“Estamos avaliando se caberia outra contribuição – é um pouco do que ocorre com a discussão dos jogos de azar, que se criou uma alíquota de 15%. É como se fosse uma Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) dos jogos. Estamos avaliando a viabilidade disso”, explicou o senador.
Por causa dessa novidade, o PL, que já está na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e tinha a expectativa de ser discutido no início deste mês, ainda não passou pelo crivo dos senadores. “Pedi mais um tempo para consultar a Fazenda, a Receita sobre isso. Acredito que a resposta venha logo e que, nas próximas semanas, a gente paute o tema”, previu o relator.
As empresas do setor pagam impostos como companhias de outros setores, com base no lucro real ou presumido. O senador alega que a própria regulamentação já trará mais movimentação à indústria e a projeção tanto do governo quanto do setor privado é de um crescimento vertiginoso da área após a criação de um marco legal. “É um mercado que pode ser quintuplicado”, considerou Irajá.
De autoria do deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), o PL 2796/21 cria o marco legal para a indústria de jogos eletrônicos e para os jogos de fantasia. Em 2022, os jogos de fantasia – como Cartola e Rei do Pitaco, por exemplo – movimentaram R$ 70 milhões no Brasil e geraram 5 mil empregos diretos. A expectativa é a de que o crescimento seja de 300% nos próximos quatro anos e crie 20 mil postos de trabalho diretos.
No caso de jogos eletrônicos, que são basicamente os de aplicativos, a movimentação foi de R$ 10 bilhões no ano passado, com a geração de 12 mil vagas diretas. Com a aprovação do PL, a expectativa é passar a movimentar R$ 40 bilhões por ano e contar com 50 mil empregos diretos.
Desenvolvimento do setor
O setor privado está ansioso pela aprovação do PL pelos senadores depois do sinal verde dado pela Câmara dos Deputados. “O PL 2796 é essencial para o desenvolvimento da indústria do Fantasy Sport no Brasil”, disse ao Estadão/Broadcast a diretora de Relações Governamentais da Associação Brasileira de Fantasy Sport (ABFS), Bárbara Teles.
Ela explicou que, na loja da Apple e do Google, aplicativos de jogos que envolvam prêmios em dinheiro e não possuem legislação específica no Brasil, apesar de serem considerados legais, são taxados.
Assim, de acordo com a ABFS, as plataformas condicionam as empresas a usarem Apple Pay e Google Pay, cobrando 30% do valor transacionado, como taxas pagas por usuários, depósitos e até sobre o valor dos prêmios.
“Com o PL virando lei, conseguimos mudar o nosso enquadramento na política interna do Google e Apple e não teremos mais essa alta cobrança das taxas impostas”, comentou Bárbara. A diretora, porém, não sabia da possibilidade de criação de uma “Cide” para o setor.
O Estadão/Broadcast entrou em contato com a Receita Federal, mas a secretaria informou que não se manifesta sobre proposições legislativas em tramitação.
Fonte: Estadão/Broadcast