O painel promoveu a reflexão sobre a região da América Latina e levantou debates sobre as possibilidades de criação de sinergias entre fortes operações digitais e não digitais. Outro ponto importante levantado foi sobre o comportamento do cliente e a análise de como as tendências de jogos estão crescendo em cada país, bem como os desafios mais comuns encontrados nos países da América Latina, como pagamentos e legislação.
E mais uma vez o Brasil apareceu no foco durante o painel “LatAm – Uma joia pronta para ser lapidada na indústria de iGaming”, que contou com a participação de Roberto Regianini (FBMDS), Thomas Carvalhaes (Vai de Bob), Alessandro Valente (Super Afiliados), Diego Salas (Altenar) e Peter Murray (Check).
Com as inúmeras possibilidades que a América Latina tem a oferecer na área de iGaming, os especialistas foram unânimes em afirmar que a região tem de destacado e despertado a atenção de players de todo o planeta.
O painel refletiu o que a realidade já mostrou, com os diversos países da região regulando as apostas esportivas e os desafios que alguns deles estão vivendo, como o Peru, que tem um projeto em andamento, o Chile, que também caminha para a regulamentação das apostas, a Colômbia, onde o setor está consolidado, e o Brasil, à espera da regulamentação da atividade.
Roberto Regianini, CEO da FBMDS, destacou a importância do Brasil no continente e o quanto o jogo online já está consolidado no país, ainda que à espera de regulamentação. Para ele, é fundamental que ela aconteça o mais rápido possível e que todos os players globais devem buscar parcerias locais para ampliar sua presença no Brasil.
Outro especialista com grande conhecimento do mercado brasileiro, Thomas Carvalhaes, diretor da Vai de Bob, declarou que não se pode falar em um único mercado quando se aborda a América Latina.
Para ele, cada país da região tem suas peculiaridades e deve ser encarado desta forma ao se abordar o continente. “A América Latina é muito grande e não pode ser tratada como um único mercado”.
Sobre o Brasil, disse que as empresas devem encarar o país como um continente, multifacetado, mas com grande potencial para se tornar um dos mais importantes do mundo na área de iGaming. “É preciso ter uma visão global com um foco na inteligência brasileira. O jogo foi proibido na década de 1940, mas existe e é muito forte. O que falta é educar o brasileiro sobre o novo momento que o país vive na área de apostas, com tutoriais em vídeo de maneira a consolidar de vez a atividade."
Alessandro Valente, cofundador e CEO da Super Afiliados, destacou a importância de parceiros locais para operadores interessados em iniciar suas atividades no Brasil. “O brasileiro é muito apaixonado por apostas e deve estar no foco dos grandes operadores. Ainda estão acostumados com o jogo ilegal, mas nada muda o seu perfil de apostador. Apenas destaco que até mesmo o suporte deve ser regional, uma vez que não basta um operador oferecer atendimento em língua portuguesa de Portugal. O brasileiro quer ser atendido no seu idioma, razão pela qual a localização é fundamental para a conquista de clientes”, afirmou.
Thomas Carvalhaes afiançou a posição de Valente dizendo que é fundamental a compreensão da cultura local e reforçou que além de educar o “novo jogador” sobre a forma como ele deve se comportar até mesmo diante de uma slot. “Ele precisa saber como jogar e a localização é a pedra de toque para o seu engajamento. Sem uma comunicação direta e local, fica difícil”, disse.
A Colômbia, que já está consolidada na área de iGaming, foi o exemplo que os painelistas deram sobre a forma como os demais países da América Latina deveriam tratar o jogo online. Regianini destacou que o país fez um excelente trabalho, “muito parecido com a regulamentação existente na Espanha”, o que coloca o mercado colombiano na vanguarda da atividade.
Thomas Carvalhaes endossou os elogios ao mercado e ao modelo de regulação do jogo online na Colômbia, “para mim o melhor exemplo da região e um mercado fantástico”.
Diego Salas, da Altenar, aproveitou para comentar que a Colômbia passa por um momento delicado. “Embora tenha sido o primeiro país da região a regulamentar o online, está passando por uma turbulência em função do aumento da tributação da atividade. Isso é um problema, pois os apostadores poderão migrar para outros mercados com menor carga tributária”, disse.
Ao final, Peter Murray, da Check, destacou a importância de os entes regulamentadores estarem em sintonia com as melhores práticas dos mercados regulados há mais tempo e já consolidados. “É importante que os reguladores façam as coisas certas e tenham uma única voz única para proteger o mercado”, concluiu.
Fonte: GMB