Games Magazine Brasil – Gostaria que você avaliasse esse momento por que passa o Brasil sobre as denúncias de manipulação de resultados e sobre a integridade esportiva.
Wesley Cardia – Esse tema já vem sendo debatido do mundo todo há muito tempo. No Brasil ganhou corpo em função das investigações que surgiram no estado de Goiás. O importante para nós, da Associação Nacional de Jogos e Loterias, é deixar muito claro que as empresas de apostas são as grandes vítimas disso, pois elas que acabam pagando os valores para os bandidos que fizeram esse tipo de manipulação. Somos absolutamente a favor das investigações e que sejam punidos pelas autoridades e pelas entidades federativas. Isso tem de acabar. É difícil? É. Mas a ANJL quer ajudar o governo e as instituições para que isso diminua da maneira mais forte possível e não se tenha mais esse tipo de manipulação.
O presidente da CBF já colocou a entidade à disposição das autoridades e o ministro da Justiça colocou a Polícia Federal no encalço dessas atividades criminosas. É um positivo para o setor?
É um movimento muito positivo, porque, se há uma manipulação, o apostador deixa de acreditar que o que ele está fazendo tem sentido, pois dá um resultado diverso daquilo que ele imaginava. Nós apoiamos tanto as atividades do Ministério da Justiça quanto apoiamos e estamos juntos da CBF para encontrar os melhores caminhos para coibir isso de uma vez por todas.
A associação acaba de criar uma autorregulamentação da publicidade. Está focando também no apostador?
Sim, pois entendemos que o apostador tem de receber a mensagem correta para saber que a aposta tem de ser feita de uma maneira bem pensada e que não é para ninguém ficar milionário do dia para a noite fazendo uma aposta esportiva. Isto é um entretenimento, onde ele aposta e ganha ou pode não ganhar. Não pode pretender ficar rico fazendo aposta esportiva. Não queremos, também, que crianças e pessoas com propensão à ludopatia apostem. Vamos cuidar, na publicidade das casas de apostas vinculadas à ANJL, para que ela seja a mais correta e consciente possível.
Ou seja, junta-se uma publicidade adequada, busca pela integridade e punição à manipulação de resultados?
Esse é o posicionamento da ANJL. Queremos a punição de qualquer um que faça ou pretenda fazer manipulação de resultados.
E a preocupação com o apetite tributário do governo, que pode levar a uma taxação de 30% para o operador?
Isso é uma coisa que debatemos muito com o governo federal ao longo do preparo da Medida Provisória que está para ser assinada pelo presidente Lula. Mas cada um tem a sua visão. Achamos que a taxação tem de ser menor e o governo entendeu que esses eram os números adequados. Vamos continuar lutando para baixar.
No Congresso é possível que se consiga isso?
Acredito que sim e que consigamos convencer os deputados de que se a taxação for menor, a arrecadação do governo será maior. Queremos que o governo arrecade o máximo possível porque, se ele estiver arrecadando, as casas de apostas também estarão faturando.
Fonte: Exclusivo GMB