Tal produto foi criado levando em consideração as discussões sobre a regulamentação das apostas esportivas no Brasil, sendo uma resposta aos casos de manipulação de resultados que foram descobertos nos últimos meses, principalmente após a operação Penalidade Máxima, realizada pelo Ministério Público de Goiás.
Trata-se de uma base de dados contendo mais de 30 mil atletas, dirigentes e árbitros, ativos e inativos, e mais de 100 mil pessoas relacionadas a eles, incluindo parentes de 1º e 2º grau ou com relação societária. Em sua primeira versão, a base de dados concentra-se em jogadores de futebol ativos e inativos dos principais campeonatos nacionais e regionais, mas já há previsão de incluir os demais campeonatos locais em todas as séries, além de também incluir outros esportes, como vôlei, basquete e futsal.
O produto está disponível para utilização por meio de consultas via API (Interface de Programação de Aplicação), em que cada operação de integração de apostadores, a casa de aposta pode verificar se este é um profissional envolvido com o esporte ou uma pessoa relacionada a um profissional, além de poder obter as informações sobre o clube, campeonato e ano de inscrição.
Desde o lançamento, já na primeira semana de aplicação em alguns clientes, a Netrin identificou mais de cinco mil apostas realizadas por pessoas relacionadas a profissionais do esporte e cerca de 400 por profissionais ativos ou inativos. Esta informação, juntamente com estatísticas e volume apostado, pode aumentar a eficiência na detecção de fraudes ou até mesmo servir como barreira de entrada para este tipo de apostador.
Um aspecto detectado nas ocorrências de tentativa ou efetiva manipulação de resultados é que o movimento consiste no envolvimento de pessoas relacionadas aos atletas, no qual determinada ação na partida pode beneficiar o apostador com ganhos expressivos. Por exemplo, com o cometimento de um pênalti ou a aplicação de um cartão amarelo.
“Está claro que existem necessidades que não podem esperar as regras governamentais, especialmente pela própria saúde do ecossistema, a fim de se evitar que ainda mais prejuízos sejam gerados para clubes, torcedores e sociedade e, prioritariamente, pela degradação potencial da tão esfuziante paixão que os brasileiros têm por este esporte”, comenta o CEO da Netrin, Caciporé Valente.
A operação Penalidade Máxima, feita pelo Ministério Público de Goiás, se encontra na segunda fase de investigação e já encontrou casos envolvendo partidas de campeonatos nos estados de Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul. De acordo com informações do ge, nove apostadores e quinze jogadores foram denunciados. No começo de junho, oito jogadores foram julgados e condenados.
A ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias), que reúne vários dos principais players deste segmento, lançou orientações para seus afiliados com 10 medidas que visam reforças as boas práticas já adotadas pelo setor para evitar novas ações de manipulação. As diretrizes pretendem extinguir ou reduzir consideravelmente o número de fraudes em apostas, e a base de dados da Netrin se encaixa como um complemento a essas medidas.
Fonte: GMB