Games Magazine Brasil – Em quantos países o GovRisk opera atualmente?
Dominic Le Moignan – O GovRisk atua em 65 países no momento nas áreas de projetos de integridade, prevenção de crimes financeiros, anticorrupção e combate ao financiamento de terrorismo, riscos e reformas judiciais. Essa atuação colabora com todas as ações que envolvem, em última análise, ao combate a todos os tipos de corrupção.
Há muitas legislações distintas nos diferentes países onde o GovRisk. Como atender cada um?
Uma das maneiras é ter especialistas locais. Temos um trabalho consistente em campo para detectar práticas ilegais. Cito como exemplos a implementação de projetos no Peru para a USAID (Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, em português), que envolvem projetos anticorrupção que abrangem áreas de bancos, em que metade da equipe é formada por profissionais peruanos com larga experiência na área bancária e de entidades anticorrupção e se completa com especialistas americanos e britânicos. Nossa competência e força envolvem tanto nosso foco no combate a práticas ilegais quanto mesclada com equipe local especializada nesses temas.
Como vocês estão trabalhando no mercado brasileiro?
Estamos iniciando uma série de ações voltadas ao compartilhamento de inteligência destinada ao combate de atividades ilícitas, colaborando com o governo brasileiro, assim como com o setor privado, na mudança de leis e regulamentos em vários segmentos. Particularmente importante é estarmos discutindo com o Brasil os aspectos que envolvem a manipulação de resultados no esporte, que afeta toda a sociedade e compromete o desporto, além de causar prejuízo às casas de apostas que atuam no país.
Monitoramos uma série de atividades para garantir legalidade em inúmeros processos. Tanto que já temos equipes atuando no Piauí, São Paulo e Brasília, acompanhando os Tribunais Superiores e Cíveis, oferecendo todo o nosso background para contribuir com boas práticas naquilo em que somos chamados a opinar.
Hoje a manipulação de resultados está em todas as primeiras páginas dos jornais brasileiros. O que o GovRisk pode contribuir nesse sentido?
Oferecendo uma contribuição genuína entre todas as partes envolvidas – governo, reguladores, operadores e entidades esportivas – para identificar práticas ilegais por meio de provedores de dados, como aqueles oferecidos por nosso parceiro Genius Sports, que está no meio do caminho entre as federações e demais entidades esportivas e as casas de apostas. Assim, podemos gerar alarmes de práticas suspeitas para que sejam investigadas. Essa colaboração é fundamental para o sucesso no combate à manipulação de resultados. Isso já vem sendo feito e tenho certeza que a educação irá contribuir para se coibir tais ações indesejadas no esporte, em especial no futebol, atividade muito amada pelos brasileiros.
Qual sua opinião final sobre a 2ª Cúpula de Integridade Esportiva Brasileira?
Foi um evento fantástico. Estamos muito satisfeitos com a busca por informações tanto pelo governo, que envolveu altos executivos dos Ministérios do Esporte e da Fazenda, assim como de operadores do mercado, entidades esportivas e até mesmo atletas e ex-atletas. Todos se mostraram muito entrosados com o tema e isso é fundamental para o sucesso de ações para garantir a integridade esportiva, tão saudável para a sociedade como um todo.
Fonte: Exclusivo GMB