LUN 25 DE NOVIEMBRE DE 2024 - 01:38hs.
Empresas sem pedido de licença registrado na Fazenda

Quase 600 bets serão derrubadas nos próximos dias e Haddad pede aos apostadores retirar dinheiro já

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (30) que entre 500 e 600 bets que não entraram com pedido de regulação no governo terão sites derrubados na próxima semana pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e que os apostadores devem sacar o dinheiro o quanto antes das plataformas de apostas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que governo prepara bloqueio de formas de pagamento, restrição de publicidade e acompanhamento de CPF para aproximadamente 500, 600 bets que não tiveram seu pedido de licença registrado pelo Sistema Geral de Apostas (Sigap) antes do prazo estipulado (20 de agosto).

"É preciso esclarecer opinião pública que tinha comando legal para o governo anterior regulamentar as bets. Tivemos um período muito ruim em que os jogos cresceram sem Estado intervir para proteger a sociedade. O presidente Lula determinou que tomássemos providências”, disse Haddad.

"Do mesmo jeito que o X saiu do ar, essas empresas devem sair também, por falta de adequação à legislação aprovada pelo Congresso Nacional", afirmou durante entrevista ao Jornal da CBN. "Se você tem dinheiro em casa de aposta, peça a restituição já".

Haddad também afirmou que o governo prepara o bloqueio a formas de pagamento como cartão de crédito e cartão do Bolsa Família nos sites de aposta. Além disso, a pasta deve fazer um acompanhamento de evolução dos prêmios por CPF de cada apostador.

"Quem aposta muito e ganha pouco está com dependência psicológica, quem aposta pouco e ganha muito está geralmente lavando dinheiro".

O ministro afirmou que deve se reunir na terça-feira com entidades do setor para tratar do assunto da publicidade das bets, que estaria "fora do controle".

Quando questionado sobre a proposta discutida por especialistas de mostrar ao apostador quanto dinheiro já foi perdido, Haddad foi além, afirmando que, em certos casos, familiares também deveriam ter acesso a esse dado.

"Mesmo no caso de um adulto com posses, será que é só ele que precisa saber o quanto perdeu?", disse.

"Do mesmo jeito que eu poderia colocar meu telefone para receber esse dado, poderia cadastrar o telefone do cônjuge também. Tem gente que perde milhares de reais. Como você deixa a família sem o alerta devido?"

Fonte: Folha