A regulamentação das apostas online vai criar, praticamente da noite para o dia, uma das maiores atividades econômicas do país – com um faturamento anual que em breve pode superar os R$ 300 bilhões. Essa perspectiva está levando as maiores empresas de jogos e entretenimento do mundo a fazer fila na porta do Ministério da Fazenda para obter o registro e explorar legalmente esse negócio.
“Não vamos nos posicionar como uma bet, e sim como uma empresa de entretenimento para o público de renda mais elevada”, disse Morais, que tem um histórico em empresas na área de saúde e bem-estar e não vê contradição em colocar suas fichas no viciante negócio das apostas.
O presidente da Big Brazil é o empresário André Feldman, representante há quase uma década do grupo Caesars no país – e que já trouxe para cá a marca World Series of Poker, o maior torneio de pôquer do mundo.
Ao lado dos brasileiros, o grupo americano vai estrear no mercado de apostas do país com a marca Caesars Sportsbook. Além de apostas esportivas, a plataforma vai oferecer diversos jogos de azar online, entre eles alguns dos 700 jogos proprietários do Caesars.
“Será uma experiência de Las Vegas sem sair do Brasil,” disse Feldman. A plataforma tecnológica será a mesma usada nos EUA e em outros países onde o Caesars faz rolar seus caça-níqueis e mesas de pôquer.
Empresa de capital aberto, a Caesars Entertainment faturou US$ 11,5 bilhões no ano passado e teve um lucro líquido de US$ 786 milhões. Seu market cap é de US$ 8 bi.
O grupo tem o segundo maior número de quartos em Las Vegas – atrás apenas da MGM Resorts – mas está presente em um maior número de estados americanos, com 59 hotéis de suas bandeiras.
No início, dentro da lei já aprovada no Brasil, os jogos serão exclusivamente online. Os cassinos físicos dependem de uma outra lei que tramita há anos no Congresso e agora pode estar perto de sua aprovação – a votação derradeira no Senado é esperada para setembro.
Segundo Feldman, a associação das empresas do setor estima que as apostas online já movimentam entre R$ 100 bilhões e R$ 120 bilhões ao ano.
“Mas depois de sua regulamentação, o mercado tem potencial para ser o triplo disso, ou até quatro vezes mais,” disse o empresário.
Atualmente, ainda sem o sinal verde da Fazenda, o frenético mercado brasileiro das apostas online é movimentado a partir de empresas internacionais sediadas em paraísos fiscais que se aproveitaram de uma zona cinzenta da lei aprovada no final de 2018.
A partir de 2025, entretanto, apenas empresas com autorização da Fazenda e sede no país poderão explorar a jogatina virtual. As que não cumprirem as regras terão os sites e aplicativos derrubados pela Anatel.
Além da parceria do Caesars, na semana passada o Grupo Globo anunciou uma JV com a MGM Resorts para lançar a BetMGM no Brasil.
Fonte: Brazil Journal