DOM 6 DE OCTUBRE DE 2024 - 09:48hs.
Reforma tributária

Setor de fantasy games critica inclusão no Imposto Seletivo e diz que atividade não é nociva

A Associação Brasileira de Fantasy Sport criticou a inclusão do setor no Imposto Seletivo, tributo previsto na reforma tributária que será cobrado de bens e serviços nocivos à saúde e ao meio ambiente. A ABFS argumenta que a atividade esportiva eletrônica estimula o desenvolvimento de habilidades mentais e de raciocínio lógico e, portanto, não se encaixaria no conceito do chamado “imposto do pecado”.

O Grupo de Trabalho que analisa o projeto principal da regulamentação da reforma apresentou hoje seu relatório, com a inclusão de todos os jogos de azar, virtuais e eletrônicos, no Imposto Seletivo, o que inclui apostas esportivas e loterias.

A expectativa é que a votação no plenário da Câmara ocorra na semana que vem, mas algumas decisões ainda serão tomadas pelo Colégio de Líderes, comandado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Até lá, os setores ainda podem tentar reverter mudanças feitas no relatório.

Fantasy game é um esporte eletrônico em que o competidor se torna técnico de um time virtual. O resultado do jogo é feito com base na performance de times e atletas do mundo real. A atividade não depende de sorte, mas de conhecimento e habilidades mentais. O maior exemplo no Brasil é o Cartola FC, criado pela Rede Globo e que tem base nos resultados do Brasileirão.

No caso do futebol, por exemplo, é preciso escolher a liga em que se quer disputar, pagar uma taxa de inscrição no campeonato e montar um time virtual. A escalação gera ganhos ou perdas de pontos, conforme a performance dos atletas reais, que são medidas por dados gerados por empresas especializadas. Gols, passes, cartões ou defesas no mundo real geram pontos no jogo virtual.

Ganha o competidor que tiver mais pontos acumulados ao fim do campeonato. O prêmio estabelecido previamente fica disponível para o vencedor assim que a disputa termina.

O setor dos Fantasy Sports recebeu com preocupação o substitutivo apresentado ao Projeto de Lei Complementar nº 68/2024, que o enquadra no Imposto Seletivo. Na realidade o setor trata de uma atividade esportiva eletrônica que estimula o desenvolvimento de habilidades mentais e raciocínio lógico em seus usuários. Logo, não apresenta malefícios à saúde pública ou ao meio ambiente - hipóteses de enquadramento para o Imposto Seletivo”, diz a nota da ABFS.

Fonte: Estadão