SÁB 23 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 20:27hs.
Próxima terça (18)

CPI do Senado ouvirá Sportradar e Genius Sports sobre manipulação de resultados no futebol

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas se reúne na terça-feira (18), para ouvir o gerente de Integridade da Sportradar, Felippe Marchetti, e o chefe de Integridade para a América Latina da Genius Sports, Thiago Horta Barbosa. Ambos foram convidados pelo relator da Comissão, senador Romário.

No requerimento apresentado à CPI, Romário (PL-RJ) descreve a Sportradar, com sede na Suíça, como líder mundial em sistemas de coleta e análise de dados para detecção de fraudes em apostas esportivas.

Segundo Romário, o convite é relevante para que a empresa esclareça o funcionamento da tecnologia que utiliza, como é feito o monitoramento das partidas de futebol no Brasil e como as informações são disponibilizadas aos seus clientes.

Seu requerimento informa que a Sportradar tem contratos com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) para monitorar diversos campeonatos de futebol no Brasil. E que a empresa também possui, entre seus clientes, várias casas de apostas esportivas.

Romário lembra que, conforme relatório divulgado no último mês de março pela Sportradar, o Brasil foi o campeão mundial em fraudes, com 109 partidas suspeitas em um total de 9 mil partidas analisadas.

A CPI também vai ouvir nesta terça-feira o chefe de Integridade para a América Latina da empresa Genius Sports, Thiago Horta Barbosa. Romário argumenta que Thiago Barbosa pode levar à CPI uma avaliação das principais fragilidades identificadas em outros países, o que poderia contribuir para aperfeiçoar o combate à manipulação de resultados no Brasil.

De acordo com esse requerimento, a Genius Sports, com sede na Inglaterra, desenvolve uma tecnologia própria de detecção de fraudes em partidas esportivas. O documento informa que a empresa possui contratos com diversas federações esportivas no Brasil e na América Latina. E que, na Europa, firmou acordo com a Premier League, liga de futebol da Inglaterra, entre outros.

Acareação negada

Após denúncias sobre manipulação de resultados feitas por John Textor, controlador da SAF Botafogo, o executivo apresentou um pedido à CPI, onde já depôs, para que fosse feita uma acareação entre profissionais da Sportadar e Good Game!, empresa contratada por ele para monitorar as partidas do Botafogo.

O presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), se negou a atender ao pedido, informando que uma possível acareação deverá ser votada pela Comissão.

A presença dos experts da Good Game! na mesma data de convocação da Sportradar proporcionará aos senadores a possibilidade de solicitar esclarecimentos, na medida em que acharem necessário, sobre a metodologia adotada pelos experts na elaboração dos relatórios, bem como a eventual acareação dos profissionais ouvidos, para, inclusive, confrontamento de metodologias utilizadas por ambas as empresas”, diz o pedido de Textor.

Tanto as pessoas a serem ouvidas, bem como os documentos a serem solicitados, não são expressão da vontade única desta presidência, mas sim da maioria dos membros que compõe o colegiado. Ademais, a autoria destes requerimentos é restrita a estes senadores, não sendo regimental a sua apresentação por senadores não membros ou demais interessados, ainda que por colaboradores. Portanto, o expediente apresentado, em razão do seu teor, deve ser considerado como sugestões ao colegiado”, respondeu Kajuru.

Requerimento para ouvir Régis Dudena

A CPI ainda votará, na terça-feira, requerimento do senador Carlos Portinho (PL-RJ) para que sejam ouvidos o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena, e o presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abraesp), Rodrigo Alves.

Do seu pedido consta ainda o requerimento para que sejam ouvidos ainda executivos de empresas do sistema financeiro, do Banco Central e o CEO da Pay4Fun, Leonardo Baptista.

É fundamental para esta Comissão Parlamentar de Inquérito conhecer detalhes sobre os mecanismos utilizados pelas operadoras de apostas para suas transações de pagamentos”, justifica no requerimento.

Fonte: GMB