Para torneios é permitido patrocinar uma empresa de apostas. No geral, o tênis como esporte e as empresas de apostas são parceiros há muito tempo. Como uma temporada de tênis dura 11 meses, isso fez com que o tênis se tornasse um dos esportes mais apostados no mundo.
Embora o tênis ganhe uma quantia notável com sua parceria com empresas de apostas, os jogadores basicamente não ganham nada, segundo Novak.
Djokovic quer mudanças nas parcerias do tênis com casas de apostas
Em entrevista ao PTPA, via Tennishead, Djokovic disse:
“Uma coisa que é muito ilógica para mim é o fato de não termos saído da mesma posição em que estávamos há 20 anos ou talvez até mais, o que é devido à integridade do esporte, não temos permissão como jogadores para colocar qualquer marca de empresas de apostas em nossas roupas enquanto jogamos na quadra e não recebemos uma parte justa.
Quando digo partilha justa, quero dizer 50/50, pelo menos com os torneios que, por outro lado, são permitidos ter os principais patrocinadores do mundo das apostas. Então isso é o mais simples possível e para mim é completamente inaceitável.
Pessoalmente, provavelmente não teria um patrocinador de apostas na manga, mas sei que provavelmente mais de 95 por cento dos jogadores fariam isso e eu apoiaria, mas se isso não for permitido, então o que mereceríamos ter é 50% da parcela que o torneio recebe desses acordos de patrocínio com casas de apostas.
Eu sei que uma parte bastante significativa vai para a pensão do jogador e isso é algo que sempre apoio, claro, mas temos que nos lembrar que você só se torna elegível para a pensão quando tem 50 ou 55 (anos).
Então, para um jogador que se aposenta quando tem 30 ou 35 anos, ele ou ela tem de esperar mais de 20 anos para realmente começar a receber e obter os benefícios desse acordo e acho que é óbvio que essa é provavelmente uma das maiores fontes de renda para o tênis.
Acho que os jogadores provavelmente não estão totalmente conscientes ou talvez simplesmente não estejam pressionando o suficiente para obter a sua parte justa nas apostas. Eles estão dando muito mais do que recebem. Eles estão literalmente não recebendo nada disso e estão dando seus nomes que são veiculados em vários sites de plataformas de apostas etc.
Assim, bilhões e bilhões de dólares circulam semanalmente em torneios de diferentes níveis. Sinto que os jogadores masculinos e femininos estão numa posição muito desprivilegiada em relação a essa situação, por isso entendo que precisamos falar mais sobre isso.
Precisamos conscientizar os jogadores sobre esse assunto. Organizar e estruturar de tal forma que nesta área em particular os jogadores não estejam se beneficiando em nada e cedendo demasiado do seu próprio valor a isto e o resto do ecossistema do tênis esteja obviamente lucrando com isso e simplesmente não podemos permitir que isto aconteça mais e este é um valor muito significativo e uma parte do dinheiro que está disponível para os jogadores obterem.
No esporte e na categoria as apostas são oficializadas. Está acontecendo e as casas de apostas estão ganhando centenas de milhões de dólares, talvez bilhões, por todo o tênis, então há um valor enorme nisso e muitos lados interessados no ecossistema do tênis também estão se beneficiando com esse acordo de dados, mas os jogadores estão tendo um resultado ínfimo.
Então é nisso que eu acho que o foco deveria ser, porque estando no conselho de jogadores da ATP há quase uma década, sempre que abordaríamos esse assunto o que normalmente viria à tona na discussão é a integridade.
É como se tivéssemos de lutar para garantir que o esporte permaneça limpo. Temos que ter certeza de que os jogadores não estão trapaceando, não estão apostando, não estão comprometidos, o que é claro que eu apoio e concordo, mas há uma espécie de jogo psicológico certo em que você se concentra nisso e não realmente falar sobre a principal questão aqui que nós, jogadores, precisamos estar cientes."
Fonte: GMB
