de eSports e fantasy games, até serviços de análise de dados e estatísticas e notícias sobre legislação. Como oferecer tantas informações e atrair o interesse dos usuários a esses dados?
De acordo com a minha experiência ao longo dos anos na Better Collective, há um fator que, na minha opinião, apesar dos largos avanços tecnológicos dos últimos anos, se manteve inalterado - “Content is king” (“Conteúdo é rei”). No fundo, quando um utilizador tem interesse num tópico, irá procurar conteúdo online sobre este e definir como seu fornecedor de conteúdo favorito aquele que tenha a informação mais relevante e apelativa. Com esta ideologia em mente, a BC tem investido de forma consistente em talento/recrutamento de alta qualidade, permitindo que os melhores profissionais de cada área do mundo das apostas esportivas estejam no comando dos nossos sites e criem o melhor conteúdo. Penso que esta filosofia é fundamental para criar a melhor marca em qualquer indústria, permitindo-nos atrair mais utilizadores.
Como conciliar questões de educação para a área de iGaming e jogo responsável com tantos sites de apostas se disseminando em todo o mundo?
Na minha visão, não há qualquer desafio em conciliar questões de educação e jogo responsável na área de iGaming porque, para mim, o tema do jogo responsável faz parte integrante da educação de um apostador, seja este(a) iniciante ou veterano. Tornar as apostas esportivas uma atividade transparente, justa e divertida, envolve educar os nossos utilizadores quanto ao fato de que existem riscos associados à prática das apostas. A BC vê as apostas esportivas como entretenimento, logo, vê o jogo responsável como um tema indispensável do nosso trabalho, e achamos que a área do iGaming só tem a ganhar quando outros participantes da indústria partilham desta visão.
Se pudéssemos resumir as principais características da Better Collective, poderíamos dizer que se trata de um grupo focado em marketing de afiliação. Como você vê a importância dessa atividade na área de iGaming e como oferecer ao mercado informações confiáveis?
Ao longo dos anos, a Better Collective cresceu e evoluiu rapidamente, e é por isso que hoje nos definimos como um grupo de mídia de apostas esportivas. Dito isto, a maioria da nossa receita vem ainda de marketing de afiliação. Como a maioria de nós sabe, neste momento existe uma disseminação muito grande de conteúdo de apostas, principalmente proveniente de afiliados. Precisamente por essa razão, é importante os afiliados terem a noção de que têm uma grande responsabilidade nas suas mãos. É fundamental tentar oferecer informação de confiança, correta e educacional aos utilizadores, pois só assim poderemos contribuir para uma indústria mais saudável e sustentável, onde tanto nós como os operadores e apostadores ganharão a longo termo.
Como atrair parceiros e oferecer uma plataforma ampla como a da Better Collective?
Não só os afiliados, mas também as casas de apostas estão cada vez mais conscientes de que oferecer conteúdo de alta qualidade e transparente é a chave para ter um negócio sustentável e bem-sucedido que atrai apostadores. Se mantivermos esta premissa em mente, acredito que continuaremos a ser um parceiro atraente para outras entidades desta indústria. Temos marcas e plataformas muito fortes em vários mercados, que são consideradas fontes de confiança por apostadores em cada um deles.
Que análise você faz do mercado brasileiro, que ainda aguarda a regulamentação da lei das apostas esportivas aprovada em 2018?
Não só para nós como certamente para outros, a notícia de que o mercado de apostas brasileiro será regulamentado foi positiva. Está comprovado que um mercado bem regulamentado permite que todos beneficiem da situação: o governo, operadores, afiliados, jogadores e patrocinadores, entre outros. Penso que este será um mercado muito interessante e apelativo para muitos stakeholders a nível global. No entanto, e como mencionado anteriormente, é importante lembrarmo-nos que temos uma grande responsabilidade perante o mercado e devemos fazer um esforço para assegurar que este cresça de uma forma saudável e sustentável, principalmente para os apostadores.
Qual a estratégia que vocês adotarão após a regulamentação da atividade?
Continuaremos a zelar pela transparência e pela alta qualidade de conteúdo e produtos que oferecemos. O nosso objetivo final será sempre o mesmo - tentar fazer com que a indústria das apostas seja mais justa, transparente e divertida para os apostadores.
Pretendem atuar isoladamente no Brasil ou se associar a alguma empresa de afiliação já consolidada no país?
De momento, estamos focados em crescer passo-a-passo com a indústria. Não queremos tomar decisões precipitadas e acreditamos que a chave para qualquer mercado emergente é tomar decisões sensatas, baseadas num planejamento estratégico a longo termo.
Fonte: Exclusivo GMB
