LUN 25 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 09:38hs.
Pix será protagonista

Especialistas preveem crescimento exponencial das apostas esportivas em 2025 com a regulamentação

Plínio Lemos Jorge, presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, e Lincoln Rocha, da Associação de Gestão de Meios de Pagamentos Eletrônicos, afirmam o setor de apostas esportivas vai crescer exponencialmente em 2025 com a regulamentação já em fase de ajustes finais. Para ambos, o Pix deve ser protagonista nas transações financeiras. Eles falaram em entrevista à IstoÉ.

A regulamentação das apostas esportivas online ainda está em tramitação no Ministério da Fazenda, mas deve ter uma solução até 31 de dezembro deste ano. É o que prevê o presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Plínio Lemos Jorge.

Em entrevista à IstoÉ, Lemos Jorge afirmou que mais da metade da regulamentação já avançou e que apenas faltam pontos técnicos para ela passar a valer – o que deve acontecer em janeiro do ano que vem.

A partir da portaria publicada, já temos mais da metade do caminho andado. Temos ainda as portarias de ajustes finos para que as empresas comecem a operar. O Ministério da Fazenda acredita que até 31 de dezembro as empresas que pediram o licenciamento estejam aptas”, afirmou.

A proposta de regulamentação foi aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional. O texto contempla a cobrança de 15% dos ganhos para os apostadores e 12% sobre o faturamento das empresas.

O projeto ainda obriga que as empresas tenham uma sede no Brasil. Atualmente, todas operam em países europeus ou nos Estados Unidos.

A partir do dia 1º de janeiro de 2025, as empresas de apostas esportivas precisam ter CNPJ brasileiro. Pagar os impostos aqui, municipais e até estaduais. Sem CNPJ, elas não podem operar no Brasil”, ressaltou Lemos Jorge.

Segundo a ANJL, cerca de R$ 12 bilhões foram movimentados em apostas esportivas online em 2023. A maioria das transações foi realizada por Pix.

O presidente da Associação de Gestão de Meios de Pagamentos Eletrônicos (Pagos), Lincoln Rocha, acredita que a modalidade vai se fortalecer ainda mais com a regulamentação das apostas. Ele cita as proibições para pagamentos em boletos e cartão de crédito como justificativa para o crescimento do Pix.

O que não pode é dinheiro em espécie, boletos, cheque, ativos virtuais e criptomoedas. Outro que está vedado na regulamentação é o cartão de crédito”, explicou.

No Brasil, tivemos um fator diferencial de o país ser uma liderança no mercado de meio de pagamentos. Perante o cenário mundial, eu não conheço outro país que tenha uma estrutura de pagamentos imediatos como o Pix”.

Rocha discorre ainda sobre a preocupação com a organização das empresas. Na avaliação dele, há chances de haver lacunas nos pedidos do Ministério da Fazenda até o dia 31 de dezembro.

Já está com portaria indicada o que pode e o que não pode. Entretanto, há a dúvida se todos conseguirão colocar os pedidos e preencher as lacunas para se organizarem. Será que no dia 1º de janeiro as empresas de pagamentos terão esses volumes? Isso ainda é uma dúvida”, ressaltou o presidente da Pagos.

Embora a regulamentação ainda esteja no campo técnico, os especialistas convergem ao prever o crescimento do volume de apostas esportivas para os próximos anos. Ambos acreditam que o Brasil poderá se beneficiar com a regulamentação e que a arrecadação do governo tende a alavancar consideravelmente em 2025.

A expectativa é que o mercado cresça bastante. Com a regulamentação, grandes grupos internacionais terão olhar para o Brasil para oferecer esse divertimento online. Com certeza sentiremos isso a partir de meados de julho do ano que vem”, afirmou Lemos Jorge.

Fonte: IstoÉ