MAR 26 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 13:20hs.
A CBF se colocou à disposição

Ministro da Justiça determina investigação da PF sobre suspeita de manipulação de jogos de futebol

O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou nesta quarta-feira a instauração de um inquérito na Polícia Federal para investigar um suposto esquema para manipular partidas de futebol no país, em um escândalo que abalou o esporte depois que o Brasil legalizou as apostas esportivas em 2018. Ele destacou em suas redes sociais a repercussão até internacional do caso e determinou que a PF faça o que for cabível.

Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis", escreveu Dino no Twitter.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou ofício à pasta para tratar das recentes informações sobre a manipulação de resultados, "garantindo que tem adotado providências para censurar e punir a prática de tais ilícitos" e pedindo a participação da Polícia Federal no caso.

"A CBF também se colocou à disposição para fornecer o que for do interesse público para que as investigações cheguem a um bom termo, comprometendo-se a fornecer todos os documentos e informações que a autoridade entender pertinente", afirmou a pasta em nota.

O suposto esquema de manipulação de partidas para beneficiar apostadores foi revelado pelo Ministério Público do Estado de Goiás, que indiciou 16 pessoas, incluindo sete jogadores profissionais de futebol.

O MPGO disse que os supostos crimes ocorreram em 13 partidas de futebol, incluindo oito disputadas no Campeonato Brasileiro de 2022. Jogadores de clubes como Santos, Juventude e Cuiabá estão entre os acusados.

Nos documentos de acusação, os promotores alegaram que uma quadrilha criminosa pagou jogadores para cometer infrações. O grupo então apostava nesses jogos e ganhava pagamentos quando as manipulações ocorriam. O grupo oferecia até 500 mil reais como pagamento aos jogadores, alegam os promotores.

"Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo", afirmam os procuradores.

Fonte: UOL