MIÉ 27 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 03:34hs.
Tendência

A disparada das apostas esportivas em competições femininas no Brasil

Na esteira do crescimento do consumo do futebol feminino, dados da plataforma Casa de Apostas mostram que o número de apostas neste tipo de competição aumentou 139% em 2022 em relação a 2021, mais de 95% delas relacionadas ao Campeonato Brasileiro Feminino deste ano. De acordo com a empresa, essa alta se deve ao aumento da quantidade de competições, de público, de patrocínios e de audiência do esporte, mas também da divulgação e da publicidade das empresas de aposta.

“A indústria cresceu como um todo, a visibilidade em torno das transmissões esportivas e redes sociais é maciça e, como não poderia deixar de ser, as apostas em torno destas competições também ganharam destaque”, afirma Hans Schleier, diretor de marketing da empresa.

Já para a empresa Esportes da Sorte, as apostas voltadas para disputas femininas cresceu três vezes neste ano quando comparado com o ano passado. “Toda a divulgação feita pela mídia é refletida neste retorno, além do que as semifinais do Brasileiro deste ano levaram quatro clubes com enormes torcidas, casos de Flamengo contra o Internacional e Corinthians contra o Palmeiras. Isso consequentemente colaborou para esses acessos”, diz Daniel Trajano, diretor comercial.

Regulamentação das casas de aposta

Apesar de legais no Brasil desde 2018, as casas de aposta não possuem regulamentação e, por isso, são registradas fora do país. A expectativa do setor era que elas seriam regulamentadas ainda em 2022, porém os planos foram prejudicados pelas eleições já que o tema jogos de azar desagrada a ala religiosa do candidato Jair Bolsonaro.

“Existe um entendimento de que logo após as eleições o governo federal finalmente regulamentaria o setor de apostas esportivas. Agora, com a ascensão de um grande grupo de parlamentares conservadores uma dúvida maior começar a pairar no horizonte. Se o governo Bolsonaro não fizer a regulamentação até o final deste ano, em 2023 o tema pode enfrentar dificuldades adicionais”, diz Eduardo Carlezzo, advogado que atua junto ao setor.

Carlezzo entende que a vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência pode ser um empecilho a mais para a aprovação da lei. “Não existe uma sinalização do que ocorreria com o setor durante um eventual governo de Lula, contudo é sabido que o PT não tem muito afeto pela desestatização de serviços públicos e empresas, o que em tese poderia ser um novo obstáculo para a regularização do setor caso ela não seja feita até o final deste ano”, diz ele.

Ainda assim, a discussão da regulamentação e a aprovação do texto do PL 442/91, conhecido como Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, pela Câmara dos Deputados, contribuem para o negócio no país, que vem crescendo e já patrocina grande parte dos clubes de futebol.

Outro segmento que ganha destaque é o de apostas na política. Entre a sexta-feira e o domingo da eleição, a empresa Esportes da Sorte registrou mais de 60 mil apostas unitárias no pleito presidencial.

Fonte: GMB