A regulamentação das apostas online no Brasil, na visão de Justo, deve ser discutida entre os Três Poderes e em diferentes ministérios, passando, principalmente, pelo Ministério da Justiça.
Segundo Justo, há conversas em curso para que as bets façam parte do programa, uma rede de articulação entre governo federal, Legislativo e Judiciário para atuação no combate à corrupção.
O coordenador-geral de Monitoramento de Lavagem de Dinheiro participou do painel “Corrupção no Esporte: a regularização das empresas de apostas esportivas”.
Moderado por Chantal Castro, gerente anticorrupção do Pacto Global da ONU - Rede Brasil, o evento reuniu especialistas como Fernando Monfardini, gerente de compliance do Clube Atlético Mineiro; Vinicius Sousa dos Santos, diretor de relações institucionais e parcerias estratégicas da Sports Integrity Global Alliance (SIGA), Rafael Marchetti, diretor jurídico do Rei do Pitaco, e Roberto Armelin, diretor executivo de ESG, riscos e compliance do São Paulo Futebol Clube.
De acordo com Justo, a regulamentação se apresenta como uma resposta aos inúmeros casos de corrupção e manipulação nos esportes. A manipulação de resultados esportivos, antes vista como uma questão marginal, ganhou destaque com a identificação de grupos criminosos nacionais implicados nessas práticas. Há, nas palavras do coordenador-geral, a necessidade de uma fiscalização rigorosa para salvaguardar a integridade do setor e sobretudo das pessoas envolvidas.
“É crucial discutir o combate à corrupção no esporte, ao mesmo tempo em que se preserva sua natureza comercial. O esporte, especialmente o futebol, é uma indústria que movimenta quantias significativas de dinheiro, seja através de transações de jogadores ou de patrocínios. Esse setor gera uma receita substancial, mas também é fundamental considerar as pessoas envolvidas no esporte”, afirmou Justo.
Atualmente, explica o coordenador-geral, o Brasil oferece uma ampla oportunidade para endereçar essas questões. “Frequentemente, os envolvidos no esporte de massa, como o futebol, são pessoas que tiveram menos oportunidades educacionais. Isso as torna vulneráveis à corrupção, facilitando a manipulação por parte de outros. Portanto, é necessário desenvolver mecanismos de proteção para esses indivíduos, pois estamos lidando não apenas com um negócio, mas também com os sonhos e aspirações de muitas pessoas”, explica.
Fonte: GMB / Metrópoles