Além de Manssur, o painel “Apostas Esportivas: Regulamentações, Patrocínios e a Integridade do Jogo”, teve a participação do Guilherme Buso (gerente de negócios da Genius Sports e representante da ABRADIE), Danielle Maiolini (advogada da CSMV especializada em direito esportivo) e Fernando Prass (ex- goleiro a atual comentarista). A discussão foi moderada por Fernando Mello, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e fundador da Press FC.
Com grande destaque no futebol, os esquemas com apostas esportivas têm gerado assunto por várias semanas e mais recentemente, no evento da CONAFUT, o assessor do Ministério da Fazenda deu um panorama da atual situação dessa resolução. Ele coloca a atual fase em bom cenário e acredita que a regulamentação das casas de apostas está bem próxima.
Manssur afirmou que a regulamentação das casas de apostas pode acontecer antes do recesso parlamentar, mas intercorrências podem ocorrer. O mais importante, segundo o especialista, é que todas as etapas para o processo de regulação seja feito com calma e respeitando o lado do torcedor que faz a utilização do serviço de aposta.
“Nós ouvimos os clubes, a CBF, os operadores e ouvimos as associações de apostadores, mas acreditamos que é importante ouvir quem faz a utilização deste serviço para que possamos ter total controle e fiscalização daquilo que vamos regular”, afirmou o assessor.
Manssur acredita na adoção de tecnologia - e inteligência artificial - para regularizar e alertar sobre possíveis apostas duvidosas. Só para ilustrar, vetar a aposta do escanteio, não é eficaz para Manssur. “O sujeito vai apostar no escanteio fora do Brasil (em outra casa de aposta). Logo, não teremos condições de fiscalizar, se nós proibirmos de um usuário apostar em um escanteio aqui no Brasil, o mesmo fará isso apostando em algum campeonato internacional”, explicou Manssur.
“Temos de ter um sistema operacional que possa nos avisar sobre possíveis apostas fraudulentas dentro de algum scout do jogo e comparar com o comportamento do atleta, e assim que percebermos um certo nível de probabilidade de fraude, avisar a operadora para tirar esta aposta do ar”, disse José Francisco.
Manssur fala sobre prevenção de fraudes no futebol por meio das casas de apostas
Para José Francisco, o caminho viável para coibir o processo de fraude no futebol é a prevenção de um ato fraudulento em uma partida. Conforme relatou em sua palestra no CONAFUT, de nada vai adiantar proibir a prática de apostar, pois isso poderá acarretar uma crise sem precedentes no futebol brasileiro.
As casas de apostas são uma das principais fontes de patrocínio do futebol brasileiro na atualidade e o que deve ser feito é prevenir que as manipulações aconteçam em um trabalho conjunto de inteligência humana e artificial.
“Precisamos trabalhar de forma preventiva, com tecnologia, com inteligência artificial, com pessoas preparadas. Proibir esta prática vai causar um colapso dentro do cenário do futebol atual, e isso nós não queremos. Sabemos que hoje as casas de aposta substituem a Caixa Econômica Federal como principal fonte de patrocínio do futebol brasileiro, e isso não é eficiente, sendo assim o Ministério da Fazenda não trabalha com a hipótese de proibir a atividade de apostas esportivas, e acreditamos que isso possa ser regulado nos próximos dias”, concluiu.
Fonte: GMB