MIÉ 18 DE SEPTIEMBRE DE 2024 - 23:04hs.
Comissão já instalada na Câmara

CPI das apostas esportivas será composta por 34 deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PI), leu nesta quarta-feira, 26, o requerimento para instauração de uma CPI para investigar a manipulação de resultados no futebol e, na prática, a colocou em funcionamento. A Comissão terá 34 deputados que deverão ser designados pelos líderes partidários.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi proposta pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), da base do governo.

A proposta surgiu depois da primeira fase da operação "Penalidade Máxima", deflagrada pelo MP-GO, que inicialmente investigava a manipulação de três jogos da última rodada da Série B do ano passado.

Um apostador, Bruno Lopez de Moura, teria cooptado jogadores de três times — Vila Nova, Sampaio Corrêa e Tombense - para cometerem pênalti no primeiro tempo de seus jogos.

A CPI já estava protocolada na Câmara quando ocorreu a segunda fase da operação, que investiga partidas da Série A do Campeonato Brasileiro e de Estaduais como o Paulista e o Gaúcho.

Na justificação do pedido de CPI, Carreras citou que uma agência de monitoramento de apostas esportivas identificou, entre janeiro e outubro de 2022, mais de 130 partidas de futebol suspeitas de manipulação, a maioria em divisões inferiores.

A CPI, porém, deixa de fora o risco de manipulação em jogos de outras modalidades, como basquete, vôlei e tênis, que também estão listadas em sites de apostas.

"A preocupação quanto à integridade das partidas tem sido crescente nos últimos anos, em especial por conta do crescimento das apostas online. A manipulação de resultados evoluiu e se tornou muito mais sofisticada e direcionada, alcançando inclusive, outras modalidades esportivas", escreveu Carreras.

O deputado cita que a CPI deve se concentrar no futebol porque este esporte "tem um papel significativo na formação da identidade nacional brasileira".

Para uma CPI ser instaurada são necessárias 171 assinaturas. Carreras conseguiu 205, inicialmente com deputados principalmente da oposição, com destaque para o União e o PL, e nos últimos dias também com apoio de governistas do PSOL e da Federação encabeçada pelo PT.

Fonte: GMB