Segundo pessoas que participaram das negociações, a CBF exigia, inicialmente, ficar com 5% da arrecadação bruta das bets com apostas geradas pelo futebol no país, dividindo com o governo a arrecadação.
Diante da negativa, a confederação agora pretende mudar as regras dos campeonatos para que parte dos recursos recebidos pelos clubes com as casas de apostas financie ações mantidas pela entidade para coibir manipulação de resultados nas partidas.
No governo, a entidade disse que esse programa vai girar em torno de US$ 15 milhões por ano, o equivalente a R$ 82 milhões na cotação de terça-feira (27).
Os 26 times consultados são contrários à cobrança por considerarem que essa é uma missão que compete à própria CBF.
São eles: Corinthians, Inter, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Atletico-GO, Athlético-PR, Botafogo, Fortaleza, América-MG, Cuiabá, Criciúma, Juventude, Goiás, Sport, Ceará, Avaí, Chapecoense, Coritiba, CRB, Vila Nova, Londrina, Tombense, Figueirense, CSA e Operário.
Antecedentes
A equipe econômica vetou o pleito inicial da CBF, que tentou forçar a negociação junto ao Palácio do Planalto e ao Ministério do Esporte.
A confederação considerava que o futebol responde por praticamente a totalidade das apostas esportivas e, por isso, queria concentrar os recursos para, depois, repassá-los aos clubes, da mesma forma como ocorrerá com o Comitê Olímpico.
No entanto, os clubes se opuseram, afirmando tratar-se de uma negociação privada.
Além disso, eles argumentaram junto ao Ministério da Fazenda que a CBF já recebe uma cota referente às apostas feitas em jogos promovidos pela entidade. Disseram ainda que ela também recebe de apostas no Brasil envolvendo partidas de times de futebol estrangeiros.
Ainda segundo relatos, a entidade queria ainda que a Fazenda deixasse explícito na legislação que esses recursos são privados, forma de escapar da fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União), o que foi negado.
A exemplo das loterias, os recursos são destinados ao fomento do esporte e de ações ligadas a políticas públicas, na área de saúde e educação. Consultada, a CBF não respondeu.
Fonte: Folha