A Colômbia vem se destacando no cenário latino das apostas esportivas após anos discutindo uma regulamentação para o setor. Fruto de um trabalho conjunto entre o setor privado e o governo na busca pela implementação da atividade no país, transformou-se um exemplo que desperta a atenção de diversas jurisdições que discutem o segmento.
Em conversa exclusiva com o GMB, Evert Montero Cárdenas, presidente da Fecoljuegos – Federação Colombiana de Empresários de Jogos de Sorte e Azar, disse que o entendimento entre o ente regulador e a iniciativa privada foi fundamental para o país se transformar numa potência na área de apostas esportivas.
“Conquistamos a regulamentação das apostas depois de muito trabalho, “difícil, mas de entendimento, buscando que esta indústria dê os resultados e gere os recursos que são tão importantes para nós, que vão principalmente para o setor de saúde”, afirmou.
Para ele, o Brasil está no caminho certo por unir, durante a BFEXPO 2022 o governo e o setor privado nesta construção conjunta. “Há algo que joga contra a atividade e que passou conosco na Colômbia, que é o tempo. Os governos são muito lentos e demorados para regulamentar”, disse.
Montero destacou que isso afeta não somente os empresários legais que querem gerar recursos para os estados e para as nações. “Isso complica a atividade do jogo e creio que o tempo joga contra, mas há um interesse muito grande do governo do Brasil em regulamentar e avançar com o setor”, atestou.
“O Brasil é um mercado importantíssimo para esta indústria então todos estamos com expectativas para ver como podemos participar, colaborar e apoiar. Tenho certeza de que a regulamentação sairá muito boa”, concluiu.
Games Magazine Brasil – Como a Colômbia chegou a este momento sendo uma referência na área de apostas esportivas na América Latina?
Evert Montero Cárdenas – Foi um trabalho conjunto feito com o regulador na Colômbia. O êxito se deu pelo fato de que o setor privado – empresários e operadores – pôde construir todo o processo e a regulamentação em companhia do governo nacional. Acredito que isso foi parte do êxito. Foi um caminho difícil, mas de entendimento para encontrar os pontos em comum entre o privado e o setor público. Finalmente, buscando que esta indústria dê os resultados e gere os recursos que são tão importantes para nós, que vão principalmente para o setor de saúde.
Todos na América Latina apontam a Colômbia como um exemplo. O Peru preparou há pouco tempo sua legislação, o Chile está no caminho e a Argentina fez o mesmo. Enquanto isso, o Brasil continua esperando a regulamentação. Como você vê o mercado brasileiro e a possibilidade da regulamentação das apostas no Brasil?
É maravilhoso. O exercício que está sendo feito nesta feira é muito válido, onde participam o governo com o setor privado nesta construção conjunta e contínua. Há algo que joga contra a atividade e que passou conosco na Colômbia, que é o tempo. Os governos são muito lentos e demorados para regulamentar. Isso afeta não somente os empresários legais que querem gerar recursos para os estados e para as nações. Isso complica a atividade do jogo e creio que o tempo joga contra, mas há um interesse muito grande do governo do Brasil em regulamentar e avançar com o setor.
A Fecoljuegos foi chamada para dar opiniões e mostrar ao Brasil como foi na Colômbia?
Sem dúvida. Fomos um dos atores principais e a Fecoljuegos esteve à frente das discussões e quando se começou a trabalhar pelo tema das minutas para conquistarmos a legislação e as regulamentações. Fizemos mais de 250 observações aos documentos iniciais e a partir de todas essas observações foi possível construir uma boa regulamentação. Ela precisa ser melhorada dia a dia já que surgem coisas novas e a tecnologia muda e saem novas ofertas de jogos e possibilidades no mercado. Então, tudo vai sendo ajustado e estamos sempre pensando em melhorar a indústria de jogos de sorte e de azar. Agora estamos trabalhando no sentido de criar uma autorregulamentação em termos de publicidade e de comunicação comercial. Estamos trabalhando também na integridade esportiva e de olho em outras indústrias para agregar tendências que hoje em dia há no mundo diante do que se desenvolveu.
Mas e no Brasil, vocês deram sugestões sobre o que se passa atualmente?
O Brasil é maravilhoso e acredito que é um dos mercados mais importantes para o mundo inteiro. Acredito que a tranquilidade que o país pode ter é oferecer um mercado regulado, sério e transparente, com responsabilidade social. O Brasil é um mercado importantíssimo para esta indústria então todos estamos com expectativas para ver como podemos participar, colaborar e apoiar. Tenho certeza de que a regulamentação sairá muito boa.
Fonte: Exclusivo GMB