No futebol masculino, esse 'fenômeno' surgiu há cerca de quatro anos, principalmente após a saída do mercado de bancos estatais. Desses 20 clubes, 19 possuem exposição na camisa, e o Palmeiras com ativação nas redes digitais.
As apostas esportivas foram legalizadas no Brasil em dezembro de 2018, quando o governo federal sancionou a Lei 13.756/2018, autorizando o Ministério da Economia a desenvolver normas para o licenciamento das casas de apostas esportivas no Brasil. Contudo, a regularização da prática foi postergada e ainda não ocorreu.
De acordo com o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito esportivo, a regulamentação é necessária e aumentará ainda mais o investimento das empresas no mundo esportivo.
“O crescimento expressivo no investimento em patrocínios ocorre em meio a um mercado que não possui regulamentação. Apesar de não ser irregular, já que a lei do final de 2018 permite a regulação das apostas, ainda falta um processo de concessão que caminha lentamente no governo federal. Com essa demora, perdem todos, porque a regularização traria geração de empregos, negócios, impostos e atrairia operadores globais para o país. A regulamentação adequada aumentaria inclusive os valores envolvidos nos acordos entre clubes e sites de apostas”, explica Carlezzo.
Investimento no futebol feminino também é alto
O investimento das empresas de apostas esportivas segue a todo vapor. O Internacional anunciou de uma só vez parceria com a EstrelaBet para o time masculino (omoplata) e feminino (máster).
No Rio Grande do Sul, o Colorado é a primeira instituição a contar com o investimento focado principalmente no futebol. “Os investidores olham para o Inter como um bom lugar para promover suas marcas, e os novos parceiros são de grande importância e comprovam a boa administração da modalidade. A escolha das empresas por nossa instituição mostra toda a nossa força e representatividade”, afirma Jorge Avancini, vice-presidente de Marketing do Colorado.
Há algumas semanas, quem também divulgou um acordo promissor foi o Corinthians, com ampliação do patrocínio com o galera.bet. Neste caso, a parceria já tinha começado na disputa da Supercopa, em fevereiro, e passou a valer até o final de 2023. A logomarca da empresa está estampada na região do ombro do Timão e exposta nas redes sociais, nas placas do Centro de Treinamento e nas entrevistas.
“Quando penso no futebol feminino, a primeira palavra que vem à cabeça é resiliência. Por muitos anos o futebol feminino foi renegado e até proibido. E veja onde elas chegaram. Em uma época em que falamos tanto sobre a necessidade de igualdade em todas as esferas, apoiar essa modalidade significa dar força à mudança de postura, trazendo à tona o quanto essas meninas são profissionais, talentosas e merecedoras de seu sucesso", aponta Ricardo Bianco Rosada, CMO do galera.bet.
O galera.bet, aliás, é uma das empresas que tem apostado forte em parcerias com grandes marcas. A plataforma, que já patrocinava o Brasileirão Feminino, anunciou em maio deste ano a exposição para o Brasileirão Assaí na Série A masculina. O acordo, válido até o final de 2024, dá direito a ações off-line, digital, branding, relacionamento e ativações exclusivas de experiências.
"O galera.bet é uma marca criada exclusivamente para o mercado brasileiro. Não à toa, levamos as cores do Brasil. O Brasileirão Assaí fala muito sobre o brasileiro, sua paixão, seus rituais e, também, sobre a nossa empresa", disse Asher Yonaci, CEO do galera.bet.
Além do galera.bet, outras empresas têm patrocinado a prática da modalidade, caso também recente do Palmeiras, que anunciou a Betfair como a nova patrocinadora máster do futebol feminino.
“Podemos observar que há mais interesse das companhias em apoiar as equipes de futebol feminino. A modalidade está entrando no radar das grandes empresas e conseguimos assistir ao desenvolvimento dentro e fora das quatro linhas. Esse crescimento da categoria não é apenas algo momentâneo, é algo que veio para ficar”, diz Armênio Neto, especialista em geração de receitas na indústria esportiva.
Para Fabio Wolff, um dos organizadores do Brasil Ladies Cup, torneio internacional que terá a segunda edição em novembro, a solidificação comercial da categoria impulsiona os investimentos dos times no esporte.
“Por conta do fortalecimento do futebol feminino, observamos um grande número de companhias interessadas em apoiar a categoria. Essas parcerias conquistadas pela modalidade impulsionam o desenvolvimento do esporte dentro e fora de campo. Grande exemplo disso é a quantidade de novos acordos sendo celebrados por equipes do futebol brasileiro”, conta o diretor da Wolff Sports & Marketing.
Equipes emergentes também têm valorizado e garantido o seu espaço dentro da categoria. O Cuiabá, clube que, no âmbito masculino, está em seu segundo ano na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, promete investir no desenvolvimento da modalidade: “Começamos o projeto do futebol feminino em 2021. Visamos expandir os recursos destinados e contar com um time cada vez mais competitivo”, explica Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.
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Fonte: GMB