LUN 25 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 23:51hs.
Compromisso assumido por Rodrigo Pacheco

Senado deve adiar votação de projeto sobre apostas esportivas para o dia 12 de dezembro

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comprometeu-se com senadores a adiar a votação do PL 3626/2023 para o dia 12 de dezembro. Previsto para ir a Plenário nesta quarta, Pacheco manteve o item na pauta, mas assim que a sessão for aberta, proporá que a discussão ocorra na semana que vem. Ele cedeu aos apelos de parlamentares favoráveis ao projeto, que temem o baixo quórum, e de opositores, que querem discutir a inclusão do cassinos online no PL.

Senado deve adiar votação de projeto sobre apostas esportivas para o dia 12 de dezembro

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Durante a sessão desta terça, 5, inúmeros senadores pediram o adiamento da discussão do PL 3626/2023 alegando que o tema e complexo e que o baixo quórum impediria uma discussão, mas ampla do tema.

Rodrigo Pacheco concordou com o pedido e decidiu que a votação acontecerá no dia 12 de dezembro. A matéria continua na pauta, mas o presidente do Senado afirmou que assim que a sessão for iniciada irá adiar a apreciação do projeto para a próxima semana.

O baixo quórum deve-se à ausência de vários senadores, que participam da COP28 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), nos Emirados Árabes. As sessões têm ocorrido de forma semipresenciais desde a semana passada.

No dia 29, por manobras de senadores contrários à matéria, houve um primeiro adiamento após a leitura do relatório do senador Angelo Coronel (PSD-BA), que votou favoravelmente à matéria e não acatou emendas de Plenário apresentadas à última hora.

Pacheco lembrou que o projeto, de autoria do Poder Executivo, tramitava sob regime de urgência constitucional e tinha de ser votado em 45 dias sob pena de trancamento da pauta. Em 12 de novembro, o governo retirou a urgência para permitir a tramitação de outras proposições relevantes, mas a demora na deliberação do texto nas comissões temáticas não permitiu que o projeto chegasse antes ao Plenário.

Ele defendeu o sistema de deliberação remota, mas concordou com os argumentos de que uma matéria de alta complexidade demanda uma discussão com mais senadores presentes fisicamente.

A próxima semana será com muitas proposições legislativas, com muitas autoridades a serem apreciadas, de modo que peço encarecidamente a presença de todos os senadores e senadoras no Plenário”, afirmou Pacheco.

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) propôs a votação do texto principal nesta quarta, deixando a decisão sobre os destaques para a próxima terça-feira. No entanto, Pacheco avaliou que o encaminhamento original “atende a todas as partes”.

A proposta de adiamento foi apresentada pelo senador Flávio Arns (PSB-PR), que se disse preocupado com o projeto sobre as bets. Para ele, é “mais proveitoso para o Brasil” que os senadores estejam em Plenário, e há muitos destaques a serem apreciados.

Que essa apreciação pudesse ser feita, em vez de amanhã, na semana que vem, de maneira presencial, com a presença importante e significativa de senadores no Plenário”, disse.

Arns foi apoiado por Eduardo Girão (Novo-CE), que advertiu que o projeto é polêmico e demanda serenidade. Ele disse que a presença dos senadores aprimorará a qualidade do debate, mas criticou o texto.

O PL 3626/2023 é uma das prioridades do governo Lula para aumentar a arrecadação no próximo ano e garantir a meta de déficit zero. A estimativa do governo é de uma arrecadação de R$ 1,6 a R$ 2 bilhões em 2024 com a regulamentação das apostas esportivas.

Angelo Coronel afirma que esse número está subestimado. Ele avalia que a aprovação do projeto como relatado por ele, irá garantir uma arrecadação da ordem de R$ 10 bilhões no próximo ano.

Somente em outorgas, como o GMB adiantou e o Ministério da Fazenda confirmou, as 134 empresas que apresentaram o formulário de manifestação de interesse por uma licença garantiria aos cofres públicos R$ 4,02 bilhões, mais do que o dobro estimado pelo governo.

O adiamento da votação compromete ainda mais os planos do Executivo, já que a matéria foi originada na Câmara e deverá voltar a apreciação dos deputados após votação e aprovação no Senado. O calendário é curto e não se prevê que haja tempo hábil para cumprir esse rito para que o presidente Lula sancione a Lei a ser aprovada no Congresso.

Fonte: GMB