Mais uma vez, o Brasil foi o centro das atenções no painel que discutiu o atual panorama do iGaming na América Latina. Com participação de Thomas Carvalhaes, diretor da Vaidebob, Witoldo Hendrich Jr, sócio da Online IPS, e Ramiro Atucha, CEO da Vibra Gaming, o encontro serviu para demonstrar a desconfiança quanto a uma possível regulação do iGaming no Brasil.
Com cerca de 300 pessoas atentas às palavras dos dois especialistas brasileiros, que traçaram um histórico da legalização do setor e a espera pela regulamentação, a plateia várias vezes riu ironicamente, especialmente quando Witoldo Hendrich Jr. disse que o Brasil ainda aguarda pela decisão do governo de editar uma Medida Provisória e um Projeto de Lei regulando a atividade.
Segundo ele reportou ao GMB, "apesar do painel tratar de LatAm (em geral), aberta a oportunidade de perguntas ao público, se falou praticamente só do Brasil". Na sua avaliação, ao se falar do país, "ao mesmo tempo em que a audiência balança a cabeça positivamente, mas com certo desânimo. E mesmo assim o interesse no assunto não diminui".
Thomas Carvalhaes disse ao GMB que “existe muita frustração sobre o Brasil não ser regulamentado. Todos estão impacientes e o país, desacreditado. Todos veem como um mercado gigante, mas acreditam que somos incapazes de gerar a regulamentação”, comentou.
Segundo ele, o Brasil deveria seguir o modelo colombiano, que consolidou o iGaming no país. “É o melhor exemplo de regulamentação em toda a América Latina e o Brasil não deveria perder a oportunidade de segui-lo”, afirmou.
Para ele, os rumos que o Brasi está seguindo não irão criar a canalização adequada para a atividade, diante de uma taxa de outorga de R$ 30 milhões e imposto de 16% sobre o GGR. “Desta maneira, não vamos criar um mercado sustentável para o país”.
Segundo ele, isso é injusto e o valor não se justifica, “a menos que o operador seja um multimilionário”. Na avaliação do diretor da Vaidebob, com essa taxa, os pequenos operadores seguirão no mercado negro.
Carvalhaes explicou à plateia que aproveitando uma decisão do Supremo Tribunal Federal, alguns estados já estão licenciando operadores para oferecerem localmente apostas esportivas, “o que gera muita insegurança, pois não temos a certeza de como será quando o governo federal definir a sua regulação nacional”.
Ao citar o exemplo da Colômbia, Carvalhaes afirmou que os operadores estão satisfeitos com o resultado e a atividade segue próspera. “Por isso reforço que o modelo colombiano é o melhor da América Latina e os países da região – e o Brasil em particular – deveriam seguir o exemplo”, concluiu.
Fonte: GMB