O processo de concessão de naming rights busca aumentar as receitas não-tarifárias da companhia, modernizar a comunicação visual das estações e melhorar a orientação dos passageiros, associando marcas ao cotidiano urbano. A empresa vencedora poderá adicionar um nome comercial ao nome da estação, mas o Metrô terá poder de veto sobre a escolha.
De acordo com a empresa, esta é a primeira vez que a venda é feita com a proibição de uso de nomes de sites de apostas, conhecidos como bets. A restrição também abrange bebidas alcoólicas, entidades religiosas, instituições político-partidárias, personalidades, entre outros.
A concessão de nomes já foi aplicada em outras estações, como Anhangabaú e Brigadeiro, embora os contratos dessas paradas ainda estejam em fase de análise de documentação. A Menat Representação Comercial venceu os contratos dessas estações, com valores de R$ 120 mil e R$ 155 mil mensais, respectivamente, e pode revender os direitos de nomeação para outras marcas.
Outras estações, como Clínicas, também passaram por processos de concessão, mas a vencedora não apresentou a documentação necessária, o que resultou no cancelamento do contrato. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também já considerou a concessão de naming rights, mas não avançou por falta de interesse do mercado.
Especialistas em mobilidade, como Rafael Calabria, alertam para a possível confusão gerada pela troca de nomes das estações, que servem como referências geográficas. Ele acredita que essa prática pode impactar negativamente os passageiros, principalmente os de baixa renda, mas que o desconforto pode ser subestimado.
Já Renato Cymbalista, professor da FAU-USP, defende a necessidade de debates públicos sobre o tema, argumentando que os nomes das estações carregam memórias importantes da cidade.
O Metrô, no entanto, garantiu que a venda dos naming rights foi aprovada pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) da Prefeitura de São Paulo.
Fonte: Folha