De acordo com a “Declaração Conjunta dos Clubes Brasileiros”, 15 dos 20 clubes que estão na 1ª divisão do campeonato brasileiro têm empresas de bets como patrocinadoras másters e 19 dos 20 possuem algum tipo de patrocínio.
Cruzeiro, Fluminense, Botafogo, Palmeiras, Vasco da Gama, São Paulo, Corinthians, Atlético-MG, Internacional, Grêmio, Juventude, Cuiabá, Athletico-PR, Fortaleza, Bahia, Atlético-GO, Criciúma, Red Bull Bragantino, Vitória, América-MG, Ceará, Avaí, Ponte Preta, Guarani-SP, Joinville, Vila Nova-GO, Brusque, Paysandu, Hercílio Luz e Barra FC são as equipes que marcam presença na declaração.
O manifesto diz que as apostas de quota fixa são importantes para a quitação das dívidas dos clubes e a contratação de jogadores. Na visão dos clubes, o dinheiro das bets permitiu o aumento da competitividade do futebol brasileiro no mundo e na América Latina.
Os times defendem que a proibição das bets não extinguirá os jogos virtuais, por isso, é melhor manter a regulamentação no caminho que vem sendo desenhado no Brasil.
“Os clubes perderão fonte de receita vital”, informa a nota. Os times também pontuam que, sem as bets, eles ficarão sozinhos no combate à manipulação de resultados. A nota também chama a atenção que as bets se tornaram patrocinadoras do futebol feminino no país.
"Entendo que foi uma audiência extremamente produtiva. O futebol conseguiu fazer o seu papel e mostrar seu ponto de vista, pois entende que toda regulamentação pode ser melhor, mas a proibição nunca é o caminho”, explica André Sica, sócio do escritório CSMV Advogados.
“O futebol conseguiu mostrar uma força de mobilização muito grande. Através do espaço concedido e dos poderes conferidos pelo Fluminense, conseguimos a adesão de 30 clubes do futebol brasileiro e emitimos uma declaração muito forte, mostrando, em linhas gerais, a posição do setor", conclui.
O representante do Cruzeiro, Antônio Carlos de Almeida Castro, foi enfático em dizer que a proibição das bets no país “vai ser o fim do futebol no Brasil”.
Na sua avaliação, sem as bets, o futebol não subsiste no Brasil, uma vez que as bets se tornaram as principais financiadoras da atividade esportivas.
Segundo ele, os clubes pequenos vão quebrar porque o futebol brasileiro vive outro momento e as bets tornaram-se cruciais aos times. Kakay, como é conhecido, defendeu que a regulamentação no país é boa e ainda precisa ser implementada.
Representante do Botafogo, Jonas Decorte Marmello, disse que graças ao financiamento das bets, o futebol brasileiro está mais competitivo no mundo. Segundo ele, mesmo com a disparidade cambial, hoje há investidores para o futebol brasileiro que conseguem manter e trazer jogadores de qualidade. “Se as bets forem proibidas ou mal regulamentadas, estamos fadados à quebra da indústria do futebol brasileiro”.
Fonte: Valor