A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda divulgou a Portaria SPA/MF nº 1143 que estabelece diretrizes detalhadas para políticas, procedimentos e controles internos de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD), financiamento do terrorismo (FT) e proliferação de armas de destruição em massa (PADM), para os agentes operadores de apostas de quota fixa.
As novas diretrizes representam um marco regulatório significativo para os agentes operadores de apostas de quota fixa no Brasil, estabelecendo um conjunto abrangente de obrigações e procedimentos destinados a prevenir a lavagem de dinheiro, o financiamento do terrorismo e outros delitos correlatos.
Os empreendedores chilenos Gonzalo Restini, Cristián Neely, Pedro Feres e Cristobal Concha viram aí uma oportunidade relevante. Os quatro são fundadores da Regcheq, uma startup aberta em 2021 em Santiago para ajudar empresas na prevenção de crimes.
A plataforma da Regcheq usa inteligência artificial para automatizar processos associados a controles de lavagem de dinheiro, como a confecção de relatórios sobre atividades financeiras de uma empresa e o envio dessas informações para autoridades como a Comissão de Valores Mobiliários.
Boa parte da ideia para o negócio veio de Restini, que acumula três décadas de experiência no mercado financeiro chileno, tendo passado por corretoras, bancos e assets em Santiago do Chile.
"O compliance ganhou muita importância para as companhias da América Latina nas últimas década. Muitas das burocracias que hoje impedem um avanço mais rápido do compliance deverão ser resolvidas com a inteligência artificial", diz Restini.
Contribuições em startups em 2024
Em pouco mais de três anos, a Regcheq levantou capital com investidores latino-americanos como Taram Capital, um fundo chileno sediado em Miami, Consorcio Venture Capital e Grupo Sable, além de vários investidores anjos notáveis na América Latina como Daniel Undurraga (do app de delivery Cornershop), Jaime Arrieta (da HRTech chilena Buk), Benjamín Labra (da proptech chilena Houm).
A plataforma de Compliance de origem chilena é a primeira empresa de origem não brasileira a receber investimento do BTG Pactual, no contexto do Bootslab, seu programa de Venture Capital no Brasil. A tech foi selecionada entre mais de 700 startups para fazer parte do seleto grupo de 4 empresas escolhidas para serem apoiadas em 2024.
Pelo programa, a empresa recebeu um investimento inicial de 1 milhão de reais e deverá receber mentorias com executivos do BTG, além de ter a oportunidade de fazer negócios com o banco e parceiros.
A Regcheq possui escritórios no Brasil, Chile e México, prestando serviços de compliance para mais de 300 empresas na região. Anteriormente, Regcheq recebeu investimentos da Taram Capital, fundo chileno com sede em Miami, Consorcio Venture Capital e Grupo Sable, além de diversos investidores anjos conhecidos como Daniel Undurraga (Cornershop), Jaime Arrieta (Buk), Benjamín Labra (Houm).
“É realmente extraordinário ter o BTG como parceiro. Seu apoio no mercado brasileiro será um grande impulso para a Regcheq. O seu peso específico é gigantesco neste país. Esperamos que este passo nos permita penetrar fortemente na indústria financeira, no mercado de apostas online, nas Fintech e no mercado imobiliário, todos setores obrigados a cumprir as regulamentações sobre lavagem de dinheiro”, afirma Cristóbal Concha, seu CEO.
Regcheq é uma plataforma que automatiza e digitaliza todos os processos associados aos controles de Lavagem de Dinheiro, além de outras funcionalidades para prevenção de crimes nas empresas.
“Os gastos com compliance na América Latina estão crescendo a taxas de 35% ao ano e já estão estimados em cerca de 20 bilhões de dólares anuais. Logicamente, o Brasil é de longe o maior mercado e o BTG é de longe o melhor parceiro que se pode ter no Brasil”, disse Concha.
Gonzalo Restini, cofundador, disse: "A Regcheq tem um potencial extraordinário no Brasil. Estamos muito felizes por termos sido selecionados como a primeira empresa de origem estrangeira a participar do Boostlab. O BTG viu em nós um potencial de escalabilidade muito grande, e uma proposta única e valor diferente. Temos certeza de que trabalhando juntos alcançaremos um sucesso extraordinário no Brasil”.
Negócio no âmbito mundial
A lavagem de dinheiro é um negócio bilionário — e em expansão. No mundo, estima-se um volume anual de 4 trilhões de dólares envolvidos em atividades cuja finalidade envolve, em maior ou menor grau, a evasão de divisas.
Não é à toa que o mercado de tecnologia para empresas dispostas a reforçar suas estruturas de compliance, e assim minimizar o risco de estarem envolvidas com lavagem de dinheiro, cresce a passos largos.
Anualmente, este mercado movimenta quase 270 bilhões de dólares no mundo. Um dos lugares onde as ferramentas para compliance mais cresce é a América Latina, uma região pródiga em escândalos financeiros como os revelados pela operação Lava-Jato.
Aqui, este mercado movimenta perto de 20 bilhões de dólares e deve expandir 35% ao ano nesta década, de acordo com o relatório "True Cost of Financial Compliance 2023" da consultoria Forrester Research.
Fonte: GMB
