DOM 7 DE JULIO DE 2024 - 09:40hs.
José Francisco Manssur, na CPI do Senado

“Manipulação de resultados e outras externalidades serão reduzidas com a regulamentação das apostas”

A CPI da Manipulação de Resultados no Futebol do Senado recebeu nesta terça-feira (2) o ex-assessor do Ministério da Fazenda José Francisco Manssur, responsável pela regulamentação das apostas esportivas durante um ano e meio. No depoimento, deixou claro a importância de regular o setor e que ela limitará a ação de externalidades envolvendo o esporte e trará transparência à atividade.

“Manipulação de resultados e outras externalidades serão reduzidas com a regulamentação das apostas”

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

A manipulação de resultados é péssima para qualquer esporte. Mas não se pode colocar todos no mesmo balaio. A manipulação vinha sendo trabalhada pelo Ministério da Fazenda e agora está com o do Esporte e só trará benefícios a todas as modalidades”, apostou José Francisco Manssur.

Segundo ele, somente quando a regulamentação estiver completa tudo poderá ser minimizado “e todo o ecossistema – casas de apostas, Parlamento, Governo e entidades esportivas – precisarão estar coesos e trabalhando pelo bem da atividade”.

Manssur afirmou que a manipulação de resultados no esporte “é a conjunção de dois aspectos – o comportamento do atleta mais alguma vantagem que ele ou algum grupo terá. É preciso controlar os dois lados e ter sistemas adequados para monitorar. Manipulação se enfrenta com tecnologia concentrada em um lugar só”, disse.

 



Indagado se a demora da regulamentação traz problemas ao esporte, Manssur confirmou que todo o processo é longo e que é normal o tempo que se levou desde o início do ano passado até agora, mas que tudo vai encaminhar para a organização das atividades de apostas esportivas e jogo online. “É aceitável [esse tempo], pois são muitos detalhes pensados para trazer segurança, responsabilidade e transparência para o setor”, afirmou.

O ex-assessor do Ministério da Fazenda voltou a dizer que as casas de apostas são vítimas da manipulação e que todas as entidades representativas do setor, como ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias), IBJR (Instituto Brasileiro do Jogo Responsável) e AMIG (Associação da Mulheres da Indústria de Gaming), o procuraram quando esteve à frente da regulação para contribuir no combate à manipulação.

Denúncia

Sobre a denúncia divulgada no ano passado pela revista Veja de que o deputado federal e relator da CPI das Apostas Esportivas na Câmara dos Deputados, Felipe Carreras, teria pedido propina, confirmou que recebeu tal informação.

Fui procurado por Wesley Cardia, então presidente da ANJL, para relatar que recebeu pedido de suborno por parte do gabinete do deputado Felipe Carreras para 'aliviar as casas de apostas esportivas'. Recomendei a ele que procurasse a polícia”.

Sobre Carreras, disse que teve apenas debates “republicanos” e que nunca recebeu nenhum pedido nem ao menos alguma indicação de que poderia haver qualquer insinuação nesse sentido.

O senador Kajuru, que presidiu a sessão, afirmou que chegou a ouvir em bastidores que Wesley Cardia seria uma testemunha “não confiável” e questionou Manssur quanto a esse sentimento. O ex-assessor afirmou que “em muitos momentos considerei o testemunho duvidoso”.

Como era de se esperar alguns absurdos foram ditos por parlamentares contrários aos jogos sobre a atuação das casas de apostas esportivas e jogos online, Manssur deixou claro que elas trabalham com seriedade. “Elas buscam de todas as formas cumprir com todos os requisitos que vêm sendo apontados pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda e querem a regulamentação”, concluiu.

Fonte: GMB