VIE 22 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 02:41hs.
Risco de colapso financeiro

Clubes de futebol fazem manifesto a favor das bets em audiência no STF

Cerca de 30 clubes de futebol assinaram um manifesto a favor da Lei das Bets no Brasil. A nota foi lida hoje durante a audiência pública promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo advogado André Sica, sócio do escritório CSMV, representando o Fluminense. Os times argumentam que a proibição das apostas esportivas no Brasil criará colapso do futebol pois afetará a saúde financeira dos clubes. O grupo também defenda que a publicidade dos sites seja mantida.

De acordo com a “Declaração Conjunta dos Clubes Brasileiros”, 15 dos 20 clubes que estão na 1ª divisão do campeonato brasileiro têm empresas de bets como patrocinadoras másters e 19 dos 20 possuem algum tipo de patrocínio. 

Cruzeiro, Fluminense, Botafogo, Palmeiras, Vasco da Gama, São Paulo, Corinthians, Atlético-MG, Internacional, Grêmio, Juventude, Cuiabá, Athletico-PR, Fortaleza, Bahia, Atlético-GO, Criciúma, Red Bull Bragantino, Vitória, América-MG, Ceará, Avaí, Ponte Preta, Guarani-SP, Joinville, Vila Nova-GO, Brusque, Paysandu, Hercílio Luz e Barra FC são as equipes que marcam presença na declaração. 

O manifesto diz que as apostas de quota fixa são importantes para a quitação das dívidas dos clubes e a contratação de jogadores. Na visão dos clubes, o dinheiro das bets permitiu o aumento da competitividade do futebol brasileiro no mundo e na América Latina. 

Os times defendem que a proibição das bets não extinguirá os jogos virtuais, por isso, é melhor manter a regulamentação no caminho que vem sendo desenhado no Brasil.

Os clubes perderão fonte de receita vital”, informa a nota. Os times também pontuam que, sem as bets, eles ficarão sozinhos no combate à manipulação de resultados. A nota também chama a atenção que as bets se tornaram patrocinadoras do futebol feminino no país.

"Entendo que foi uma audiência extremamente produtiva. O futebol conseguiu fazer o seu papel e mostrar seu ponto de vista, pois entende que toda regulamentação pode ser melhor, mas a proibição nunca é o caminho”, explica André Sica, sócio do escritório CSMV Advogados

O futebol conseguiu mostrar uma força de mobilização muito grande. Através do espaço concedido e dos poderes conferidos pelo Fluminense, conseguimos a adesão de 30 clubes do futebol brasileiro e emitimos uma declaração muito forte, mostrando, em linhas gerais, a posição do setor", conclui.

O representante do Cruzeiro, Antônio Carlos de Almeida Castro, foi enfático em dizer que a proibição das bets no país “vai ser o fim do futebol no Brasil”. 

Na sua avaliação, sem as bets, o futebol não subsiste no Brasil, uma vez que as bets se tornaram as principais financiadoras da atividade esportivas.

Segundo ele, os clubes pequenos vão quebrar porque o futebol brasileiro vive outro momento e as bets tornaram-se cruciais aos times. Kakay, como é conhecido, defendeu que a regulamentação no país é boa e ainda precisa ser implementada.

 



Representante do Botafogo, Jonas Decorte Marmello, disse que graças ao financiamento das bets, o futebol brasileiro está mais competitivo no mundo. Segundo ele, mesmo com a disparidade cambial, hoje há investidores para o futebol brasileiro que conseguem manter e trazer jogadores de qualidade. “Se as bets forem proibidas ou mal regulamentadas, estamos fadados à quebra da indústria do futebol brasileiro”.

Fonte: Valor