Entre os países da América Latina, o Brasil só fica atrás da Argentina, país que enfrentou uma inflação de 50,9% no ano passado. Por aqui a inflação foi menor, mas ainda superou os dois dígitos, de 10%.
O aumento da inflação, que derruba o poder de compra das moedas domésticas nos países da América Latina — sendo a Venezuela a grande líder dos países mais atingidos —, é um fator que ajuda a entender por que pessoas dessas regiões veem como alternativa os jogos que pagam criptomoedas.
“As tendências da Argentina e do Brasil mostram que os números continuarão subindo. Os jovens não buscam apenas rentabilidade. Eles também estão procurando diversão”, disse à Bloomberg Gabriel Mellace, chefe de relações com investidores da Decentral Games.
O boom dos jogos NFT
A tendência começou com o Axie Infinity, o jogo play-to-earn que explodiu em 2021 e passou a ser visto como fonte de renda para milhares de brasileiros. Em questão de meses, a febre se espalhou pelo mercado cripto e diversos jogos foram lançados para atender a demanda.
A empresa Decentral Games, por exemplo, lançou em outubro do ano passado o seu jogo de pôquer dentro do Decentraland, e rapidamente se tornou uma das áreas mais visitadas no metaverso.
Para jogar o ICE Poker da Decentral Games, o usuário é obrigado a ter um NFT no valor de US$ 5,2 mil para jogar.
O alto custo de entrada, de acordo com Mellace, fez crescer o aluguel de NFTs, onde pessoas ainda sem capital para adquirir seus próprios ativos emprestam os de outros jogadores com a condição de dividir os lucros gerados pelo NFT. Dessa forma, brasileiros e argentinos jogam em nome de americanos e alemães.
Fonte: Portal do Bitcoin