O assunto é discutido na esteira da ampliação do mercado de apostas esportivas no Brasil. Hoje, 33 clubes do Campeonato Brasileiro possuem algum patrocínio de plataformas de apostas esportivas. Os 20 times que disputam a Série A são patrocinados por empresas ligadas a casas de apostas esportivas. Já na Série B, 13 têm parceria com o segmento.
Motivo de grande debate pelo potencial de geração de receitas, as apostas esportivas estão legalizadas no Brasil desde 2018, por meio da lei federal 13.756. Ainda falta a regulamentação por parte do governo federal, e o prazo para que isso seja feito termina em dezembro de 2022. A lei permite que as empresas operem no Brasil, mas, por ainda não ser uma atividade regulamentada no país, têm de ter sede no exterior.
Esse setor já movimenta bilhões de reais no país. Segundo estimativa feita pela consultoria Sports Value, os brasileiros movimentam algo em torno de R$ 4 bilhões em apostas esportivas por ano. O governo fez uma estimativa considerada conservadora de que pode arrecadar R$ 400 milhões a R$ 700 milhões em impostos com a regulamentação dos sites de apostas.
O Brasil Sports Betting Summit é um congresso realizado pela BFExpo em parceria com a Sports Betting Community (SBC), empresa produtora de conteúdo sobre o tema. Haverá dois dias de debates sobre o processo de regulamentação das apostas esportivas e a expansão deste mercado no país, com a participação de especialistas brasileiros e do exterior.
No dia 6 de setembro, às 9 horas, o Brasil Sports Betting Summit vai debater exatamente esse tema no painel "Regulamentação das Apostas Esportivas com foco na América Latina". Estarão à mesa o secretário adjunto, Alexandre Massa, e o subsecretário de assuntos especiais, Iuri Castro, da Secretaria de Acompanhamento Econômico, do Ministério da Economia; Ludovico Calvi, consultor executivo sênior do mercado de apostas esportivas e membro da Global Lottery Monitoring System Executive Committee; Magnho Jose, presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal; e Rafael Rodrigo Bruno e Carlos Gonçalves Junior, sócios do escritório de advocacia GBSA.
"Falaremos sobre todo o ciclo de vida das apostas desde o seu início até a dinâmica de uma operação transparente, e o forte compromisso com a integridade, o jogo responsável e a responsabilidade social", diz Ludovico Calvi. "O objetivo é fornecer ao público todas as informações e contribuições estratégicas baseadas nas melhores práticas globais no que diz respeito à gestão de uma organização de apostas esportivas recém-estabelecida".
No dia seguinte, também às 9 horas, o tema do painel será "Mercado de Apostas Esportivas no Brasil - Oportunidades e desafios para clubes de futebol e operadores". Estarão à frente das discussões Martin Lycka, vice-presidente sênior responsável pelos assuntos regulatórios americanos da Entain e membro do Conselho de Administração da American Gaming Association e do Conselho Nacional de Problemas de Jogo; representantes da empresa EstrelaBet, plataforma de apostas esportivas; Alberto Simão, diretor executivo do futebol feminino do Palmeiras; Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Internacional (RS); Rafael Soares, diretor de marketing do Santos; e Rodrigo Ganem, diretor comercial do Botafogo.
"O mercado de apostas esportivas no Brasil está prestes a dar um grande passo após anos de um progresso lento", diz Rasmus Sojmark, CEO e fundador da Sports Betting Community (SBC). Ele afirma que, embora a SBC tenha presença na América Latina com seu site de notícias e por meio do evento SBC Summit, unir-se à BFExpo "cria o ambiente certo para os profissionais do setor descobrirem o que o país espera deles" e o Brasil representa um mercado importante.
"O momento é de reflexão sobre o modelo das apostas esportivas no Brasil. É preciso encontrar uma forma eficiente de se internalizar esse mercado ao contexto econômico nacional", complementa Rafael Bruno, sócio do GBSA.
Em sua segunda edição, a BFExpo 22 terá mais de 200 palestrantes que estarão distribuídos em cerca de 70 cursos das áreas que envolvem o futebol dentro e fora das quatro linhas.
Fonte: GMB / Estadão