MIÉ 18 DE SEPTIEMBRE DE 2024 - 22:42hs.
Marcos Sabiá, CEO

“No galera.bet promovemos uma agenda de integridade, compliance e jogo responsável”

Com a prestigiada empresa Playtech como acionista majoritário, a galera.bet opera no Brasil há vários anos, associada a marcas relevantes como CBF, CBB e Corinthians. Em entrevista exclusiva ao GMB, o CEO Marcos Sabiá defende uma regulamentação firme e robusta para o mercado de apostas esportivas e fala sobre sua reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Games Magazine Brasil – O galera.bet está atuando há pouco mais de um ano no Brasil. Como ela alcançou tão rapidamente o reconhecimento dos brasileiros?
Marcos Sabiá –
Elencaria algumas razões. Sem dúvida alguma, entre tantas outras, a estratégia de estarmos associados a grandes marcas é um dos pontos importantes para essa exposição rápida e a abrangência que o galera.bet conseguiu, fortalecendo a marca junto à sociedade. Desde o começo nos associamos a marcas relevantes, como CBF, CBB, Corinthians, Ferroviária, torcidas organizadas e Carnaval Brahma. Diria que essa associação a grandes marcas foi uma das estratégias importantes, pois elas nos emprestaram um pouco de sua reputação e nos dar a oportunidade de relevar um pouco do galera.bet.

Além disso, elencaria a razão de termos uma marca líder global associada ao galera.bet. Nosso acionista majoritário é a Playtech, líder mundial em tecnologia para jogos. Sem dúvida, o usuário e todos aqueles que rondam nosso ecossistema galera.bet percebem um parceiro com a reputação da Playtech é fundamental e referenda nosso trabalho.

E por último e não menos importante, é a demonstração de seriedade e da intenção de construir um projeto de longo prazo no Brasil, que sempre permeou as ações do galera.bet, seja com os jogadores, com os parceiros, patrocinados, entidades esportivas, federações, confederações e torcidas. Sem dúvida, demonstramos a construção da relação de longo prazo, associada à promoção a uma agenda de integridade, compliance e jogo responsável. Tudo isso constrói em nosso ambiente de negócios a seriedade e a reputação que esperamos e reforça no jogador e em todos aqueles que constroem uma relação conosco a tranquilidade que estão se relacionando com uma empresa séria como o galera.bet.

Você comentou o Campeonato Brasileiro, a CBF e a Confederação Brasileira de Basquete. O que representam para o galera.bet acordos de tal envergadura?
Para nós é crucial estarmos associados a grandes eventos, grandes confederações e grandes marcas. Desde o início perceber que tanto para nós é uma honra ter relações com essas entidades, além de torcidas organizadas e clubes de futebol relevantes, ao mesmo tempo em que é importante para eles. Isso nos empresta a credibilidade principalmente neste momento em que estamos construindo esse espaço e posicionando a marca no mercado. Para nós, tem sido crucial e continuará sendo, pois temos um projeto de longo prazo com esses grandes players. E temos visto frutos disso tanto na credibilidade junto aos nossos usuários assim como grandes stakeholders, agentes e operadores deste mercado, sejam entidade públicas, entes governamentais, agentes de mídia e outros atores que participam deste nosso negócio.

Quais outros patrocínios estão em vigor e trazendo boa visibilidade para o galera.bet?
Estou em um evento de um dos nossos patrocinadores, a Confederação Brasileira de Basquete. É uma honra estar na camisa da Seleção Brasileira de Basquete como patrocinador máster, assim como nossa relação com a CBF, como patrocinadores do Campeonato Brasileiro. Além disso, somos patrocinadores da Ferroviária, de Araraquara, um dos clubes mais relevantes no futebol feminino. Estamos com nossa marca estampada na camisa da Ferroviária, que já tem títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro. É uma honra pois a Ferroviária representa o que trazemos de mensagem em termos de diversidade e presença no esporte feminino, já com um histórico de patrocínios do Campeonato Brasileiro Feminino e do Corinthians feminino.

É bastante enriquecedor demonstrar que nossos valores de diversidade se expressam nesses patrocínios. Hoje somos patrocinadores de mais de 20 torcidas organizadas no Brasil e nos orgulhamos dessa relação em que buscamos a governança, a integridade e a transparência. Sabemos que emprestamos a oportunidade dessas torcidas se relacionarem com o meio empresarial sofisticado e que traz ganhos de eficiência e de gestão para elas.

Além das grandes torcidas dos principais clubes, apoiamos a Associação Nacional de Torcidas Organizadas, o Coletivo, a Canarinhos LGBT, que também representa uma bandeira muito importante de diversidade e de combate à homofobia. Temos ainda patrocínios nos estádios Allianz Park e Neo Química Arena, onde temos nossa marca estampada e camarotes. Todos esses patrocínios passam por instrumentos de mídia e isso é imprescindível para nosso negócio, assim como presença maciça nas redes sociais.

Tentamos construir nossa estratégia vendo não só a força da marca à qual estamos nos associando, mas principalmente nossos valores centrais, nossos propósitos e naquilo em que acreditamos. Por isso, cada um desses patrocínios não são só uma preocupação de exposição de marca e de venda, mas de promoção de valores que acreditamos como muito caros aqui no galera.bet.

Você tem participado ativamente nas discussões sobre a regulamentação das apostas esportivas no Brasil. Como você avalia a taxa de outorga de R$ 30 milhões por cinco anos e imposto de 15% sobre o GGR? Está adequado para o perfil do país?
Temos participado ativamente desse processo por acreditar piamente que a regulamentação será extremamente benéfica para o Brasil. Grandes grupos empresariais – como o nosso, fazendo parte da Playtech – sabem que a regulamentação é necessária para que possamos ter um ambiente de negócios com regras claras e transparentes, que promovam um negócio sustentável no Brasil e calcado em princípios como a promoção de jogo responsável e o combate à lavagem de dinheiro e origem ilícita de recursos. Então, somos entusiastas da regulação. Assim, sobre a questão do custo da outorga e tributação sobre GGR, há uma discussão muito intensa ocorrendo não somente do ponto de vista do galera.bet com os entes governamentais, em que temos tentado de forma bastante transparente e republicana participar, mas também por meio da Associação Nacional de Jogos e Loterias, da qual somos membros-fundadores. Somos entusiastas dessa atuação coletiva, o que demonstra que coletivamente o mercado quer construir uma regulamentação robusta e que traga segurança jurídica para aqueles que querem trabalhar no Brasil.

Assim, o que podemos dizer sobre a outorga e a tributação, tentamos associar, tanto no galera.bet quanto na Associação, a premissa de que precisamos de regulamentos que possam trazer bons operadores que tenham capacidade de operar esse negócio, que envolve milhões de pessoas e uma paixão nacional. É uma atividade que representa não apenas o dinheiro que as pessoas vão depositar para buscar entretenimento, conexão e integração. Estamos falando da confiança que as pessoas depositam nas casas de apostas e entender que aquelas odds e as apostas serão de acordo com aquilo que elas têm de expectativa e que há regras claras e que as pessoas vão ser tratadas como um consumidor sob as regras exigidas no país.

Por isso, temos estimulado bastante que essa discussão seja a mais séria possível e vejo com bons olhos termos uma outorga que seja relevante, para que entrem no mercado a entrada de grandes players que tenham capacidade de honrar os seus compromissos com seus usuários, com os patrocinados e com o Estado brasileiro. Quanto ao imposto, temos discutido muito a questão da alíquota olhando os benchmarks do mercado. Sabemos que o desafio – e até na reunião com o ministro Haddad e em outros fóruns, tivemos a oportunidade de falar sobre isso – é grande e estes percentuais, a combinação com o valor de outorga e os requisitos técnicos no sentido de exigir habilitação das empresas que tenham plataformas e sistemas que sejam seguros e condizentes com o tamanho dessa operação.

Tudo isso precisa sempre de um ajuste fino, pois na experiência internacional sabemos que uma regulamentação não pode ser frouxa para permitir que eventualmente ilícitos ou maus operadores continuem a existir. Precisamos de uma regulamentação firme, robusta e que traga requisitos sólidos. Ao mesmo tempo, não podemos ter uma tributação e requisitos técnicos restritos que não promovam a competitividade do setor e a concorrência e que estimulem a informalidade. Esse equilíbrio fino precisa encontrar esse equilíbrio.

E esse equilíbrio parece que está andando bem. O governo já destacou em diversos momentos que as empresas que não se habilitarem não poderão patrocinar clubes e campeonatos nem mesmo fazer publicidade no Brasil. Isso também é uma depuração do mercado?
Sem dúvida. E é imprescindível que ocorra esse processo. Será benéfico para os usuários, que terão casas de apostas sérias em quem poderão confiar seus recursos. E também para a concorrência, que exigirá de todos que respeitem regras de mercado e que se combata a lavagem de dinheiro e a origem ilícita de recursos, assim como práticas deletérias no mercado. Sem contar, para o país, já que se exigirá o recolhimento de impostos e a geração de empregos formais no Brasil, transferência de tecnologia e mão de obra qualificada. Tudo isso vai gerar o enriquecimento do ecossistema do esporte no Brasil e isso virá com a regulamentação e ela precisa ocorrer o mais rápido possível.

Aquelas que não quiserem ou que não consigam atender as exigências não operem no Brasil e que os que operem de forma ilegal sejam combatidas de forma bastante clara pelos entes públicos para que possamos criar um ecossistema onde permaneçam empresas sérias, com usuários que tenham segurança, para que o mercado aumente cada vez mais e gerar todas as consequências positivas, seja na geração de empregos, renda, recolhimento de impostos, transferência de tecnologia e desenvolvimento de um mercado ainda novo no Brasil.

O processo está andando, mas o governo fala em coibir outras verticais nos sites que não sejam as apostas esportivas, como cassino e cassino ao vivo. Como você vê essa questão? Será uma dificuldade para as casas de apostas?
Sabemos que de forma pragmática, pensando inclusive em termos de benchmarks internacionais, as grandes economias do mundo regulamentam todos os jogos online de forma a que se possa ter um ambiente de negócios onde não somente as apostas esportivas, mas os jogos tenham uma regulamentação clara e gerar tudo o que falamos. Sabemos que precisamos ser maduros e entender que existe a complexidade de ser um mercado novo no Brasil que precisa quebrar estigmas e preconceitos. Vejo que é muito importante que possamos, enquanto sociedade e formadores de opinião, avançar no sentido de demonstrar que todo o ambiente de jogos, ao ser regulamentado, traz uma série de externalidades positivas e de consequências positivas para o país. Seria importante que avançássemos nesta agenda, de forma madura, séria e com uma regulamentação clara. É sempre importante conseguirmos entender o ambiente político que vivemos e as idiossincrasias do Brasil e, assim, conseguir avançar.

Por isso, no galera.bet, falamos tanto em integridade, agenda de transparência e compliance. Porque a forma de combater os preconceitos e esclarecer o que ainda possa existir no ambiente de jogos necessariamente será descontruído a partir do momento em que as empresas e os agentes envolvidos demonstrarem sua seriedade e o compromisso com o jogo responsável e com a geração de valor para a sociedade como um todo e para todo o ambiente de negócios que está ao redor.

Fonte: Exclusivo GMB