"O segmento de apostas é o principal patrocinador do futebol brasileiro nas mais diversas plataformas. As empresas têm feito investimentos milionários na compra dos assets, bem como em verba de ativação. À medida que a final da Libertadores se aproximava, foi possível notar a intensificação de ativações por parte de alguns players do mercado", analisa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.
"Em algumas partidas no futebol brasileiro, quem está assistindo pode ter contato com mais de dez marcas diferentes no segmento de bet, e sendo mais didático, conseguimos visualizar marcas na transmissão, na arena, nos uniformes, nos backdrops, nos tapetes, nas placas de substituição, no carro maca e nas placas publicitárias”, corrobora Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.
“Sabemos que o futebol é o esporte mais apostado, porém, os valores em alguns casos estão até cinco vezes (5x) o que custava há apenas dois anos".
Algumas dessas empresas também aproveitaram para ativar suas marcas na semana pré-decisão. A Sportingbet teve um estande dentro da tradicional Fanzone promovida pela Conmebol, que aconteceu dentro do Vial Costero até sexta-feira (29). Já a Betanp promoveu uma ativação publicitária com o nome Grito de Galo, com anúncios em TVs aberta, fechada, canais digitais e mídia out of home, explorando as emoções vividas pelo torcedor atleticano em partidas de futebol.
"Com duas bets como patrocinadoras máster na camisa de ambos os finalistas, e também da Copa Libertadores, essa decisão representa muito bem o panorama das bets como apoiadoras de clubes e entidades no cenário sul-americano. No Brasil não seria diferente, e hoje temos as companhias de apostas como principais financiadoras do futebol nacional já há algum tempo. Esse movimento só tem a se consolidar ainda mais com a regulação da indústria no país", analisa João Fraga, CEO da techfin Paag, especialista no setor betting.
Fora dos gramados, os torcedores que acompanharam a final continental também se familiarizaram com mais propagandas de bets. A TV Globo, que detém a exclusividade da transmissão em TV aberta, e a ESPN, que exibe a competição na TV fechada, possuem patrocínio da Sportingbet.
“Os patrocínios realizados pelas empresas de apostas esportivas têm um papel relevante no cenário esportivo, desde que conduzidos de forma responsável, especialmente devido ao impacto financeiro expressivo que trazem a essa grande paixão cultural do brasileiro. É movimento natural e se assemelha ao protagonismo que, em outras épocas, foi exercido por marcas de segmentos como bancos físicos e digitais, além de empresas do setor de eletroeletrônicos, que também se destacaram como patrocinadores máster de clubes de futebol”, afirma Leonardo Henrique Bessa, sócio do Betlaw e membro diretor do Instituto Brasileiro de Consumidores e consultor do Conselho Federal da OAB.
"Esse dado só ressalta a importância do patrocínio das empresas de aposta para o esporte e para o futebol, como ficou bastante claro na audiência pública que o Supremo realizou no dia 12 de novembro, onde 30 clubes assinaram um manifesto explicando o gravíssimo problema financeiro que a proibição de propaganda poderia causar", acrescenta José Francisco Manssur, sócio do escritório CSMV Advogados, que atuou como assessor especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, e esteve à frente da elaboração das regras para o setor de apostas por quota fixa no Brasil.
Fonte: GMB