Apesar de não regulamentadas no Brasil, as casas de apostas vêm se tornando cada vez mais populares entre os brasileiros. Mesmo sendo voltadas, em sua maioria, para apostas esportivas, a corrida presidencial entre Lula e Bolsonaro despertou o interesse de diversos apostadores.
Essas métricas são chamadas de odds, que nada mais são do que a avaliação das casas de apostas e do mercado em relação à probabilidade de determinado evento acontecer.
Ricardo Bianco Rosada, CMO do galera.bet, patrocinador oficial do Campeonato Brasileiro masculino e feminino, do Corinthians e da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), explica que a base de cálculo em qualquer tipo de aposta é feita de maneira científica, seja ela em esportes, política ou qualquer outro mercado.
"É importante lembrar que as odds são dinâmicas e atualizadas em tempo real. No caso de apostas políticas no Brasil, as pesquisas eleitorais – que seguem a metodologia científica – são, de maneira geral, o principal indicador de probabilidade. No entanto, em alguns casos, é mais difícil estimar. Nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, por exemplo, o sistema de contagem de votos é diferente, com peso diferente para cada estado. Isso quer dizer que um único estado pode decidir os rumos de uma eleição", explica.
Rosada destaca que especialmente no Brasil, o hábito de apostar em eleição é novo e quase não existia em 2018, por exemplo. Segundo ele, essa consolidação já vem de algum tempo em outros países, mas o 'boom' se deu na eleição norte-americana de 2016, tornando-se um grande marco na história, e também com a votação do Brexit no Reino Unido quebrando recordes no volume de apostas realizadas, movimentando dezenas de milhões de dólares.
"Os dois casos chamaram a atenção especialmente porque tiveram resultados, de certa forma, inesperados. Em 2016, as odds mudaram drasticamente após a apuração na Flórida, que teve um cenário considerado surpreendente e decisivo no resultado das eleições em todo o país. Ao todo, a corrida presidencial nos Estados Unidos movimentou mais de 200 milhões de dólares em apostas, e o resultado surpreendeu muita gente", aponta.
Para todas as principais plataformas, existem grandes empresas de fornecimento de odds e uma das mais conhecidas e a maior do mundo nesse segmento é a Sportradar, que faz estudo estatístico e analítico, e posteriormente vende esse trabalho para todas as apostas de cotação do mundo.
"Depois disso, cada plataforma faz o seu trabalho em cima de um balizador próprio. Ainda assim, as pesquisas eleitorais são uma base forte para o cálculo, pois puxam cenários anteriores que não tem necessariamente a ver com o momento. Um exemplo: quantas vezes em uma eleição um governo de esquerda contra um de direita chegou a um mês da eleição com X por cento de aprovação e rejeição. Existe também o balanceamento por cada casa de aposta, que nada mais é do que a lei de oferta e procura”, acrescenta Daniel Trajano, diretor comercial da Esportes da Sorte, que possui em seu portfólio atletas como Matheus Cunha, da seleção brasileira e Atlético de Madrid, João Gomes, do Flamengo, e influencers conhecidos como Pedro Scooby e Nego do Borel.
Na eleição presidencial do primeiro turno, as casas de apostas pagaram, em média, odd de 1.47 para Lula e 2.50 para Jair Bolsonaro. Até por estar atrás, o fluxo de apostas no atual presidente da República, Jair Bolsonaro, foi maior, justamente porque muitos apostadores confiavam em ganhar mais numa eventual virada.
"As cotações funcionam exatamente como as tradicionais apostas esportivas: os favoritos acabam possuindo as odds mais baixas. Isso indica que há uma propensão maior desse fato acontecer. Por isso vemos, no cenário atual, algumas cotações bastante altas. Dizem respeito às chamadas "zebras". Essas cotações são geradas a partir de uma série de análises de provedores especializados em apostas, considerando toda a ambiência ao longo do período eleitoral", complementa Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas, empresa que é uma das principais anunciantes esportivas do Grupo Bandeirantes e patrocinadora máster do Bahia.
Agora para o segundo turno, o equilíbrio segue mantido entre os dois candidatos: no galera.bet, a odd é de 1.35 para Lula e 2.95 para Jair Bolsonaro. No Esportes da Sorte, a odd é de 1.33 para Lula e 3.05 para Jair Bolsonaro. E na Casa de Apostas, a odd é de 1.24 para Lula e 2.50 para Jair Bolsonaro.
"As odds refletem um cálculo de probabilidade e atuam como uma espécie de multiplicador do valor apostado. Isso quer dizer que, se um jogador faz uma aposta de, por exemplo, 10 reais em um evento com odds 2.5, ele receberá o valor apostado multiplicado pelas odds em caso de vitória. Neste exemplo, seriam 10 reais vezes odds de 2.5, totalizando um pagamento de 25 reais. Em resumo: quanto maiores as odds, menores as chances calculadas para aquele evento acontecer, e, portanto, maior o pagamento", encerra Ricardo Bianco Rosada, do galera.bet.
Fonte: GMB