Artigo publicado nesta segunda-feira no portal mineiro O Tempo, trata das alternativas e possiblidades de apostas em outros mercados que não os esportes em geral e o futebol em particular.
É difícil não associar o mercado de apostas online aos esportes, principalmente o futebol. Não por acaso, muitas casas de aposta estampam os uniformes de clubes brasileiros e têm como garotos-propaganda grandes nomes do esporte como Ronaldo Fenômeno e Vini Jr.
Mas não é apenas o futebol que movimenta esse universo. O mundo das bets - como também são chamadas as apostas - reúne uma infinidade de possibilidades, que podem ir desde a previsão do tempo em aeroportos ao redor do mundo a grandes premiações do entretenimento como o Oscar e o Grammy.
A televisão brasileira também não fica de fora desse universo e é possível apostar em programas como o "Big Brother" e "A Fazenda". Foi, inclusive, com um palpite feito durante o "BBB 21" que o jornalista Fernando Valverde, 31, passou a se enveredar nas apostas de entretenimento.
“Tenho costume de apostar em eventos esportivos, mas quando estávamos na pandemia sem poder sair de casa, acompanhei meu primeiro 'BBB', que foi aquele com o Babu e a Manu Gavassi. Acabei me envolvendo com o programa e, quando teve o seguinte, da Juliette, vi que o site que eu apostava também tinha aberto apostas no 'BBB'”, lembra.
Com o costume de ser bem ativo nas redes sociais, o jornalista observava o crescimento da torcida da Juliette e se guiava por essa força na hora de escolher seu palpite na campeã. “A cotação dela estava boa, então resolvi entrar nesse jogo”, conta.
Na época, o jornalista apostou cerca de R$ 2.000 na participante, tendo um retorno de R$ 9.000 quando a vitória foi confirmada. “Com o Arthur (Aguiar, vencedor da última edição do reality) foi a mesma coisa. Já tinha essa expertise do primeiro e aliei isso à observação da movimentação nas redes sociais e das torcidas”, explica.
Acompanhar o programa - embora pareça óbvio - também foi fundamental para que as apostas feitas por ele dessem certo. Tanto que a primeira bet do jornalista no "BBB 22" foi na mineira Natália Deodato, que chegou a ser perseguida pela casa e crescia entre o público. O palpite, porém, acabou mudando por causa da movimentação da participante no jogo. O crescimento de Arthur no "Big Brother" - e também na web - acabou fazendo com que ele decidisse investir dinheiro no participante e, ao fim do programa, tivesse mais um retorno positivo.
Como apostar bem em entretenimento
Preparado para seguir apostando também na próxima edição do programa da Rede Globo, Fernando Valverde dá algumas dicas para aqueles que desejam entrar no universo das bets. O primeiro deles - e um dos mais importantes - é a observação das redes sociais. “Elas são um termômetro para a torcida. Os fandoms também fazem uma grande diferença, principalmente com essa história de camarote e pipoca. No 'BBB 20', por exemplo, os fãs de Manu Gavassi e Rafa Kalimann foram preponderantes para a eliminação de Babu e Prior. No 'BBB 21', o fandom da Juliette se formou de forma estrondosa”, explica.
O jornalista, que também faz apostas que envolvem esportes - principalmente o futebol -, ressalta algumas vantagens das bets feitas em eventos ligados ao entretenimento. “As apostas acabam sendo mais vantajosas e confortáveis, porque os resultados são bem menos voláteis. No futebol, por exemplo, as coisas podem mudar em segundos”, pontua.
Mas ainda que os resultados possam parecer mais garantidos em apostas feitas no cinema ou em reality shows, por exemplo, é possível perder. É justamente por isso que Fernando ressalta a importância de se blindar psicologicamente quando se está apostando. “Quando você perde uma ou duas seguidas, você pode começar a ficar ansioso, preocupado que precisa recuperar o que perdeu. Por isso é bom ter muito controle mental e se preparar psicologicamente para as perdas. Apostas não são um investimento certo. Você pode ganhar ou sair zerado”, diz.
Mercado que movimenta bilhões
Segundo dados da empresa BNL Data, o mercado brasileiro de apostas movimentou mais de R$ 7 bilhões somente em 2020. O montante deve crescer ainda mais, já que a expectativa da empresa é de que esse valor bata os R$ 12 bilhões no próximo ano. O fenômeno também não é muito diferente ao redor do mundo, tanto que a estimativa é de que até o fim deste ano, o mercado de apostas chegue a um valor de US$ 63,5 bilhões.
Especialista em apostas online, o jornalista Caio Bitencourt acredita que o sucesso desse modelo de negócio pode ser justificado, antes de tudo, pela própria crença das pessoas em suas intuições, seja em jogos de futebol, seja em premiações ou outros eventos.
“Naturalmente, há também o sonho de que esses palpites sejam capitalizáveis e que se possa ganhar com isso”, afirma. Em tempos de instabilidade econômica, a possibilidade de ganhar um dinheiro extra também é um atrativo.
A simplicidade do processo também pode ser mais um fator que corrobora para o êxito do modelo, já que não existem muitas exigências ao se fazer uma aposta. Para fazer uma bet, por exemplo, o interessado precisa apenas se inscrever em um site de apostas, depositar uma quantia em dinheiro - o que pode ser feito por PIX ou cartões de crédito na maioria dos locais - e escolher um evento para apostar.
“Também há a possibilidade de que as casas de aposta deem um bônus. Indisponíveis para saque, eles podem incentivar as pessoas a continuarem jogando e, em casos de vitória, converter o bônus em dinheiro”, explica Caio.
Beabá das apostas
O vocabulário das apostas é repleto de termos específicos - a maioria deles em inglês. Para ajudar a entender um pouco mais desse universo, o jornalista Caio Bittencourt ajudou a preparar um glossário com palavras e expressões mais importantes desse universo.
Bet: aposta, em tradução simples para o português.
Banca: Dinheiro disponível em carteira na casa de apostas.
Operadora: Termo utilizado para denominar as casas de apostas
Free bet (aposta grátis, em tradução para o português): são tipos de bônus oferecidos pelas casas de apostas. Eles podem ser utilizados apenas uma vez. Caso o resultado se confirme e a aposta esteja certa, o apostador desembolsa apenas o valor do lucro da aposta feita.
Bookmaker ou bookies: termo em inglês utilizado para definir as casas de apostas. Eles podem se referir também aos indivíduos que orientam as bets.
Cashout: Modalidade que permite que você tire seu dinheiro antes do fim do evento. Esse recurso garante uma parcela de recompensa ao jogador e diminui o valor desembolsado pela operadora de apostas
Cotação ou odds: Avaliação das casas de apostas e do mercado sobre a probabilidade de que um determinado evento aconteça. Exemplificando, se apostar em um participante do BBB como o vencedor de um paredão e a odd está calculada em 2, receberá R$ 2 para cada R$ 1 apostado caso o palpite esteja certo.
Underdog: Chamado também de azarão ou zebra, esse termo está relacionado à opção menos cotada para vencer. No caso do entretenimento, por exemplo, ele pode indicar participantes, filmes ou canções que têm menos chances de serem vencedoras naquilo que disputam - Oscar, paradas musicais ou reality shows como o Big Brother são algumas das opções de aposta.
Favorito: O contrário de underdog, indica a opção mais cotada para vencer
Bad run: Expressão usada para indicar a fase ruim de um apostador, geralmente quando ele perde diversas vezes em sequência.
Green ou red: Termos usados para indicar o resultado da aposta. Se for vencedora, é green. Se perder, red.
Fonte: O Tempo